BÍBLIA A PALAVRA DE DEUS |
FILOSOFIAS, DISCURSOS NA IDEOLOGIA DE GÊNERO Posted: 15 Mar 2016 08:00 PM PDT O mundo pós-moderno é marcado pelo relativismo ético, pessimismo existencial e pela negação da religião. Neste cenário, temos a discussão sobre os valores que perpassam o problema da sexualidade. O que nos traz ao cerne da questão da ideologia de gênero. Sobre esta perspectiva ideológica temos as marcas do desconstrutivismo, que busca a negação dos valores cristão, do materialismo dialético, entendendo a defesa cristã como ideologia dominante e do relativismo cultural, negando qualquer verdade absoluta. Acerca do primeiro, temos a filosofia da vidaelaborada no século XIX, que está voltada a uma desconstrução da filosofia da reflexão de tradição metafísica Ocidental, leia teológica cristã. Ou seja, a vida aqui entendida como um empoderamento da vontade, no sentido de que devemos viver e não tentar entender o porquê, sem nos preocuparmos com explicações acerca de nossos impulsos vonluntários. Já a reflexão, se preocupa em dar voz à consciência, buscar entender o motivo das nossas ações e a necessidade de avaliar suas consequências, tendo para isto, responsabilidade. Assim, a filosofia da vida de nome estratégico, não se refere à concepção de vida cristã, antes atacou o cristianismo em suas bases teológicas. Negando, portanto, uma moral cristã, verdade absoluta e a importância da consciência como orientadora da vontade. Foi por isto que Nietzsche disse que Deus estava morto, no sentido de que nesta nova proposta filosófica a ideia de Deus não caberia. Isto é um discurso desconstrutivista, o que se tem aqui é uma desconstrução da concepção de sexualidade no Ocidente. No entanto, o esta perspectiva não institui uma proposta, mas apresenta uma crítica. Propor algo nestas bases é contraditório com o olhar desta perspectiva. Para esta filosofia existem dois grandes procedimentos os quais produzem a verdade do sexo, primeiro: a verdade é extraída do prazer e a verdade do sexo como um procedimento ordenado. Para a primeira o sexo segue sem padronizações, expandindo de dentro, para a segunda ele é controlado, regulado; é nesta perspectiva que Foucault insere o mundo cristão Ocidental e acusa o cristianismo de desenvolver dispositivos de controle arbitrário sobre o corpo, ou seja, relação sexual. Mas, reduzir o cristianismo à leitura crítica de um mundo medieval e moderno, espiritualista e mecânico-racional, é desconsiderar nossas bases bíblicas. Pois a sexualidade na Bíblia é para todos, saudável e humana. Por exemplo, no Antigo Testamento no livro de Cantares temos como a relação sexual no texto bíblico vem a baile. O apóstolo Paulo joga entre o casal o problema do amor, na relação conjungal. A questão é que se trava uma crítica ao cristianismo a partir de um ataque à filosofia grega que colocava a consciência como vinculada à verdade. E que tal consciência é racional, falta a sensibilidade humana para entender a vida sexual sem regras racionais. Mas, não temos só consciência, a nossa dimensão da fé de herança judaica, nos convida a uma experiência poética para além das acusações de uma envolvimento humano frio e normativo. Os discursos para Foucault, representante maior do desconstrutivismo contemporâneo, tem efeito de verdade, mas não são verdadeiros. E o que tem acontecido hoje no Brasil, são discursos que visam instaurar uma nova normatividade de caráter pós-moderno, que vê o homem como natural, não sendo bom nem mal. E que, portanto, deve seguir suas pulsões orgânicas sem questioná-las, seus desejos sem responsabilidade, por que se pensar, refletir, estará cedendo a uma consciência fria e moralista. Isto é perigoso. Ora, o ser humano é cultural e produtor de significados, e que assim estamos constantemente instituindo padrões morais, se negam a moral cristã estão no mesmo caminho instituindo outro critério de moral, que contraditório. Logo, criticar a moral cristã do ponto de vista da sexualidade é de maneira ardilosa propor outro modelo de moral. Mas um ponto de discussão é sobre, em que se assenta esta nova moral de nossa época. Pois, a vontade precisa ser orientada pela consciência, caso contrário ela perderá seu caráter coletivo e irá instituir uma anarquia dos desejos. O cristianismo instituiu um código moral para preservar a vida em comunidade Não foi para controlar de maneira sórdida o prazer humano. Que, aliás, é uma emoção básica junto com a tristeza, o ódio e o medo. Além da desconstrução, temos as bases do materialismo dialético, de Marx, o qual busca identificar contradições e tensões no meio social que são produtoras das lutas sociais. Bem como perceber que existem ideologias dominantes no seio da sociedade que servem aos interesses de uma elite. E os que lançam mão deste modo de pensar se voltando para a concepção de vida cristã, estão inseridos em tal ideologia de controle da vida, da moral e que para eles, tenta castrar a liberdade humana, ao condenar o aborto, negando a liberdade da mulher de escolher se quer ter o filho ou não, para exemplificar. Aqui está o ataque marxista ao cristianismo, por entender que somo representantes de uma ideologia moral dominante, que visa controlar as minorias. Por favor, perceba as armas filosóficas E ainda aqui, temos a dita filosofia da "vida", que convida a vontade para ter superpoderes e que esquece a consciência na avaliação das reponsabilidades diante da vida, não considerando