TEXTO DO DIA
“E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos [...]” (At 5.12a).
— Lc 10.1-17 Os discípulos foram instrumentos de Deus nos dias de Jesus
— Lc 10.18,19 Jesus concede poder aos discípulos
— Lc 10.20 A verdadeira alegria do discípulo
— Lc 10.23,24 O privilégio de contemplar o que outros não viram
— At 5.12 Os apóstolos foram instrumentos de Deus após a ascensão
— Jo 14.11,12 Quem crê no Senhor realizará obras maiores
OBJETIVOS
REVISAR a realização da continuidade da missão de Jesus Cristo pela igreja;
AVALIAR os fatores impeditivos dos milagres;
REAFIRMAR a atualidade dos dons espirituais.
Atualmente vivemos dois extremos no cristianismo: numa ponta do espectro temos uma completa extinção do sobrenatural e na outra uma banalização do sobrenatural. Ambas as posições são equivocadas, pois a espiritualidade sadia não coaduna com nenhum desses exageros. O primeiro descamba para o formalismo e o segundo para o fanatismo.
Quando algum assunto toma vulto, é comum falar-se muito a respeito sem necessariamente se ter conhecimento claro e domínio do tema, gerando adesão irrefletida. Precisamos esclarecer algo sobre uma posição teológica que muito tem crescido ultimamente. Conhecida como “cessacionismo”, ela consiste basicamente na ideia de que os dons e os milagres cessaram com a morte do último apóstolo. Biblicamente falando, tal posição é insustentável. Mas por que as pessoas aderem tal pensamento? Talvez seja justamente pela extinção do sobrenatural em alguns lugares e também pela banalização do mesmo sobrenatural noutros. Teologicamente, os defensores dessa posição repetem a ideia difundida pelo teólogo de Princeton, Benjamin Breckrenridge Warfield, seu proponente original, que no início do século passado disse que houve apenas três períodos em que os milagres foram comuns na história do relacionamento de Deus com seu povo: nos dias de Moisés e Josué, de Elias e Eliseu e de Cristo e seus apóstolos, ou seja, três períodos de duas gerações cada.
TEXTO BÍBLICO
Marcos 16.15-20. 15 — E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.16 — Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.17 — E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;18 — pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.19 — Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.20 — E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!
INTRODUÇÃO
Conforme prometido pelo Senhor Jesus Cristo, os sinais realizados por Ele foram também efetuados pelos apóstolos e tal igualmente deve ser uma realidade entre a igreja nos dias de hoje.
— Lc 10.20 A verdadeira alegria do discípulo
— Lc 10.23,24 O privilégio de contemplar o que outros não viram
— At 5.12 Os apóstolos foram instrumentos de Deus após a ascensão
— Jo 14.11,12 Quem crê no Senhor realizará obras maiores
OBJETIVOS
REVISAR a realização da continuidade da missão de Jesus Cristo pela igreja;
AVALIAR os fatores impeditivos dos milagres;
REAFIRMAR a atualidade dos dons espirituais.
Atualmente vivemos dois extremos no cristianismo: numa ponta do espectro temos uma completa extinção do sobrenatural e na outra uma banalização do sobrenatural. Ambas as posições são equivocadas, pois a espiritualidade sadia não coaduna com nenhum desses exageros. O primeiro descamba para o formalismo e o segundo para o fanatismo.
Quando algum assunto toma vulto, é comum falar-se muito a respeito sem necessariamente se ter conhecimento claro e domínio do tema, gerando adesão irrefletida. Precisamos esclarecer algo sobre uma posição teológica que muito tem crescido ultimamente. Conhecida como “cessacionismo”, ela consiste basicamente na ideia de que os dons e os milagres cessaram com a morte do último apóstolo. Biblicamente falando, tal posição é insustentável. Mas por que as pessoas aderem tal pensamento? Talvez seja justamente pela extinção do sobrenatural em alguns lugares e também pela banalização do mesmo sobrenatural noutros. Teologicamente, os defensores dessa posição repetem a ideia difundida pelo teólogo de Princeton, Benjamin Breckrenridge Warfield, seu proponente original, que no início do século passado disse que houve apenas três períodos em que os milagres foram comuns na história do relacionamento de Deus com seu povo: nos dias de Moisés e Josué, de Elias e Eliseu e de Cristo e seus apóstolos, ou seja, três períodos de duas gerações cada.
TEXTO BÍBLICO
Marcos 16.15-20. 15 — E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.16 — Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.17 — E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;18 — pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.19 — Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.20 — E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!
