21 junho 2022

Lição 7: Fidelidade e diligência na obra de Deus-Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje



Comentarista: Elienai Cabral 

TEXTO ÁUREO
“Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel” (1Co 4.2).

VERDADE PRÁTICA
A fidelidade em tudo, no pouco e no muito, é imprescindível ao servo de Deus.

— 1Co 4.2; 2Tm 2.2 A fidelidade no uso dos talentos é indispensável
— Jo 20.21 Fomos comissionados pelo Senhor Jesus
— Fp 2.12 A obra do Senhor deve ser feita com temor e tremor
— Tg 2.17,18 A verdadeira fé expressa-se pelas boas obras
— Ez 28.11-19 Talentos usados contra Deus
— Sl 58.11; Lm 3.64; Os 4.9 A recompensa do Senhor

LEITURA BÍBLICA
Mateus 25.14-30.  14 — Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens,15 — e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.16 — E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos.
17 — Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois.18 — Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor.19 — E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.20 — Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com eles.21 — E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.22 — E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles ganhei outros dois talentos.23 — Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.24 — Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;25 — e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.26 — Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei;27 — devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros.28 — Tirai-lhe, pois o talento e dai-o ao que tem os dez talentos.29 — Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado.30 — Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.

OBJETIVOS
Definir talento em seu sentido histórico e figurado.
Narrar a parábola destacando seus principais elementos.
Explicar o ensino fundamental da parábola.

INTRODUÇÃO
Qualquer homem possui habilidades naturais a fim de utilizá-las a serviço do Senhor (Sl 68.18). E não somente isso, mas também contamos com o auxílio de dons sobrenaturais concedidos por Deus. É importante  trabalharmos em prol do Reino não simplesmente para cumprir uma ordem, mas pela gratidão a Deus em virtude da nova posição que ocupamos em Cristo.

A Parábola dos Talentos descreve um episódio relacionado a um homem que, antes de se ausentar de sua pátria, convoca seus servos e distribui a cada um deles parte de seus bens. A um concedeu dez talentos; a outro, dois; e ao seguinte, um, a fim de os negociarem até o seu retorno. Essa distribuição, segundo o texto, foi realizada de acordo com a capacidade de cada servo (v.15). Aquele que havia recebido um talento escondeu-o, provando, pela sua negligência, que seu senhor estava certo em dar-lhe este valor. Os outros duplicaram a importância recebida. Os servos fiéis foram elogiados pelo lucro produzido, ao passo que o infiel, além de perder seu talento, foi considerado mau e negligente. Por meio desta parábola, aprendemos que o Senhor nos concede dons, habilidades e oportunidades para trabalharmos em sua obra, mas em breve, teremos de prestar-lhe contas do que fizemos com todas essas dádivas. O Senhor espera que administremos com fidelidade e diligência todos os talentos que Ele nos concedeu.

Existe um paralelo entre as Parábolas dos Talentos e das Minas em Lucas 19.11-27.

Na parábola das minas, a cada servo foi entregue o mesmo valor; a mesma responsabilidade: “uma mina” (v.13), mas a recompensa variou conforme o trabalho efetuado pelos servos (vv.16-26).

Na dos talentos, variou a quantidade de talentos para cada servo (Mt 25.15), mas a recompensa foi a mesma para todos (vv.23,24). A primeira parábola destaca a fidelidade do crente nas mínimas coisas, e a segunda, a fidelidade nas grandes coisas, no serviço do Senhor. Ambas as parábolas tratam a fundo do valor da diligência na casa de Deus.

I. A DISTRIBUIÇÃO DOS TALENTOS (Mt 25.14,15)
1. O que era talento? A ideia principal desta parábola é a de um homem rico que, ao retirar-se de seu país, distribuiu talentos aos seus servos conforme a capacidade de administrar de cada um. Nos dias de Jesus, o talento era uma moeda de muito valor. Um talento equivalia a alguns milhares de denários, e um denário era a remuneração diária de um trabalhador (Mt 20.2).

2. O significado dos talentos na parábola. Esses talentos representam habilidades naturais ou espirituais, tempo, recursos e oportunidades que cada pessoa recebe de Deus para utilizá-los em seu serviço. Isto é, recebemos do Senhor para administrá-los em favor do seu reino. Tudo o que temos e somos advém de nosso Senhor Jesus Cristo, pois todas as coisas foram criadas nele, por Ele e para Ele (Cl 1.16), e, sem Ele, nada somos e nada podemos fazer (Jo 15.5). Cada pessoa, em particular, é dotada de algum talento com o qual poderá trabalhar para o Senhor e receber a devida recompensa.

3. Talentos repartidos entre os servos (Mt 25.15). O Senhor repartiu os talentos de forma proporcional à capacidade de cada um para negociar, a fim de que cada servo pudesse ser bem-sucedido em suas atividades. Não se trata de algum tipo de discriminação, mas da potencialidade individual, espiritual e comum de cada crente para servir. O importante é que todos desempenhem satisfatoriamente os seus trabalhos e desenvolvam suas aptidões na obra de Deus. Segundo a parábola, aquele senhor entregou a um servo cinco talentos; a outro, dois e ao terceiro, um. Cada servo deveria empregá-los da melhor forma possível.

