Texto Juízes 4.4-9.
Para o povo de Israel, a liberdade algumas vezes veio por meio de oração, passos de fé, apoio mútuo e coragem.
Débora usou seus talentos para a glória de Deus e ela pôde fazer a diferença em atitudes e palavras.
QUALIDADES E REALIZAÇÕES
— Única juíza em Israel;
— Qualidades especiais como mediadora e conselheira;
— Quando chamada para liderar, foi capaz de planejar, orientar e delegar;
— Conhecida pelo seu poder profético.
LIÇÕES DE SUA VIDA
— Deus escolhe líderes segundo os seus padrões e não os nossos;
— Os líderes sábios escolhem bons ajudantes.
I. ISRAEL E A VELHA REBELDIA EM UMA NOVA TERRA
1. Israel na Terra Prometida. O livro dos Juízes é precedido de um contexto histórico. Os filhos de Israel, que há algumas décadas sofriam no Egito como escravos, viram a mão poderosa de Deus trazendo liberdade e a promessa de dias melhores em uma terra que lhes seria dada. Receberam de Deus cidades que não construíram, moravam em casas cheias de bens, bebiam água de poços que não cavaram e usufruíram de plantações que sequer tinham semeado. Deus lhes daria tudo, com a observação de que não poderiam se esquecer dEle, do Senhor que os tirou da terra do Egito (Dt 6.10-15). As instruções eram diretas e simples. Eles deveriam seguir os mandamentos do Senhor, praticarem a justiça uns para com os outros e ensinar às gerações futuras o que Deus lhes fez presenciar. Mas entre a perspectiva e a realidade existem diferenças. Em sua onisciência, Deus sabia que os filhos de Israel se esqueceriam dos seus mandamentos; eles adorariam outros deuses e fariam o que havia sido condenado pelo Senhor na Lei de Moisés. O povo de Israel entrou na Terra Prometida, mas não se guardou da influência daquele ambiente, se deixando levar pelas mesmas práticas dos seus antigos habitantes.
2. Os juízes de Israel. A Palavra de Deus nos mostra que houve, na história de Israel, pessoas que lideraram o povo com funções diferentes. Moisés foi chamado por Deus para ser um libertador e legislador. Josué entrou como povo na terra e lhes serviu como um general para as conquistas que se seguiriam. Com a morte de Josué, Deus levantou juízes, pessoas responsáveis por resolverem questões litigiosas. Somente após o período dos juízes veio a monarquia, quando o povo de Israel pediu um rei, e Deus lhes concedeu que fossem governados por monarcas.
No período que antecede a monarquia, como vemos, havia os juízes. Estes agiam como magistrados, analisando os problemas e julgando as questões que lhes eram trazidas. No livro dos juízes, eles também foram responsáveis por livrarem Israel dos seus inimigos.
O profeta Samuel também foi um juiz: “E Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida. E ia de ano em ano e rodeava a Betel, e a Gilgal, e a Mispa; e julgava a Israel em todos aqueles lugares. Porém voltava a Ramá, porque estava ali a sua casa, e ali julgava a Israel […]” (1Sm 7.15-17). Os juízes passaram a também trazer livramentos ao povo de Israel.
3. Os dias de Débora. Após a morte de Josué e de seus contemporâneos, “outra geração após eles se levantou, que não conhecia ao SENHOR, nem tampouco a obra que fizera a Israel” (Jz 2.10). Percebe-se que não foi de um momento para outro a mudança que ocorreu no pensamento e nas atitudes dos hebreus em relação às coisas de Deus. Cada geração precisa ter sua própria experiência com Deus. A geração de Josué presenciou diversos milagres, e mesmo assim teve atitudes de rebeldia para com o Eterno e com Moisés, o líder que Deus escolheu. Se aquela geração agiu dessa forma, imagine o que deveria se esperar da geração que se seguiria? Eles se esqueceriam de Deus, mesmo tendo sido lembrados da Lei do Senhor e terem visto a promessa de Deus se cumprindo em suas vidas. Milhares de pessoas morreram no deserto por desacreditarem da fidelidade de Deus. E na geração após Josué, o povo se esqueceu de Deus (Jz 2.12).