que ela está acima da liberdade, algo canônico em nossa filosofia do direito ocidental. Bem como traz à tona a acusação de que a moral cristã deve ser estirpada porque se sustenta no binarismo de gênero, legalista e patriarcal, de perfil heteronormativo. Esquecendo que desenvolver posições identitárias na sociedade, como marido e esposa não se trata de mera bipartição, mas de uma base social dialeticamente construída. Negar a contradição e buscar uma harmonia entre os gêneros é uma contradição dentro da concepção dialética que defende o conflito como motor da história. Em continuidade, o materialismo dialético também instaura uma nova relação entre trabalho e natureza, pois o homem por meio do trabalho transforma a natureza. Ora o que significa que o natural é refeito pelo cultural, enquanto construção humana, a partir das relações sociais. Então o cultural é o desenvolvimento superior de um ponto de partida primário do biológico. Assim, a família "tradicional" sustentada em bases naturais, biológicas, para eles não tem lugar no mundo contemporâneo, porque traz marcas culturais que impossibilitam seu entendimento a partir de traços biológicos, como sendo criado por Deus. Então, como é possível defender a relação conjugal no entendimento cristão sobre bases naturais, já que o natural está sofrendo constante alteração cultural? Assim, o modelo de família bíblico não poderia se sustentar, portanto, o que fazer? A resposta é continuar com a Bíblia. Porque mesmo que o biológico sofra ingerências do cultural, ele não altera sua base constituidora natural. Foucault disse para o movimento homossexual europeu que não buscassem explicar a homossexualidade, mas vivê-la, pois a tentativa de explicar em bases biológicas seria entendida pelos opositores do movimento como síndrome, uma vez que toda alteração cromossômica tem este concepção. Portanto, Foucault primeiro, não propôs algo direto em sua desconstrução;segundo, também rejeitou explicações de opção sexual em bases biológicas. Eterceiro, ao criticar uma moral metafísica cristã, o faz a partir do conceito abstrato, de poder, portanto, metafísico. Mas, a festa não acabou com Foucault, o relativismo cultural, percebe que tudo é cultural e parte de uma crítica inicial nos estudos de Geertz à concepção de homem universal, desconsiderando uma essência humana. Pois tudo emerge da cultura e estas são diferentes. Então nossa cultura cristã, usou da colonização europeia para dominar a América pré-colombiana. E aqui cabe o problema do desenvolvimento humano. Pois ele se dá em bases culturais, que aparecem entre as culturais em um movimento de produção constante de significados e que nesta concepção a imposição de padrões culturais se tornaria inviável. Portanto, a ideologia de gênero, tem como alvo descontruir o modelo colonizador binário heteronormativo e patriarcal de sociedade. Entendendo que o mesmo se sustenta a partir das bases da família nascida do casamento masculino e feminino. E defende uma concepção pluralista de família, que visa dar conta das múltiplas configurações parentais do mundo contemporâneo. Para tal ideologia, a verdade cristã sobre a sexualidade é apenas um discurso de poder. Lembro, aqui de Foucault em sua crítica acerca dos dispositivos de sexualidade quando ele diz que o poder-lei está lá, que nunca se escapa a ele e que constitui até seus opositores. Assim, Foucault insere o problema do poder não como teoria, mas como uma analítica. E diz que tanto quem reprime o desejo como quem os afirma tem uma representação comum do poder. E continua afirmando que tal poder com respeito ao sexo, o limita, lhe diz não. O poder domina sobre o sexo através da linguagem, estabelecendo um regime binário, certo e errado, legítimo e ilegítimo. E o faz a partir da prática discursiva, por meio da qual cria regras. Continua dizendo que a forma pura do poder está na função legislativa em seu modo de ação jurídico-discursiva. Cuidado com quem o representa no poder político. Aqui estão os movimentos que defendem a ideologia de gênero, no sentido de buscar a tomada do poder jurídico-discursivo para no cerne do poder atacar os limites que ele instituiu ao sexo. E um dos ataques retóricos mais famosos é sobre a estrutura binária, heterossexual masculino e feminino. Ao que sobre isto, é interessante entender que as ciências humanas que desenvolvem a crítica ao dualismo filosófico, maniqueísmo religioso, polarização social, enfim tudo o que é binário, para continuar usando uma linguagem matemática, estas mesmas ciências trazem em seu corpo teórico a preeminência da classificação binária, que inclusive é frequente no pensamento estrutural. Diante disto, temos um problema, a crítica a uma estrutura binária de família, nega a nossa própria forma de conhecer que se dá a partir da diferenciação de opostos. Pois só posso conceber o que é certo a partir da referência que tenho de errado. Portanto, igreja, este jogo intelectualista que busca negar os valores cristãos contém incoerências em seu próprio conteúdo. Patrício Câmara , Filósofo Fonte: Sempre Família REFERÊNCIAS FOUCAULT, Michel. HISTÓRIA DA SEXUALIDADE: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 13ª ed. Rio de Janeiro; Edições Graal, 1988. MICHEL Foucault, uma entrevista: sexo, poder e a política da identidade. Tradução de Wanderson Flor do Nascimento. Verve, n. 5, p. 260-277, 2004. |
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