04 maio 2011

Cative o coração Dela Lysa Terkeurst Capítulo 10 Jogando o jogo do diálogo


 
Capítulo 10

Jogando o jogo do diálogo

Gosto muito de participar de jogos. Já estive no "o preço é justo". Está bem não é nada tão impressionante assim, especialmente depois que fui chamada e desci gritando todo o caminho até o palco, fiquei na fila dos principiantes pelo resto do programa. Mas todos têm o direito de ter quinze minutos de fama.
Não fui muito bem no jogo de conversação nos primeiros anos de meu casamento. Uma conversa típica daquela época teria sido mais ou menos assim:

Lysa: oi, querido, como foi o seu dia?

Art: Foi bom.

Lysa; O meu, também. Levei Hope e Ashley para fazer o exame anual hoje. (Querendo dizer que levei as meninas ao medico para o exame anual de saúde.)

Art: (Silenciosamente tentando entender o que eu havia dito; provavelmente pensando que o sistema de abastecimento de água de nossa casa precisava de conserto, e ao mesmo tempo não entendendo o que nossas filhas teriam a ver com tal situação.)

Lysa: (Sentindo-me um pouco frustrada com o silencio dele, que eu interpretava com uma falta de carinho.) E está tudo bem... (pensando: não parece que você esteja se importando.)
Art: (ainda tentando entender a relação entre "exames" e "sistema de abastecimento de água")

Lysa: De qualquer forma (nitidamente aborrecida), a caminho do consultório eu estava dirigindo pela rodovia Providence, e reparei que todas as arvores tinham uma fita preta a sua volta. Parece ser algum tratamento para controle de alguma praga. Você acha que as nossas arvores podem ser atingidas por essa praga? Porque, se for o caso, eu gostaria de experimentar esse tipo de fita, que provavelmente será mais seguro do que utilizar produtos químicos que podem fazer mal às crianças. Sabe, não acredito que nosso governo esteja fazendo o suficiente para proteger as crianças destes produtos químicos e inseticidas nocivos à saúde. Você acha que posso gastar algum dinheiro para comprar esse produto? Deste modo, vou precisar de mais dinheiro para as compras deste mês.

Art: (Imaginando como os exames, as filhas, as arvores e a política do governo sobre os inseticidas poderiam ter acabado com um pedido de dinheiro. Ele decide agir cuidadosamente.) Eu não sei, querida. Tenho que pensar um pouco sobre isso.

Lysa: (Abismada com a sua falta de preocupação com a saúde da família, eleva o tom de voz.) Você tem que pensar em quê? Estamos falando da vida das nossas filhas e tudo o que você tem a dizer é que precisa pensar um pouco?!

Art: (Confuso, ainda não compreendendo a relação com a saúde das meninas, mas entendendo perfeitamente o pedido de dinheiro.) Por que você é tão emotiva, e por que está sempre me amolando para que eu lhe dê mais dinheiro? (Ele percebe que não deveria ter usado a palavra "amolando", lembrando-se de que da ultima vez que a usou eu joguei alguma coisa nele. Ele lamenta a sua escolha de palavras, e por segurança se abaixa!)

Lysa: Amolando? Você chama o cuidado com as crianças de "amolar"? Você é tão insensível... você é impossível. Você não vale que eu gaste o meu fôlego falando com você! (Saindo e batendo a porta.)

Art: Mulheres! Que há com elas? E o que ela queria dizer que estava errado com o sistema de água de nossa casa?