INTRODUÇÃO
Conforme prometido pelo Senhor Jesus Cristo, os sinais realizados por Ele foram também efetuados pelos apóstolos e tal igualmente deve ser uma realidade entre a igreja nos dias de hoje.
Os Evangelhos relatam 35 milagres que que foram realizados pelo Senhor Jesus, cabe agora analisar o papel da igreja, a comunidade de discípulos que foi chamada a dar continuidade à obra do Mestre (Mt 28.19,20). Se conforme o texto de Hebreus 13.8, “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”, algumas perguntas são inevitáveis: Por que, em alguns locais, os milagres parecem ter desaparecido? Existe alguma relação entre avanço científico, ascensão social e escassez de milagres, por exemplo? Qual tipo de mensagem tem sido pregada nos locais onde os milagres estão cada vez mais raros? Estas e muitas outras indagações são necessárias e pertinentes quando se trata de analisar a questão dos milagres e sua escassez, bem como também atualidade hodiernamente.
I. A CONTINUIDADE DA MISSÃO DE JESUS CRISTO PELA IGREJA
1. A Grande Comissão. É tradicionalmente conhecida como “Grande Comissão” a tarefa dada pelo Senhor Jesus Cristo aos seus discípulos e, por extensão, a toda a Igreja, a comunidade de fiéis que foi chamada para fora e que igualmente recebeu tal incumbência, qual seja, pregar, discipular e batizar (vv.15b,16 cf. Mt 28.19,20; Lc 24.47; Jo 20.21). Conquanto amplamente estudada, divulgada e conhecida, nunca é demais relembrar que a razão de ser da Igreja é justamente esta. Ao se anular ou suprimir tal missão, desfaz-se a imprescindibilidade da Igreja.
2. Um elenco ou exemplos de sinais? Além da Grande Comissão, o Senhor falou acerca dos sinais, que acompanharão aos que crerem (vv.17b,18). Longe de ser um elenco de sinais o que restringiria a livre atuação divina, estes são, certamente, exemplos de milagres que aconteceriam, mas obviamente que não se circunscreve a estes, pois se assim fosse, os apóstolos não teriam, por exemplo, ordenado que pessoas falecidas voltassem a viver (At 9.36-42; 20.7-12). Lamentavelmente, ouve-se dizer de verdadeiras imprudências cometidas por conta de distorções interpretativas, mas o fato é que devidamente entendido e aplicado, não há nenhum problema com o que diz o texto a respeito de “pegar” em serpentes, pois ainda em Atos 28.1-6 vemos um episódio envolvendo a questão. A alusão ao falar em “novas línguas”, símbolo do Pentecostes de Atos 2, também pode ser visto ainda nos momentos iniciais da Igreja do primeiro século. Aliás, as línguas estranhas são tão atuais hoje como ontem.
3. A ascensão do Senhor e a cooperação divina. Os últimos dois versículos resumem de forma brilhante os momentos finais dos seguidores do Senhor (v.19) e também os “atos dos apóstolos”, pois diz que “tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (v.20). É curiosa a maneira sumária e resumida como o texto limita-se a dizer o quão veraz foram as palavras do Mestre. Na realidade, ao obedecer a ordem de pregar “por todas as partes”, os discípulos receberam a contrapartida divina, ou seja, sua cooperação naquilo que, obviamente, não poderia ser realizado pelo ser humano. Tal exemplo sinaliza um padrão que deve ser observado, posto que a Grande Comissão preceitua justamente a obrigatoriedade de se pregar o Evangelho por todo o mundo e fazer discípulos. Uma vez observado tal método, certamente haverá cumprimento da parte do Senhor naquilo que lhe cabe.
II. FATORES IMPEDITIVOS DOS MILAGRES
1. A Escritura como padrão normativo. Mesmo não sendo os destinatários originais do Evangelho de Marcos e de nenhum outro texto bíblico, é entendimento corrente que, como Palavra de Deus, a Bíblia é nossa regra de fé e prática (2Tm 3.16,17). Portanto, a ordem de Jesus Cristo, transmitida de forma original e pessoalmente, é extensiva a todos nós, discípulos atuais (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.47; Jo 20.21). A partir desse entendimento, torna-se imprescindível verificar, na Escritura, o que é apresentado nas primeiras experiências dos discípulos do Senhor e na Igreja do primeiro século para delas extrair a práxis para a igreja atual. Neste tópico, a partir de tais exemplos, vamos examinar o que deve ser evitado.
