03 dezembro 2022

POR QUE PERSEVERAR?


A Bíblia proíbe a mulher de tomar a Ceia do Senhor no período menstrual?

 Você Pergunta: No Antigo Testamento temos algumas leis que proibiam a mulher de participar dos cultos a Deus quando ela estava em seu período menstrual. Ela deveria ficar em casa e não podia estar em aglomerações de pessoas. Minha dúvida é se hoje em dia a mulher em seu período menstrual ainda precisa se afastar dos rituais religiosos, por exemplo, da santa ceia do Senhor? A Bíblia tem alguma proibição a esse respeito?

Sua pergunta é bem interessante e vai nos ajudar a refletir em alguns pontos interessantes a respeito das leis do Antigo Testamento para que tenhamos uma opinião bíblica sobre a questão que você levantou.

A mulher pode tomar a ceia do Senhor no período menstrual?

(1) As leis do Antigo Testamento precisam ser compreendidas dentro de seu contexto local e cultural e também dentro de seu objetivo, para que não façamos confusão quanto ao objetivo de Deus em dá-las.

Veja o que o texto bíblico diz sobre a mulher em sua menstruação: “A mulher, quando tiver o fluxo de sangue, se este for o fluxo costumado do seu corpo, estará sete dias na sua menstruação, e qualquer que a tocar será imundo até à tarde. Tudo sobre que ela se deitar durante a menstruação será imundo; e tudo sobre que se assentar será imundo” (Levítico 15:19-20).

Nós já estudamos aqui que a palavra imundo na Bíblia tem um sentido diferente do que hoje em dia. Para nós imundo é algo sujo, contaminado.

Na Bíblia, a pessoa imunda é alguém que não estava cerimonialmente preparada para cultuar a Deus em um determinado momento por um determinado motivo.

(2) No caso desse texto, a dificuldade (naquela época) em saber se um fluxo de sangue em uma mulher era algo normal (período menstrual) ou era alguma doença contagiosa fez com que Deus, como proteção à saúde das pessoas, fizesse algumas restrições às atividades das mulheres em dias de menstruação.

Um outro objetivo de Deus é a proteção da mulher. Naquela época o período menstrual era algo muito difícil para as mulheres. Hoje temos muita tecnologia nos absorventes que minimizam os incômodos de ficar sangrando por vários dias.

Mas naquela época utilizava-se panos e esses panos depois precisavam ser lavados para serem usados novamente.

Era algo extremamente difícil e trabalhoso para a mulher. Quando Deus dá essa lei ele objetiva a proteção à mulher para que ela pudesse se dedicar a esse período menstrual ao invés de ter que fazer todas as atividades costumeiras.

Além disso, Deus também protege as mulheres daquela época de maridos nem um pouco compreensivos com suas esposas, quando orienta que não houvesse relação sexual nesse período: “Não te chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, durante a sua menstruação” (Levítico 18:19).

(3) Quero ressaltar que um dos focos principais dessa lei é a higiene e saúde. Sabemos hoje que os fluídos corporais podem transmitir doenças das mais diversas. Naquela época esse tipo de conhecimento ainda era restrito.

Deus, em sua imensa sabedoria, proíbe por lei que pessoas que tivessem contato, por exemplo, com um local onde uma mulher que tivesse fluxo de sangue se assentou, ficassem em aglomerações de pessoas ou participarem dos cultos de adoração.

Isso ajudava a conter doenças transmissíveis, sem contar, é claro, que Deus ainda é benigno quando permite que a mulher não ficasse exposta a humilhações nesse período.

(4) Hoje as mulheres cumprem esse tipo de lei, mas usando das modernas tecnologias científicas que as ajudam a viver de forma praticamente normal quando estão com o fluxo de sua menstruação.

Inclusive já existem medicamentos que as ajudam também com as cólicas e outros incômodos desse período.

(5) Sobre a participação na Ceia do Senhor não existe qualquer restrição bíblica a uma mulher menstruada em participar.

Nas orientações de Jesus na primeira ceia e nas orientações detalhadas do apóstolo Paulo não existe qualquer proibição desse tipo.

Evidentemente que naquela época, onde o período menstrual ainda trazia muitas dificuldades, as mulheres sabiam ter bom senso em suas participações ou não nos cultos.

A orientação principal a todo participante da ceia é esta: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice” (1 Coríntios 11:28).

O foco aqui é no coração e não no corpo. Hoje em dia a mulher pode participar (se estiver disposta) sem qualquer impedimento bíblico.


Presbítero André Sanchez

Nossa trilha de obstáculos


por Charles R. Swindoll

I Reis 17

Faz parte de todo treinamento em campos especiais aquele terrível, duríssimo e às vezes apavorante teste chamado trilha de obstáculos. Não é engraçado nem fácil, mas sua exigente disciplina prepara os recrutas para qualquer situação que possam encontrar pela frente, especialmente sob o fogo do inimigo.

Na vida espiritual, precisamos superar pelo menos quatro obstáculos:

Orgulho

Deus começa a trabalhar nosso orgulho quando nos tira dos holofotes. Isso é parte do necessário processo de nos colocar na linha. No início lutamos contra ele e, no meio de nossa resistência, podemos ficar desiludidos e confusos. Lutamos porque nos acostumamos com o brilho das luzes da atenção pública e com os aplausos que satisfazem o nosso ego, mas Deus insiste, assim como fez com Elias, em nos tirar do palco. Como João Batista aprenderia séculos mais tarde: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (João 3:30). Aprendemos a ser submissos por meio desse processo doloroso.

Medo

Quando ficamos escondidos por um período de tempo indeterminado, encontramos outra camada carnal de resistência interna: o medo. Deus usa a perda de posição, de prestígio, de popularidade e de privilégios para expor essa camada. É assim que Ele rompe essa barreira. Ele nos leva a um nível mais profundo de maturidade. À medida que nossos medos são vencidos neste estágio da trilha de obstáculos, aprendemos como andar pela fé.

Ressentimento

É inevitável, porém, que este processo revele a camada do ressentimento. Isso ocorre por causa da ira que surge ao sermos forçados a abdicar de todos os direitos que achamos serem nossos: direitos como o de receber um salário que consideramos digno; direito de sermos tratados como merecemos; direito aos confortos que deveríamos desfrutar. Nosso ressentimento se intensifica! Ele diz: “Eu tenho direitos!”. Mas Deus simplesmente continua a moer até a medula, quando, por fim, dizemos: “Tá bom, tá bom, eu te entrego tudo!”. Neste ponto aprendemos o que é o perdão. Descobri que o ressentimento normalmente tem sua origem na falta de perdão.

Hábitos arraigados

Finalmente, Deus usa sua trilha de obstáculos da fé para destruir nossa camada de hábitos arraigados há muito tempo. Aquelas atitudes que se estabeleceram durante os longos anos de atividades, de expectativas altas (e muitas vezes irreais) e motivações baseadas em sucesso que apenas alimentam nossa carnalidade. Tudo isso é finalmente extirpado e começamos a entender o que Deus está executando: a renovação total de nosso ser interior. É aqui que aprendemos humildade. A coroação da obra de Deus em nosso interior.