Como conseguimos complicar a mais simples das conversas. Podemos fazer com que os menores problemas se agigantem. Um simples esclarecimento e o entendimento de que as nossas mentes processam as informações de forma diferente poderia ter evitado muitas discussões no meu casamento.
Nos últimos anos, muitos livros foram escritos para ajudar a resolver os problemas e construir "pontes" entre os homens e as mulheres. Um deles, escrito por Bill e Pam Farrel, tem o titulo Men are Like Waffles, Women are Like Spaghetti (que traduzido para o português poderia ser: Os Homens são como Waffles, as Mulheres como Espaguete). Na hilariante explicação do titulo do livro, os homens e as mulheres são descritos nos seguintes termos:
Os homens são como Waffles: "Não queremos dizer que os homens pronunciem palavras vazias, ou "enrolem" na hora de tomar decisões, e que sejam geralmente instáveis. O que queremos dizer é que os homens processam a vida em compartilhamentos. Se você olhar para um waffle, verá um conjunto de caixinhas separadas por paredes. As caixinhas são separadas umas das outras e formam espaços convenientes. É assim que um homem típico processa a vida. O nosso pensamento está dividido em caixas onde podemos armazenar cada assunto, mas somente um assunto por caixa". Bill e Pam prosseguem dizendo que os homens organizam e processam cada aspecto de sua vida em caixinhas separadas, e que gostam de dedicar algum tempo ás caixinhas onde provavelmente poderão ter maior sucesso. Eles têm caixinhas onde guardam pensamentos e recordações agradáveis, e outras, que estão vazias e que não contêm nem pensamentos nem palavras – daí a capacidade que têm de, às vezes, se "desligar".
Mas as mulheres são como espaguetes: "Em contraste com a característica de waffle dos homens, as mulheres processam a vida como um prato de macarronada. Se você olhar um prato de espaguete, perceberá que há muitos fios individuais de macarrão que tocam uns nos outros. Se você tentar acompanhar um fio no prato, interceptará muitos outros fios e até poderá passar para outro fio sem querer. É assim que as mulheres vêem a vida. Cada pensamento e cada assunto está, de algum modo, ligado aos outros pensamentos e assuntos. A vida é, para as mulheres, mais parecida com um processo. A mente dos homens não funciona assim".
Que analogia maravilhosa. Agora entendo por que Art algumas vezes se perde em nossas conversas. Sempre interpretei erroneamente as suas respostas lentas ou confusas como sinal de desinteresse. Mas, de acordo com a explicação dos Farrels, não é esse o caso. Por outro lado, eu tenho certeza de que Art recebeu a sobrecarga de informação que eu lhe passava e, enquanto passava de compartilhamento a compartimento tentando acompanhar o meu raciocínio, perguntava-se por que eu não ia diretamente ao ponto. Mas, apesar de entender agora um pouco mais sobre a vida mental compartimentada de Art, ainda sou como espaguete. É como fui feita. Muito possivelmente, é assim que sua esposa foi feita também.
Nós, mulheres, gostamos de partilhar com vocês os nossos pensamentos. No decorrer da conversa adoramos ir do ponto "A" ao ponto "C" e depois ao ponto "H" e então voltar ao "B". Raramente procuramos por respostas rápidas, fixas e sólidas; apenas queremos que vocês homens aproveitem o passeio conosco através dos nossos pensamentos mostrando um interesse genuíno. Quando vocês nos arrancam as nossas ferramentas mentais e tentam concertar o que nem achamos que estava quebrado, nos ofendemos; só queríamos compartilhar nossos pensamentos.
Na conversa apresentada neste capitulo, Art deveria ter me interrompido quando a conversa começou a saltar de um ponto a outro e pedido que eu esclarecesse. Ele teria recebido os detalhes corretos e teria feito com que eu sentisse que ele estava interessado. E eu não deveria ter tomado como ofensa pessoal a sua falta de entendimento. A melhor coisa é fazer uma porção de perguntas e permanecer atento, assim pelo menos você estará na mesma pagina, ou, como ilustra a analogia, no mesmo prato.

MELHORIA PARA O LAR – Peça a sua esposa para partilhar com você o que está no coração dela hoje. Pratique as coisas que você aprendeu neste capitulo.

PENSAMENTO PARA O DIA – Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.
Efésios 4.29

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