2. Falta de fé, ausência de disciplina e dedicação espirituais. Um único episódio envolvendo os discípulos do Senhor ilustra o ponto do problema com a falta de fé, além da ausência de disciplina e dedicação espirituais. A narrativa encontra-se no Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (17.14-21) e relata que o Senhor, juntamente com três de seus discípulos, Pedro, Tiago e João, desceram do monte em que ocorrera a transfiguração, e encontraram os demais junto à multidão. Um homem desesperado havia solicitado aos nove discípulos que expulsassem o demônio de seu filho; eles, porém, diz o texto paralelo, “disputavam” com alguns escribas (Mc 9.14). O Mestre, visivelmente desapontado, pede que tragam o menino até Ele, repreende o demônio “e, desde aquela hora, o menino sarou”. De forma particular, os discípulos quiseram saber o porquê de não terem conseguido expulsar o demônio, e Jesus então lhes disse que foi por “causa da pequena fé”.
O curioso é que o Senhor observou que se eles tivessem “fé como um grão de mostarda [...] nada vos será impossível”. Portanto, considerando a dimensão de uma semente de mostarda, a expressão eufemística do Senhor ao referir-se à “pequena fé” dos discípulos significava que eles não tinham fé alguma, pois se a tivessem como um pequeno grão de mostarda seria suficiente. Jesus ainda acrescentou que aquela “casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”. Quem ora e jejua, via de regra, mortifica o seu eu e desenvolve um relacionamento mais íntimo com o Senhor. Note, entretanto, que quando o Mestre chega encontra os discípulos “disputando” com os escribas.
3. Falta de compromisso e de relacionamento com o Senhor. Lucas relata um caso instrutivo acerca de fatores que impedem a ocorrência de milagres. Em Atos 19.13-17, o médico amado narra o episódio em que sete exorcistas judeus, “filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes” gente que, do ponto de vista religioso, tinha “sangue azul”, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: “Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega”. Em tom irônico, Lucas afirma que o “espírito maligno disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”, e que, após dizer isso, o homem endemoninhado surrou-os “de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa”. Tal episódio se passou em Éfeso durante a terceira viagem missionária do apóstolo dos gentios e o caso foi tão notório, que impressionou a todos os que residiam naquela importante cidade grega: “tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido”. Tal exemplo denota que o nome de Jesus não pode ser utilizado de forma descompromissada, pois se não houver relacionamento com o Senhor, nenhuma garantia há de que funcionará invocar o seu nome. Por outro lado, o evangelista Marcos fala de um homem que expulsava demônios em nome doSenhor Jesus, mas foi repreendido pelos discípulos. O Mestre, porém, os chamou a atenção para que não proibissem, pois certamente esse homem, apesar de não ser um dos apóstolos, era alguém que cria em Jesus e por isso Deus era com ele (Mc 9.38-40).
CONCLUSÃO
A tendência ao comodismo institucional não é algo típico dos tempos modernos. Ainda nos dias da Igreja do primeiro século, o grupo tornou-se estacionário e não queria cumprir àquilo que fora chamado a realizar. Lucas informa que Deus permitira uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém, de forma que todos foram dispersos pelas terras da Judeia e Samaria e nesta dispersão eles “iam por toda parte anunciando a palavra” tal como dissera o Senhor que deveria ser feito (At 8.1-3 cf. 1.8). Quem sabe não é exatamente isto que está faltando à igreja hoje?
I. A CONTINUIDADE DA MISSÃO DE JESUS CRISTO PELA IGREJA
1. A Grande Comissão. É tradicionalmente conhecida como “Grande Comissão” a tarefa dada pelo Senhor Jesus Cristo aos seus discípulos e, por extensão, a toda a Igreja, a comunidade de fiéis que foi chamada para fora e que igualmente recebeu tal incumbência, qual seja, pregar, discipular e batizar (vv.15b,16 cf. Mt 28.19,20; Lc 24.47; Jo 20.21). Conquanto amplamente estudada, divulgada e conhecida, nunca é demais relembrar que a razão de ser da Igreja é justamente esta. Ao se anular ou suprimir tal missão, desfaz-se a imprescindibilidade da Igreja.