II. UMA MULHER COM DONS E VALORES
1. Débora, a profetisa. A Palavra de Deus descreve Débora como uma mulher que profetizava e julgava a Israel. Matthew Henry comenta que o nome “Lapidote”, do esposo de Débora, significa lâmpada, e que rabinos ensinam que Débora fabricava pavios para as lâmpadas do tabernáculo. O texto não entra em detalhes a respeito do ministério de Débora como alguém que trazia os oráculos de Deus para os israelitas, nem fala quantas profecias foram dadas ao povo por ela. Entretanto, deixa claro que havia da parte de Deus uma mensagem a Baraque, pessoa escolhida pelo Senhor para libertar a Israel.
Deus enviaria livramento aos filhos de Israel, pois estes “clamaram ao SENHOR, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro e por vinte anos oprimia os filhos de Israel violentamente” (Jz 4.3). Jabim era o rei de Canaã, e tinha ao seu serviço um homem chamado Sísera. Pelo teor do texto, Jabim exercia sua opressão de forma violenta contra os hebreus, e estes clamaram ao Senhor. É triste quando uma pessoa se lembra de Deus somente nos momentos de aperto e dificuldades.
Israel, seguindo os padrões de Deus, tinha garantida uma vida protegida pelo próprio Deus, mas preferiu seguir ciclos onde era oprimido por suas desobediências.
2. Débora julgava a Israel. Débora é descrita não apenas exercendo o ministério profético em Israel, mas também julgando questões trazidas pelo povo. É importante que haja pessoas com conhecimento e sabedoria para exercer atividades como essa. Em uma coletividade, pessoas costumam ter desavenças, e em muitos desses casos, é necessária a intervenção de uma pessoa com autoridade, sabedoria, conhecimento e temor de Deus para fazer com que haja ordem e que os desentendimentos não se tomem um fator que desestruture a paz social. Observe o exemplo de Salomão que precisou julgar a causa de duas mulheres que tiveram filhos. Em uma noite, uma das crianças morreu, e a mãe que perdeu o filho trocou o corpo da criança morta pela criança viva. Ambas as mulheres levaram o caso ao Rei, e esse julgou com sabedoria aquele problema. A importância de se ter pessoas sábias tratando de dirimir conflitos é tão grande que a Bíblia diz que “todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça” (1Rs 3.28).
Se por um lado temos o exemplo de um julgamento bem feito, por outro lado, temos também na Bíblia um exemplo de um grupo de pessoas que, mesmo estando na igreja, não conseguia se acertar em suas relações sociais. A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios mostra que alguns irmãos daquela igreja chegaram a mover ações judiciais contra outros irmãos, e isso, por si só, já é questionável, mas ainda tinha algo pior destacado por Paulo: não haver na igreja pessoas que pudessem exercer juízo entre seus irmãos. Paulo chegou a perguntar: “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1Co 6.3). A falta de pessoas com sabedoria e discernimento pode custar caro para a igreja.
3. A mensagem a Baraque. Deus havia escolhido Baraque para que o seu povo fosse livre das mãos de Jabim. Mas ao que parece, Baraque sentiu-se aquém da chamada de Deus. Lembremo-nos de que nos últimos vinte anos os hebreus eram oprimidos, e os opressores tinham uma frota de 900 carros de combate, uma estrutura bélica com que Israel não contava. Não há registros de que Baraque fosse um combatente ou que tivesse experiência militar. De repente, esse homem ouve uma profetisa orientando-o a que reúna homens de duas tribos e se dirijam ao ribeiro de Quison, onde Sísera viria contra eles. Era uma situação que provavelmente deixaria algumas pessoas assustadas. Mas Deus sempre sabe o que faz.
III. A VITÓRIA QUE DEUS TROUXE
1. Débora encoraja Baraque. Diante da dúvida que Baraque teve, Débora se prontificou a acompanhá-lo na batalha. A ressalva que a juíza fez se deu pelo fato de que a vitória seria dada por Deus, mas que o homem que poderia ter sido entregue nas mãos de Baraque seria morto por uma mulher. Talvez pelo fato de tantos anos sendo dominados pelos cananeus, Baraque tivesse dúvidas sobre Deus ir com ele naquela empreitada. Mesmo pedindo uma garantia de que Deus seria com ele, Baraque reuniu os homens e obedeceu.
