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Noutra ocasião ele entrou na sinagoga, e estava ali um homem com uma das mãos atrofiada. Alguns deles estavam procurando um motivo para acusar Jesus; por isso o observavam atentamente, para ver se ele iria curá-lo no sábado. Jesus disse ao homem da mão atrofiada: "Levante-se e venha para o meio". Depois Jesus lhes perguntou: "O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou matar? " Mas eles permaneceram em silêncio. Irado, olhou para os que estavam à sua volta e, profundamente entristecido por causa dos seus corações endurecidos, disse ao homem: "Estenda a mão". Ele a estendeu, e ela foi restauradaMarcos 3:1-5

Os religiosos da época de Jesus viviam à procura de um motivo que pudesse incriminá-lo. Queriam a todo custo, achar uma falha em Jesus; ansiavam por mostrar que ele era um falso mestre e não cumpridor da lei. No entanto, Jesus que também, como aqueles religiosos, bem conhecia a lei, não se apegava à tradição religiosa em detrimento do sofrimento humano. Para ele, importava mais salvar uma vida. Nada era mais importante do que isso.

Aqueles homens da lei, embora tivessem pleno conhecimento da Torah, eram indiferentes às dores humanas, aos necessitados. E, Jesus, contrariando-os, valorizava demais o ser humano, tanto que deu sua vida por ele. O evangelho, para Jesus, era prático e deveria ser vivido e não somente pregado. Ninguém poderia ficar refém de uma lei. O sábado foi criado para o homem e não o homem para o sábado (Marcos 2.17). Na verdade, Jesus não descumpria a lei, mas dava um novo significado a ela. Isso incomodava demais àqueles homens acostumados apenas a estudar a lei e seguir regras, ignorando as verdadeiras necessidades dos homens.

Eu posso afirmar, sem medo de errar, que hoje ainda existem pessoas mais preocupadas com regras do que com o sofrimento humano. Cristãos mais preocupados em serem ativistas religiosos do que praticantes do amor. Outro dia, um amigo comentou que estamos tão acostumados, principalmente numa metrópole, a passar por pessoas sofrendo, à margem da sociedade, doentes, moradores de rua, dependentes químicos, que estamos nos tornando insensíveis ao sofrimento humano. Isso é terrível. Que adianta sermos bons cristãos no domingo, na igreja, e sair e virar as costas para os que choram, sofrem e precisam de Deus?

Jesus provou que era Senhor do sábado e sua religião era usada em prol da vida. Para ele era sempre lícito fazer o bem. Não havia qualquer erro em suas ações em realizar uma cura no sábado. O que valia mais? uma vida necessitando de cuidados ou um sábado? Se Jesus assim agiu, foi para nos mostrar que uma vida vale muito para Deus e jamais devemos colocá-la em segundo plano. Adoraremos também ao Senhor toda vez que pararmos por vida, toda vez que fizermos o bem; em todas as oportunidades que formos instrumentos para abençoar uma vida.

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