Não podemos desenvolver a nossa salvação desvinculada de um atitude cristã autêntica. Um dia todos nós (os salvos) prestaremos contas de nossas obras ao nosso Senhor e receberemos os nossos galardões de acordo com as nossas motivações mais íntimas
Geralmente as pessoas nas igrejas compreendem que galardão é uma recompensa por serviços prestados. Uma espécie de compensação, prêmio, um reconhecimento pelo trabalho realizado. Alguns até consideram o galardão como uma espécie de honraria, condecoração, uma homenagem que atribui ao galardoado uma distinção dos demais.
Muitos porém fazem confusão com o conceito do galardão e há bem poucos estudos sérios de interpretação sobre o tema. Vejamos o que podemos extrair da Bíblia sobre galardão?
Existem inúmeros textos bíblicos que sustentam a doutrina do galardão e o apoio escriturístico é suficiente, tanto no Antigo Testamento (2 Cr 15:7; Is 40:10; Is 62:11), quanto no Novo Testamento (Mt 16:27; 1 Co 3:8,14; Ef 6:8; Ap 2:23; 11:18; 22:12).
Existem duas palavras gregas para galardão, uma é misthós , e o seu significado é salário (Rm.4:4) ou recompensa (Mt.5:46), e a outra é antapódosis cujo sentido é de retribuição (Cl 3:24; Lc 14:12). Podemos portanto compreender que galardão está relacionado com as recompensas que os salvos receberão na glória porvir, de acordo com suas obras (2 Co 5:10). Tanto no sentido positivo, como no sentido negativo. (Rm 11:9).
Obviamente precisamos esclarecer que o galardão difere da salvação em nossa relação com Deus. A salvação é uma dádiva, um presente de Deus pra nós, fruto da Graça divina, dom gratuito, recebido pela fé, imerecidamente. O galardão é um reconhecimento, uma recompensa. Isto é, a minha salvação depende totalmente da fidelidade de Cristo na cruz, enquanto que o meu galardão depende da minha fidelidade para Cristo na vida.
Não podemos desenvolver a nossa salvação desvinculada de um atitude cristã autêntica. Um dia todos nós (os salvos) prestaremos contas de nossas obras ao nosso Senhor e receberemos os nossos galardões de acordo com as nossas motivações mais íntimas.
Nas citações de Rm 14:10 e 2Co 5:10 Paulo mostra o que acontecerá quando Cristo reunir todos o redimidos em torno de Si; diante do seu tribunal. Ali haverá uma avaliação do que fizemos, e não fizemos, não no sentido quantitativo, mas qualitativo. Ali serão avaliadas as obras e não o obreiro. Haverá ganhos e perdas de recompensa, não de salvação. Todo o trabalho será avaliado perante a justiça Divina. Jesus Cristo irá julgar os seus.
O apóstolo Paulo também deixa claro que podemos fazer obras individuais de caráter espiritual de grande valor, como "ouro, prata e pedras preciosas". Mas também podemos executar obras de caráter promocional e pessoal, isto é, que não glorifiquem a Deus, e que são frágeis como "madeira, feno e palha" (1Co 3:12-15).
Porém, Wayne Grudem salienta em sua Teologia Sistemática o seguinte: "É importante perceber que esse julgamento dos crentes será para avaliar e conceder níveis de recompensa" (página 977). Estes níveis de galardão para os crentes não promoverá problemas de inveja, ciúmes e competição porque o pecado não mais existirá no corpo glorificado.
Pontuando que Deus é mais importante do que o galardão. Ele é o "galardoador". A motivação não é o prêmio, mas Aquele que irá premiar.
As Escrituras ensinam que a vida eterna é alcançada pela graça por meio da fé. Porém, o galardão vem como conseqüência das obras realizadas depois da fé. O galardão está relacionado com o comportamento do crente como salvo desenvolvendo o caráter de Deus em si.
Por isso é importante compreender que mesmo o galardão, é consequência e fruto da ação da Graça de Deus em nós, sem o qual, jamais seríamos considerados merecedores de qualquer coisa no céu.
Autoria: Bruno dos Santos
Por Litrazini
Graça e Paz
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21 agosto 2014
O CRENTE E O GALARDÃO
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