II. O TRABALHO DOS SERVOS (Mt 25.15-18)
1. O que recebeu cinco talentos (vv.16,19-21). Era, indiscutivelmente, talentoso! Tanto que, imediatamente após a saída de seu senhor, não perdeu tempo, pôs-se a trabalhar com diligência. Diz o texto que esse servo “negociou com eles e granjeou outros cinco talentos” (Mt 25.16,20). O verdadeiro cristão esmera-se em negociar seus talentos, fazendo-os multiplicar. Não é indolente, antes, é diligente em tudo que faz. Confia no seu Senhor e o tem por justo, porquanto sabe que na volta dEle receberá seu galardão (1Co 15.10; Fp 4.13).

2. O que recebeu dois talentos (vv.17,22,23). Mesmo havendo recebido apenas dois talentos, não teve inveja ou ciúmes do que recebera cinco, pois reconhecia seus limites. Isto nos ensina que o Senhor sabe exatamente quantos talentos podemos administrar. Devemos empregar diligentemente o que de Deus temos recebido. Esse servo não questionou a quantidade de talentos ganhos, pelo contrário, trabalhou com persistência e granjeou outros dois talentos.

3. O que recebeu apenas um talento (vv.18,24,25). Pelo fato de ter outorgado apenas um talento a este servo, Deus não o estava menosprezando; ao contrário, isso era tudo o que aquele servo poderia granjear naquele momento. Caso negociasse aquele talento, pela sua fidelidade, ser-lhe-ia acrescentado outro. Contudo, este servo criticou o seu Senhor, acusou-o de injustiça, demonstrando falta de autocrítica e ingratidão (Mt 25.24,25).

Há na igreja pessoas que se declaram servos de Deus (cf. vv.14,26), todavia não querem trabalhar para o seu Senhor (v.18); e ainda apresentam justificativas contra Deus.

Devemos nos contentar com aquilo que recebemos do Senhor e fazer o melhor para agradá-lo.

III. O ÊXITO E O INSUCESSO DOS SERVOS
1. O êxito dos primeiros servos (vv.16,17,19-23). A narrativa declara que tanto quem recebeu cinco quanto dois talentos do senhor negociaram bem e duplicaram-nos. Estes foram fiéis e diligentes. Na vida cotidiana da igreja, todo crente recebe dádivas naturais e espirituais do Senhor, a fim de fazer a igreja progredir social, material e espiritualmente. Deus está atento à fidelidade com que as empregamos em seu Reino. Os dois primeiros servos dedicaram-se em negociar seus talentos, por isso obtiveram êxito.

2. O insucesso do terceiro servo (vv.18,24,25). Podemos comparar este servo ao crente que nunca está satisfeito. Esse servo havia recebido tanto quanto era capaz de negociar, entretanto, “foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor” (v.18). Esse talento representa desperdício e prejuízo para o senhor. Da mesma maneira, ocorre no Reino de Deus com os crentes que, ao invés de trabalharem, desprezam suas habilidades naturais e espirituais e tornam-se inúteis na Casa de Deus. É o tipo de pessoa que tenta salvar sua vida, no entanto, acaba perdendo-a (Mt 16.25).

IV. A PRESTAÇÃO DE CONTAS (Mt 25.19)
1. Fidelidade antes da recompensa. Antes de requerer qualquer direito, o servo deve cumprir o seu trabalho para receber seu pagamento. O prêmio extra pelo trabalho executado será sempre fruto da bondade do Senhor. Os servos fiéis empregaram sua capacidade máxima no labor. Enquanto o infiel, além de enterrar seu talento, acusou injustamente seu senhor de vileza (vv.18,24). Ele foi improdutivo. Deixou de negociar seu talento, e para confirmar sua indolência, enterrou-o a fim de parecer honesto, devolvendo-o sem qualquer valor acrescido. Por isso, foi condenado e chamado “mau e negligente servo” (v.26).

2. Recompensa depois da fidelidade. Todo servo deve fazer seu trabalho com alegria, diligência e fidelidade. A recompensa daqueles fiéis servos foi o convite para entrar “no gozo do Senhor” (vv.21,23). Nosso galardão está explícito na Bíblia (Ap 2.10). Na realidade, nosso serviço para o Senhor é pouco em relação à recompensa que ganharemos. Os árduos trabalhos de hoje são incomparáveis às bênçãos da eternidade (Ap 22.3).

3. O ajuste de contas. O Senhor voltará para reaver seus talentos quando ninguém o esperar (Mt 25.13,19). Devemos trabalhar com diligência e vigilância até que Ele venha, porquanto cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus (Rm 14.12). Os fiéis serão abençoados e entrarão no gozo do Senhor, todavia, os infiéis ficarão de fora e serão punidos sem misericórdia. Receberemos pelo que fizermos ou deixarmos de fazer para o Senhor enquanto estivermos aqui na terra (Ef 6.8; Cl 3.24,25).

CONCLUSÃO
Aprendemos algumas lições preciosas nesta parábola: todos recebemos algum dom de Deus a fim de usá-lo no progresso do Reino; existem servos infiéis e injustos que nada fazem em prol do crescimento da obra de Deus; haverá um dia de prestação de contas para os justos — o Tribunal de Cristo (2Co 5.10) — e injustos — o Grande Trono Branco (Ap 20.11-15) —; e, obviamente, a retribuição será distinta para fiéis e infiéis. Multipliquemos, pois, os talentos que recebemos do Senhor Nosso Deus.

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