14 setembro 2011

Na Terra Prometida

 

Na Terra Prometida

E lhes enxugará dos olhos toda lágirma, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. Apocalipse 21:4


Nunca pensei que a morte pudesse ser tão repentina, até que meu pai morreu de um ataque cardíaco. Nunca pensei que, numa questão de segundos, eu fosse perder meu pai. Perdi o homem que nos prodigalizara tanto amor e afeição. Ninguém se despediu. Nenhuma palavra foi proferida. Quando vi seu corpo sem vida, tudo o que fiz foi chorar, chorar muito, porque eu sabia que nunca mais veria seu sorriso outra vez. Nunca mais poderia abraçá-lo. Nunca mais contaria a ele minhas alegrias e tristezas. Eu ainda tinha sonhos para ele e minha mãe. Mas ele se foi, e todos esses sonhos jamais se realizariam.


Foi muito difícil aceitar que ele tinha partido para sempre. Quando ele faleceu, pensei primeiro em minha mãe. Como conviveria ela com a perda de seu amado esposo de quase 45 anos? Os dois haviam sido muito próximos. Desde o casamento, nunca houve um tempo em que eles estivessem separados. Haviam cumprido seu voto de ficar juntos na prosperidade e na adversidade. Gostavam tanto da companhia um do outro! Podiam conversar o dia inteiro, sem se cansar de relatar a mesma história vez após vez. Em certas ocasiões, eu me divertia ouvindo-os contar histórias que eu tinha ouvido quando ainda era bem pequena. E agora minha mãe ficara sem o homem com quem havia passado a vida.


O luto dominou nossa família. Minha mãe foi muito afetada pela depressão. Ficou doente e houve ocasiões em que ela deixou de comer e não conseguia dormir. Perdia peso, dia a dia. Achei que a perderia também. Contudo, pela providência e guia de Deus, conseguimos conviver com nossa perda. Ele nos fortaleceu, restaurando nosso espírito abatido. Enxugou as lágrimas dos nossos olhos.


A morte é inevitável. Pode acontecer no momento mais inesperado. Quando ocorre, pode arrasar a família. A intensidade da dor é terrível. Nós, os que ficamos, não devemos perder a esperança. Devemos ser fortes para enfrentar a realidade da morte. Acima de tudo, devemos conservar nossa fé em Deus e em nossa esperança de que algum dia estaremos com nossos queridos outra vez.
Minerva M. Alinaya
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