Pelo texto sagrado, entendemos que Baraque se sentiu inseguro diante do desafio lançado por Deus. Apesar dessa insegurança, ele foi ajudado a atender o chamado do Eterno para livrar Israel. E aqui cabe mencionar o papel de Débora nesse processo de encorajamento. De certa forma, ela pagou o preço de sua palavra profética, e creu tanto na palavra que Deus deu a Baraque que foi com ele para a guerra. Ela estava disposta a ser usada por Deus, trazendo as palavras dEle e ajudando pessoas a cumprir o que Deus falou por seu intermédio. Que possamos motivar pessoas não apenas com nossas palavras, mas também com nossas ações.
2. Deus dá vitória a Israel. A batalha aconteceu e Baraque obedeceu ao mandado de Deus, e a vitória lhe foi dada. De acordo com Flávio Josefo, Deus fez chover granizo, de tal forma que os cananeus tiveram seu poder de fogo reduzido, e foram derrotados pelos israelitas. Os carros de ferro de Sísera em nada puderam ajudar, pois a tempestade transformou em lama o solo daquele local, deixando os carros inoperantes. No fim, Deus trouxe a vitória ao seu povo, como havia prometido. Somente Ele poderia tornar intransitável o solo para os carros de ferro, transformando objetos que eram, em tese, uma vantagem competitiva, em um embaraço ao avanço na guerra contra os hebreus.
3. O preço de se crer ou não no que Deus disse. Nem sempre as pessoas estão dispostas a crer imediatamente no que Deus disse. Baraque teve dificuldades para acreditar que Deus estaria com ele naquela empreitada, e pagou o preço de não ser o responsável por trazer uma vitória completa a Israel. A vitória veio de Deus, por meio de Baraque e de Jael. O grande inimigo dos israelitas tombou numa tenda particular, e não no campo de batalha.
Há formas adequadas de pedir a presença de Deus em certas empreitadas. No caso de Baraque, houve um condicionamento na obediência. Se a profetisa fosse com ele, então ele iria à guerra (Jz 4.8). Ambos foram à guerra, e Deus lhes deu a vitória.
CONCLUSÃO
Ser usado por Deus em palavras é tão importante quanto ser usado em ações. Débora se destacou no livro dos Juízes por ser mais do que uma profetisa. Ela creu tanto no que Deus disse por seu intermédio que foi à batalha com Baraque. Ela entendeu que a sua presença seria um fator de incentivo ao homem que Deus havia escolhido para libertar Israel. Não basta ter conosco somente a Palavra de Deus, é preciso dar mostras de que confiamos em Deus para agir em seu nome com outras pessoas.
— Única juíza em Israel;
— Qualidades especiais como mediadora e conselheira;
— Quando chamada para liderar, foi capaz de planejar, orientar e delegar;
— Conhecida pelo seu poder profético.
LIÇÕES DE SUA VIDA
— Deus escolhe líderes segundo os seus padrões e não os nossos;
— Os líderes sábios escolhem bons ajudantes.
I. ISRAEL E A VELHA REBELDIA EM UMA NOVA TERRA
1. Israel na Terra Prometida. O livro dos Juízes é precedido de um contexto histórico. Os filhos de Israel, que há algumas décadas sofriam no Egito como escravos, viram a mão poderosa de Deus trazendo liberdade e a promessa de dias melhores em uma terra que lhes seria dada. Receberam de Deus cidades que não construíram, moravam em casas cheias de bens, bebiam água de poços que não cavaram e usufruíram de plantações que sequer tinham semeado. Deus lhes daria tudo, com a observação de que não poderiam se esquecer dEle, do Senhor que os tirou da terra do Egito (Dt 6.10-15). As instruções eram diretas e simples. Eles deveriam seguir os mandamentos do Senhor, praticarem a justiça uns para com os outros e ensinar às gerações futuras o que Deus lhes fez presenciar. Mas entre a perspectiva e a realidade existem diferenças. Em sua onisciência, Deus sabia que os filhos de Israel se esqueceriam dos seus mandamentos; eles adorariam outros deuses e fariam o que havia sido condenado pelo Senhor na Lei de Moisés. O povo de Israel entrou na Terra Prometida, mas não se guardou da influência daquele ambiente, se deixando levar pelas mesmas práticas dos seus antigos habitantes.
2. Os juízes de Israel. A Palavra de Deus nos mostra que houve, na história de Israel, pessoas que lideraram o povo com funções diferentes. Moisés foi chamado por Deus para ser um libertador e legislador. Josué entrou como povo na terra e lhes serviu como um general para as conquistas que se seguiriam. Com a morte de Josué, Deus levantou juízes, pessoas responsáveis por resolverem questões litigiosas. Somente após o período dos juízes veio a monarquia, quando o povo de Israel pediu um rei, e Deus lhes concedeu que fossem governados por monarcas.
