28 outubro 2023

12º A Comunhão da Família de Deus

 

  • A importância de manter vínculos de comunhão na Igreja;
  • O que é uma célula da igreja;
  • Como ter comunhão com os santos.

O cristianismo não é para ser vivido sozinho. A vida em comunidade é a forma bíblica de vivermos a vida cristã. Quanto mais você crescer em Deus e alcançar intimidade com Ele, mais próximo você estará das pessoas, dos irmãos. Imagine um círculo.

Agora pense que Deus está no meio desse círculo e nós, na periferia, na beirada. Pode ser que eu esteja de um lado do círculo e você do outro, mas, à medida que nos aproximamos de Deus, surpreendentemente, nos aproximamos um do outro. A única maneira de demostrarmos nossa intimidade com Deus é na comunhão com os irmãos.

  1. Por que a comunhão é tão importante?

Não importa a sua teologia correta, os seus dons extraordinários ou sua visão ampla e estratégica: se você é individualista e não tem comunhão com a igreja, está fora da vontade de Deus.

Sem comunhão você é um tijolo fora da construção, um membro fora do corpo, um soldado perdido no campo de batalha, ou seja, uma incoerência, uma contradição, uma vida sem propósito. Você precisa se relacionar na igreja por inúmeras razões:

  1. Você é parte de uma mesma família

A Bíblia ensina que somos da família de Deus

Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente

aos da família da fé. (Gálatas 6.10)

Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da

família de Deus. (Ef 2.19)

O que une você a seus irmãos naturais é muito mais que viver debaixo do mesmo teto. Você leva a mesma carga genética da sua família.

O mesmo se aplica à igreja. Somos uma família, não só porque cultuamos a Deus no mesmo local, mas porque compartilhamos a mesma vida que vem de Cristo, temos a mesma carga genética espiritual: somos filhos de Deus. Um cão não pode ter comunhão com um gato, nem um rato com um elefante. Não possuem o mesmo tipo de vida. Porque você agora é luz, não pode mais ter comunhão com as trevas. Você não consegue mais manter um relacionamento estreito, de compartilhamento profundo com aquele que não possui a vida de Deus dentro de si. Para esse tipo de convivência, você precisa da sua família espiritual.

  1. Você não pode crescer sozinho

Assim como uma criança aprende com seus pais e irmãos mais velhos, você também precisa de irmãos e pais espirituais para crescer em Deus. Negligenciar isso só trará prejuízos para você.

Existem igrejas aonde as pessoas vão apenas para fazer campanhas e buscar uma bênção. Não é errado, mas isso não é ser Igreja. Além do mais, apenas tais ações não o levarão a crescer. Há ocasiões em que você precisa ser exortado, corrigido, motivado ou encorajado, algumas vezes carregado e, provavelmente, muitas vezes, perdoado.

Para crescer, você precisa ter compromisso e relacionamento com Deus é a única forma de tê-los é através do Seu corpo, a Igreja.

  1. A comunhão é segurança para você

Não é difícil imaginar o que acontece com uma brasa sozinha, fora do braseiro. Nem tampouco é preciso discutir a inutilidade de um soldado que vai sozinho para a guerra. A comunhão da Igreja é segurança espiritual para você. Por meio dela, seu fogo é mantido e suas batalhas são vencidas. Aprendemos em Eclesiastes que o cordão de três dobras não se rompe facilmente.

Melhor é serem dois do que um… Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai,

porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois

dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? Se alguém quiser

prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com

facilidade. (Ec 4.9-12)

  1. Cristo se manifesta na comunhão

Normalmente, as pessoas se expressam por meio do próprio corpo. Porém, se de alguma forma o nosso corpo está inválido, então não temos como nos expressar e fazer o que queremos. O mesmo princípio se aplica a Cristo e à Igreja. A Igreja é o corpo de Cristo e é por meio dela que Ele se expressa. Por isso Ele disse que “onde houver dois ou três reunidos no nome dele, ali ele estará no meio deles” (Mt 18.20). De certa forma, estar fora da comunhão é estar distante da presença do Senhor.

  1. Há poder quando estamos juntos

Jesus disse:

…se dois dentre nós, sobre a Terra, concordarmos a respeito de qualquer coisa que,

porventura, pedirmos, ser-nos-á concedida pelo nosso Pai, que está nos Céus. (Mt 18.19)

Existem certas orações que só serão atendidas se orarmos juntos, em concordância, em comunhão. Há muita coisa que você poderá fazer sozinho, mas as maiores e as mais importantes sempre deverá fazer em equipe, seja na célula ou na igreja.

  1. A comunhão convence o mundo de que Jesus é Deus

Uma das orações mais fantásticas da história está em João 17. Ali, Jesus pede ao Pai algo simplesmente espantoso: para que os irmãos na igreja sejam um, assim como Ele e o Pai são um. Você consegue imaginar isso? Jesus é um só Deus junto com o Pai.

Mas, o mais extraordinário é o motivo pelo qual fez essa oração.

Ele disse:

E como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo

creia que tu me enviaste. (Jo 17.21 e 23)

O mundo somente crerá em Jesus, se vivermos uma vida de comunhão e unidade. A comunhão ganha mais gente para o reino de Deus do que o evangelismo. Na verdade, Jesus disse que só nos reconheceriam como seus discípulos se amássemos uns aos outros (Jo 13.35). A comunhão é o meio pelo qual expressamos esse amor ao mundo.

  1. Somos membros uns dos outros

A ordem de Deus para nós é que sirvamos uns aos outros.

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da

multiforme graça de Deus. (1Pe 4.10)

A Igreja é o sonho que estava oculto no coração de Deus desde a eternidade. Você tem o privilégio de ser parte desse sonho de Deus.

