02 julho 2023

 


Brincar de Halloween no Dia da Reforma?

 

por [www.instagram.com/falecomwallace ]@falecomwallace  
Para muitos, Halloween é apenas uma grande brincadeira inofensiva, da qual os cristãos, especialmente os jovens, podem participar sem peso na consciência. Há, inclusive, denominações evangélicas que, para não terem problema com a consciência, substituem festas pagãs por festas gospel, mantendo as características originais das celebrações. Por exemplo, a festa "jesuína" substitui a junina, e o "Jesusween" ou o "Elohin" são colocados no lugar do Halloween. Mas, e a relação dessa festa com o ocultismo e o satanismo?
É lamentável que, no fim do mês de outubro, pastores se lembrem do Dia das Bruxas e se esquecem da Reforma Protestante! Ignoram eles o que fez Martinho Lutero, na manhã de 31 de outubro de 1517, véspera do Dia de Todos os Santos? Aquele sacerdote, professor de teologia e filho de um minerador bem-sucedido, questionou a autoridade papal, as indulgências e outros desvios da Igreja Católica Romana. Não sabem eles que, depois do Pentecostes, a Reforma Protestante foi o maior movimento da Igreja?
Naquela manhã, Lutero afixou na porta da Catedral de Wittenberg (pronuncia-se "vitemberk") um pergaminho que continha 95 declarações. Estas, conhecidas como teses, eram quase todas relacionadas com a venda de indulgências, pacotes caros pagos pelo perdão, inclusive das pessoas que já haviam partido para a eternidade.
Em junho de 1520, Lutero foi excomungado por uma bula — decreto do papa que continha o seu selo oficial —, mas em dezembro, com ousadia, ele queimou esse documento em reunião pública, à porta de Wittenberg, diante de uma assembleia de professores, estudantes e o povo. Em 1521, Lutero foi intimado a comparecer ante as autoridades romanistas, em Worms. E declarou: "Irei, ainda que me cerquem tantos demônios quantas são as telhas dos telhados".
E, naquele ano, no dia 17 de abril, ele se apresentou à Dieta do Concílio Supremo, presidida pelo imperador Carlos V. Para escapar da morte, teria de se retratar. Mas ele não faria isso, a menos que fosse desaprovado pelas próprias Escrituras. E asseverou perante todos: "Aqui estou. Não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém". Considerado herege, ao regressar à sua cidade Lutero foi cercado e levado por soldados ao castelo de Wartzburg, na Turíngia, onde ficaria "guardado".
Ali, ele traduziu o Novo Testamento para o alemão, obra que, por si só, o teria imortalizado. Quando voltou a Wittenberg, reassumiu a direção do movimento a favor da Igreja Reformada, e a partir daí os princípios da Reforma Protestante se espalharam por toda a Europa, com ajuda de homens de valor, como Zuínglio, Calvino, João Knox etc. E, ao longo dos séculos, continuaram sendo difundidos por todo o mundo através de Armínio, Wesley, Spurgeon, Moody e tantos outros.
Assim como muitos teólogos estão fazendo hoje, os católicos romanos haviam substituído a autoridade da Bíblia pela autoridade da igreja. Eles ensinavam que a igreja era infalível e que a autoridade da Bíblia procedia da tradição. Os reformadores afirmavam que as Escrituras eram a sua regra de fé, de prática e de viver, e que não se devia aceitar nenhuma doutrina que não fosse ensinada por elas.
Portanto, a Reforma Protestante, ao combater as heresias romanistas, devolveu a Bíblia ao povo, que estava sem rumo. Nos dias de hoje, nesses tempos tão difíceis e trabalhosos, em que muitos estão brincando com o pecado e até com festas satânicas, quantos cristãos sérios estão dispostos a protestar contra as heresias verificadas entre nós (2 Pe 2.1; At 20.28), à semelhança de Lutero? Não é tempo de brincadeira. É tempo de pregar os cinco lemas da Reforma: Somente as Escrituras; somente a fé; somente a graça; somente Cristo; e a Deus toda a glória.

BIOGRAFIAS:

Recomendamos a leitura: Gonzáles, J. A Era dos Mártires. p.79-132; Cairns Earle; O Cristianismo Através dos Séculos, p.85-98

Extraído de H. Henry Meeter, La Iglesia y el Estado (Grand Rapids, TELL, 1963), pp. 93-101. Este livro originalmente foi publicado sob o título de THE BASIC IDEAS OF CALVINISM.

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