29 outubro 2011

A importância de tomar decisões certas em circunstancias diversas: .

 
"Atlântico Norte, 1944.
 A tripulação do porta- aviões britânico, naquela fria noite de outono, aguardava, ansiosa, pelo retorno das aeronaves que haviam partido para atacar posições inimigas. Já se sabia que os aviões da RAF, a Royal Air Force, estavam sendo perseguidos por uma poderosa esquadrilha da Luftwaffe, e todos torciam pelo pronto retorno dos destemidos pilotos ingleses.
  Ma dado o momento, o comandante do navio anunciou pelos auto-falantes que, dali a exatamente dez minutos, apagaria todas as luzes de bordo, inclusive, e principalmente, as da pista de pouso. A maioria dos aviões passou a tempo. Entretanto, havia dois ou três retardatários. O comandante o comandante concedeu mais dois minutos. Dois aviões chegaram. As luzes foram apagadas enquanto ainda avia um – não se sabia a distância – buscando se aproximar.  Seu destino acabou sendo as águas geladas do oceano. A tripulação do navio – em especial os PILOTOS – ficou revoltada. Como podia o comandante ter agido de forma tão cruel e insensível?
Ao  amanhecer, uma comissão de aviadores foi à ponte de comando manifestar ao almirante o seu inconformismo. Não poderia ter ele aguardado pelo menos mais alguns minutos? O comandante, rosto vincado pela experiência de dezenas de anos, respondeu: - Se tivesse esperado mais, com certeza teria o aplauso geral de vocês. Mas, e as conseqüências? Teríamos sido implacavelmente bombardeados pelo inimigo, e eu estaria pondo em risco os milhares de tripulantes deste navio. –Mas comandante...
Não tem mas nem por que! É exatamente neste ponto reside a grande diferença entre um soldado e um comandante. Um comandante é obrigado a tomar decisões. Elas nem sempre são agradáveis ou compreendidas. Mas temos que tomá-las sem vacilar e conviver o resto da vida com suas conseqüências. Com certeza não virá aqui nenhuma comissão da Marinha me agradecer por lhe ter salvo a vida. Nosso único consolo, mesmo, é a convicção de, diante das circunstâncias, ter agido da forma correta..." (Momentos de decisão, Página A-2, Espaço Aberto, João Mellão Neto, O Estado de São Paulo, 20/8/1999).
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