No período que antecede a monarquia, como vemos, havia os juízes. Estes agiam como magistrados, analisando os problemas e julgando as questões que lhes eram trazidas. No livro dos juízes, eles também foram responsáveis por livrarem Israel dos seus inimigos.
O profeta Samuel também foi um juiz: “E Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida. E ia de ano em ano e rodeava a Betel, e a Gilgal, e a Mispa; e julgava a Israel em todos aqueles lugares. Porém voltava a Ramá, porque estava ali a sua casa, e ali julgava a Israel […]” (1Sm 7.15-17). Os juízes passaram a também trazer livramentos ao povo de Israel.
3. Os dias de Débora. Após a morte de Josué e de seus contemporâneos, “outra geração após eles se levantou, que não conhecia ao SENHOR, nem tampouco a obra que fizera a Israel” (Jz 2.10). Percebe-se que não foi de um momento para outro a mudança que ocorreu no pensamento e nas atitudes dos hebreus em relação às coisas de Deus. Cada geração precisa ter sua própria experiência com Deus. A geração de Josué presenciou diversos milagres, e mesmo assim teve atitudes de rebeldia para com o Eterno e com Moisés, o líder que Deus escolheu. Se aquela geração agiu dessa forma, imagine o que deveria se esperar da geração que se seguiria? Eles se esqueceriam de Deus, mesmo tendo sido lembrados da Lei do Senhor e terem visto a promessa de Deus se cumprindo em suas vidas. Milhares de pessoas morreram no deserto por desacreditarem da fidelidade de Deus. E na geração após Josué, o povo se esqueceu de Deus (Jz 2.12).
II. UMA MULHER COM DONS E VALORES
1. Débora, a profetisa. A Palavra de Deus descreve Débora como uma mulher que profetizava e julgava a Israel. Matthew Henry comenta que o nome “Lapidote”, do esposo de Débora, significa lâmpada, e que rabinos ensinam que Débora fabricava pavios para as lâmpadas do tabernáculo. O texto não entra em detalhes a respeito do ministério de Débora como alguém que trazia os oráculos de Deus para os israelitas, nem fala quantas profecias foram dadas ao povo por ela. Entretanto, deixa claro que havia da parte de Deus uma mensagem a Baraque, pessoa escolhida pelo Senhor para libertar a Israel.
Deus enviaria livramento aos filhos de Israel, pois estes “clamaram ao SENHOR, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro e por vinte anos oprimia os filhos de Israel violentamente” (Jz 4.3). Jabim era o rei de Canaã, e tinha ao seu serviço um homem chamado Sísera. Pelo teor do texto, Jabim exercia sua opressão de forma violenta contra os hebreus, e estes clamaram ao Senhor. É triste quando uma pessoa se lembra de Deus somente nos momentos de aperto e dificuldades.
Israel, seguindo os padrões de Deus, tinha garantida uma vida protegida pelo próprio Deus, mas preferiu seguir ciclos onde era oprimido por suas desobediências.
2. Débora julgava a Israel. Débora é descrita não apenas exercendo o ministério profético em Israel, mas também julgando questões trazidas pelo povo. É importante que haja pessoas com conhecimento e sabedoria para exercer atividades como essa. Em uma coletividade, pessoas costumam ter desavenças, e em muitos desses casos, é necessária a intervenção de uma pessoa com autoridade, sabedoria, conhecimento e temor de Deus para fazer com que haja ordem e que os desentendimentos não se tomem um fator que desestruture a paz social. Observe o exemplo de Salomão que precisou julgar a causa de duas mulheres que tiveram filhos. Em uma noite, uma das crianças morreu, e a mãe que perdeu o filho trocou o corpo da criança morta pela criança viva. Ambas as mulheres levaram o caso ao Rei, e esse julgou com sabedoria aquele problema. A importância de se ter pessoas sábias tratando de dirimir conflitos é tão grande que a Bíblia diz que “todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça” (1Rs 3.28).
