Postado por Presbítero André Sanchez
Você pergunta: Tenho um amigo que é dessas igrejas que prega muito sobre prosperidade! Ele me disse que o pastor ensinou que temos que provar Deus, que Deus nos permite exigir Dele o que é nosso através da oração e através do dízimo. Segundo ele, quando damos o dízimo, Deus colocou na sua lei que Ele (Deus) se torna obrigado a nos atender! Confesso que fiquei confuso com esses conceitos, porém, o texto sobre provar Deus existe em Malaquias. Como entendê-lo?
Caro leitor, de início já posso lhe dizer que no texto de Malaquias 3:10 em nenhum momento ensina que temos em nossas mãos o poder de determinar algo a Deus ou até de exigir uma coisa que queremos Dele. O que precisamos entender é o que Deus quis comunicar ali com relação a atitude daquele povo diante Dele. Vamos fazer isso?
Por que Deus disse “fazei prova de mim”?
(1) Todo o livro de Malaquias tem como pano de fundo a infidelidade do povo de Israel a Deus. Todo o livro de Malaquias tem como pano de fundo a infidelidade do povo de Israel a Deus. Entre as lideranças religiosas e entre o povo comum havia uma infidelidade à aliança feita com Deus!
Em Malaquias 3:6-12 temos uma reprovação de Deus quando a infidelidade do povo nos dízimos e nas ofertas. Isso mostrava um povo egoísta e que não estava observando com retidão as leis de Deus. Deus usa ali palavras duras, chamando o povo de ladrões (Malaquias 3:8).
Deus também deixa claro que essa atitude deles trazia sobre eles as maldições descritas na aliança (Malaquias 3:9). Essa é a parte da repreensão que chamamos de “negativa”.
(2) Na parte “positiva” da repreensão, Deus diz o seguinte: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Malaquias 3:10).
Logo de início a ordem “trazei todos os dízimos” relembra o povo de sua obrigação dentro da aliança feita com Deus. Essa obrigação de obedecer não era uma obrigação unilateral, ou seja, onde as pessoas tinham que obedecer e não recebiam nada em troca. Antes, existia também um compromisso do próprio Deus em abençoar o povo se eles fossem obedientes.
Fazei prova de mim é um incentivo a obediência
(3) Deus continua e manda o povo: “fazei prova de mim”. Muitos entendem de forma errada esse trecho. Deus não está aqui dando poder ao homem de aplicar provações ao próprio Deus.
O que Deus está fazendo aqui é chamando o Seu povo a desafiar, a testar a Sua fidelidade. Em outras palavras, Deus está dizendo algo como “experimentem ser obedientes e verão como derramo grandiosas bênçãos sobre suas vidas”.
Deus não precisa provar a Sua fidelidade, pois Nele habita toda a justiça, mas aqui Ele dá essa abertura para que as pessoas, cegadas pela desobediência, viessem a obedecer e verificassem a grandeza das bênção do Pai sendo derramadas na vida delas.
(4) Geralmente a palavra provação é usada na Bíblia relacionada a Deus aplicando testes na vida das pessoas com objetivos de abençoá-las.
Mas aqui em Malaquias Deus diz “fazei prova de mim”, ou seja, Ele inverte o que estamos acostumados e nos dá a abertura de nós fazermos um “teste” com Ele, ou seja, o teste de sermos obedientes e verificarmos as bênçãos sem medida que serão derramadas.
A expressão usada é “abrir as janelas dos céus e derramar bênçãos sem medida”. Se o povo fosse obediente seria impactado com bênçãos inimagináveis vindas diretamente das mãos do próprio Deus! Como é bom e positivo sermos obedientes ao Senhor! É isso que ele queria que o povo percebesse!
Esse princípio de um Deus abençoador não é exclusivo do tempo da Lei. No tempo da graça, o autor de Hebreus nos lembra a grandeza da extensão da bênção de Deus, que é justo e olha com olhar abençoador para Seus servos:
“Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos” (Hebreus 6:10).
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