A palavra comunhão, no original grego, é Koinnonia. E, literalmente significa vida compartilhada. Ninguém possui a plenitude de Cristo dentro de si. Mas, quando temos comunhão, é como se as diversas partes se ajuntassem e formassem um todo, então a plenitude do Senhor se manifesta.

  1. Como ter comunhão numa igreja tão grande?

Comunhão é muito mais que ir ao culto e sentar-se ao lado de um irmão cujo nome, provavelmente, você nem sabe. Existe uma comunhão espiritual que une todos os crentes de todas as épocas. Isto é real e muito bom, mas nós também precisamos de uma comunhão viva que envolva comunicação.

Todos necessitamos conhecer a ser conhecidos, compartilhar nossa vida e nos sentir parte de uma comunidade. Por isso, o tamanho da igreja pode, a princípio, assustar você. Mas não se preocupe. Quando nos reunimos em células, também podemos ser uma igreja bem pequena.

Nas celebrações de domingo, você terá comunhão com toda a igreja, no espírito. Mas, durante a semana, nas células, você desfrutará da vida da igreja, da comunhão dos irmãos de forma prática e íntima.

  1. Dois tipos de reuniões

Na Videira, temos dois tipos de reunião: a celebração, aos domingos, e a célula. Na reunião de celebração, aprendemos a Palavra e ministramos a Deus como Corpo. Na célula, servimos uns aos outros, conhecemos e somos conhecidos uns pelos outros.

  1. O que é uma célula?

A célula é um local de vida. São ramos da Videira espalhados por toda a cidade. É o nosso jeito de ser Igreja.

De maneira prática, a célula é um grupo de 5 a 15 pessoas que se reúne semanalmente para aprender como ser uma família, adora ao Senhor, edificar a vida espiritual uns dos outros, orar uns pelos outros e levar pessoas a Cristo.

Normalmente, cada célula possui, no mínimo, cinco pessoas e não deveria ultrapassar o limite de quinze membros. Quando chega a esse limite, deve se multiplicar, ou seja, dividir-se em duas novas células. Você, certamente, já está participando de uma célula que brevemente se multiplicará e, então, poderá ver esse processo maravilhoso acontecendo.

  1. Os objetivos de uma célula

De forma geral, a finalidade da célula é ser igreja de maneira prática, ministrando uns aos outros. Resumimos seus objetivos em quatro pontos:

Comunhão – através do desenvolvimento de uma vida compartilhada, alvos comuns e aliança mútua entre todos os membros.

Ensino – proporcionando um ambiente favorável ao crescimento espiritual, aprendizado prático e disciplina em amor.

Multiplicação – é onde alimentamos, guardamos e suprimos os novos irmãos.

Serviço – na célula, cada membro é um ministro que exercita seus dons para o serviço mútuo.

Atos 2.42-47 constitui um retrato daquilo que estamos buscando nas células:

  • E perseveravam na doutrina dos apóstolos…
  • … e na comunhão, no partir do pão…
  • … e nas orações…
  • … todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum…
  • … distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidades.
  • Perseveravam unânimes no templo…
  • … partiam o pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração…
  • … enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.

As células são a nossa expressão como Igreja. Não nos preocupamos em realizar atividades diferentes ou ter programações variadas. O que fazemos é concentrar-nos num único objetivo: edificar células fortes que se multipliquem a cada ano.

É nas células que nossa igreja acontece. Ensino, cuidado mútuo, compartilhamento, amor, encorajamento, dons, serviço, tudo é feito nelas e através delas, afinal, nós somos uma igreja em células.

  1. Dicas

A Bíblia ensina muitas maneiras de termos comunhão com os irmãos. Pratique-as em sua célula:

  • Ame os irmãos.

Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. (Jo 13.34).

  • Acolha os novos.

Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu, para a glória de Deus. (Rm 15.7)

  • Beije-os quando os encontrar.

Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor. (1Pe 5.14)

  • Coopere com os irmãos.

Para que não haja divisão no Corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. (1Co 12.25)

  • Sujeite-as a eles.

Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. (Ef 5.21)

  • Não julgue a ninguém.

Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. (Rm 14.13)

  • Não fale mal.

Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da Lei e julga a Lei; ora, se julgas a lei, não és observador da Lei, mas juiz. (Tg 4.11)

  • Não reclame dos outros.

Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas. (Tg 5.9)

  • Não brigue.

Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. (Gl 5.15)

  • Não seja exibido.

Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros. (Gl 5.26)

  • Não minta.

Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem, que se refaz para o pleno conhecimento segundo a imagem daquele que o criou. (Cl 3.9-10)

  • Edifique os irmãos.

Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo. (1Ts 5.11)

  • Instrua e aconselhe.

Habite, ricamente, em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. (Cl 3.16)

  • Exorte nas reuniões.

Pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama

Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado. (Hb 3.13)

  • Sirva aos irmãos.

Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade

para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. (Gl 5.13)

  • Ajude-os a levar as cargas

Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. (Gl 6.2)

  • Seja hospitaleiro.

Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. (1Pe 4.9)

  • Perdoe a quem o ofender.

Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos

outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. (Ef 4.32)

  • Não se veja mais santo que os outros.

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para

serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. (Tg 5.16)

  • Suporte os mais fracos.

Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não

agradar-nos a nós mesmos. (Rm 15.1)

  • Agrade aos irmãos.

Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação. Porque

também Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos

que te ultrajavam caíram sobre mim. (Rm 15.2,30

  • Sofra o dano.

O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não

sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano? (1Co 6.7)

  • Considere o outro superior.

Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada

um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é

propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. (Fp 2.1-3)

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