Se por um lado temos o exemplo de um julgamento bem feito, por outro lado, temos também na Bíblia um exemplo de um grupo de pessoas que, mesmo estando na igreja, não conseguia se acertar em suas relações sociais. A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios mostra que alguns irmãos daquela igreja chegaram a mover ações judiciais contra outros irmãos, e isso, por si só, já é questionável, mas ainda tinha algo pior destacado por Paulo: não haver na igreja pessoas que pudessem exercer juízo entre seus irmãos. Paulo chegou a perguntar: “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1Co 6.3). A falta de pessoas com sabedoria e discernimento pode custar caro para a igreja.
3. A mensagem a Baraque. Deus havia escolhido Baraque para que o seu povo fosse livre das mãos de Jabim. Mas ao que parece, Baraque sentiu-se aquém da chamada de Deus. Lembremo-nos de que nos últimos vinte anos os hebreus eram oprimidos, e os opressores tinham uma frota de 900 carros de combate, uma estrutura bélica com que Israel não contava. Não há registros de que Baraque fosse um combatente ou que tivesse experiência militar. De repente, esse homem ouve uma profetisa orientando-o a que reúna homens de duas tribos e se dirijam ao ribeiro de Quison, onde Sísera viria contra eles. Era uma situação que provavelmente deixaria algumas pessoas assustadas. Mas Deus sempre sabe o que faz.
III. A VITÓRIA QUE DEUS TROUXE
1. Débora encoraja Baraque. Diante da dúvida que Baraque teve, Débora se prontificou a acompanhá-lo na batalha. A ressalva que a juíza fez se deu pelo fato de que a vitória seria dada por Deus, mas que o homem que poderia ter sido entregue nas mãos de Baraque seria morto por uma mulher. Talvez pelo fato de tantos anos sendo dominados pelos cananeus, Baraque tivesse dúvidas sobre Deus ir com ele naquela empreitada. Mesmo pedindo uma garantia de que Deus seria com ele, Baraque reuniu os homens e obedeceu.
Pelo texto sagrado, entendemos que Baraque se sentiu inseguro diante do desafio lançado por Deus. Apesar dessa insegurança, ele foi ajudado a atender o chamado do Eterno para livrar Israel. E aqui cabe mencionar o papel de Débora nesse processo de encorajamento. De certa forma, ela pagou o preço de sua palavra profética, e creu tanto na palavra que Deus deu a Baraque que foi com ele para a guerra. Ela estava disposta a ser usada por Deus, trazendo as palavras dEle e ajudando pessoas a cumprir o que Deus falou por seu intermédio. Que possamos motivar pessoas não apenas com nossas palavras, mas também com nossas ações.
2. Deus dá vitória a Israel. A batalha aconteceu e Baraque obedeceu ao mandado de Deus, e a vitória lhe foi dada. De acordo com Flávio Josefo, Deus fez chover granizo, de tal forma que os cananeus tiveram seu poder de fogo reduzido, e foram derrotados pelos israelitas. Os carros de ferro de Sísera em nada puderam ajudar, pois a tempestade transformou em lama o solo daquele local, deixando os carros inoperantes. No fim, Deus trouxe a vitória ao seu povo, como havia prometido. Somente Ele poderia tornar intransitável o solo para os carros de ferro, transformando objetos que eram, em tese, uma vantagem competitiva, em um embaraço ao avanço na guerra contra os hebreus.
3. O preço de se crer ou não no que Deus disse. Nem sempre as pessoas estão dispostas a crer imediatamente no que Deus disse. Baraque teve dificuldades para acreditar que Deus estaria com ele naquela empreitada, e pagou o preço de não ser o responsável por trazer uma vitória completa a Israel. A vitória veio de Deus, por meio de Baraque e de Jael. O grande inimigo dos israelitas tombou numa tenda particular, e não no campo de batalha.
Há formas adequadas de pedir a presença de Deus em certas empreitadas. No caso de Baraque, houve um condicionamento na obediência. Se a profetisa fosse com ele, então ele iria à guerra (Jz 4.8). Ambos foram à guerra, e Deus lhes deu a vitória.
CONCLUSÃO
Ser usado por Deus em palavras é tão importante quanto ser usado em ações. Débora se destacou no livro dos Juízes por ser mais do que uma profetisa. Ela creu tanto no que Deus disse por seu intermédio que foi à batalha com Baraque. Ela entendeu que a sua presença seria um fator de incentivo ao homem que Deus havia escolhido para libertar Israel. Não basta ter conosco somente a Palavra de Deus, é preciso dar mostras de que confiamos em Deus para agir em seu nome com outras pessoas.
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