2. Um elenco ou exemplos de sinais? Além da Grande Comissão, o Senhor falou acerca dos sinais, que acompanharão aos que crerem (vv.17b,18). Longe de ser um elenco de sinais o que restringiria a livre atuação divina, estes são, certamente, exemplos de milagres que aconteceriam, mas obviamente que não se circunscreve a estes, pois se assim fosse, os apóstolos não teriam, por exemplo, ordenado que pessoas falecidas voltassem a viver (At 9.36-42; 20.7-12). Lamentavelmente, ouve-se dizer de verdadeiras imprudências cometidas por conta de distorções interpretativas, mas o fato é que devidamente entendido e aplicado, não há nenhum problema com o que diz o texto a respeito de “pegar” em serpentes, pois ainda em Atos 28.1-6 vemos um episódio envolvendo a questão. A alusão ao falar em “novas línguas”, símbolo do Pentecostes de Atos 2, também pode ser visto ainda nos momentos iniciais da Igreja do primeiro século. Aliás, as línguas estranhas são tão atuais hoje como ontem.
3. A ascensão do Senhor e a cooperação divina. Os últimos dois versículos resumem de forma brilhante os momentos finais dos seguidores do Senhor (v.19) e também os “atos dos apóstolos”, pois diz que “tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (v.20). É curiosa a maneira sumária e resumida como o texto limita-se a dizer o quão veraz foram as palavras do Mestre. Na realidade, ao obedecer a ordem de pregar “por todas as partes”, os discípulos receberam a contrapartida divina, ou seja, sua cooperação naquilo que, obviamente, não poderia ser realizado pelo ser humano. Tal exemplo sinaliza um padrão que deve ser observado, posto que a Grande Comissão preceitua justamente a obrigatoriedade de se pregar o Evangelho por todo o mundo e fazer discípulos. Uma vez observado tal método, certamente haverá cumprimento da parte do Senhor naquilo que lhe cabe.
II. FATORES IMPEDITIVOS DOS MILAGRES
1. A Escritura como padrão normativo. Mesmo não sendo os destinatários originais do Evangelho de Marcos e de nenhum outro texto bíblico, é entendimento corrente que, como Palavra de Deus, a Bíblia é nossa regra de fé e prática (2Tm 3.16,17). Portanto, a ordem de Jesus Cristo, transmitida de forma original e pessoalmente, é extensiva a todos nós, discípulos atuais (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.47; Jo 20.21). A partir desse entendimento, torna-se imprescindível verificar, na Escritura, o que é apresentado nas primeiras experiências dos discípulos do Senhor e na Igreja do primeiro século para delas extrair a práxis para a igreja atual. Neste tópico, a partir de tais exemplos, vamos examinar o que deve ser evitado.
2. Falta de fé, ausência de disciplina e dedicação espirituais. Um único episódio envolvendo os discípulos do Senhor ilustra o ponto do problema com a falta de fé, além da ausência de disciplina e dedicação espirituais. A narrativa encontra-se no Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (17.14-21) e relata que o Senhor, juntamente com três de seus discípulos, Pedro, Tiago e João, desceram do monte em que ocorrera a transfiguração, e encontraram os demais junto à multidão. Um homem desesperado havia solicitado aos nove discípulos que expulsassem o demônio de seu filho; eles, porém, diz o texto paralelo, “disputavam” com alguns escribas (Mc 9.14). O Mestre, visivelmente desapontado, pede que tragam o menino até Ele, repreende o demônio “e, desde aquela hora, o menino sarou”. De forma particular, os discípulos quiseram saber o porquê de não terem conseguido expulsar o demônio, e Jesus então lhes disse que foi por “causa da pequena fé”.
O curioso é que o Senhor observou que se eles tivessem “fé como um grão de mostarda [...] nada vos será impossível”. Portanto, considerando a dimensão de uma semente de mostarda, a expressão eufemística do Senhor ao referir-se à “pequena fé” dos discípulos significava que eles não tinham fé alguma, pois se a tivessem como um pequeno grão de mostarda seria suficiente. Jesus ainda acrescentou que aquela “casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”. Quem ora e jejua, via de regra, mortifica o seu eu e desenvolve um relacionamento mais íntimo com o Senhor. Note, entretanto, que quando o Mestre chega encontra os discípulos “disputando” com os escribas.
3. Falta de compromisso e de relacionamento com o Senhor. Lucas relata um caso instrutivo acerca de fatores que impedem a ocorrência de milagres. Em Atos 19.13-17, o médico amado narra o episódio em que sete exorcistas judeus, “filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes” gente que, do ponto de vista religioso, tinha “sangue azul”, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: “Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega”. Em tom irônico, Lucas afirma que o “espírito maligno disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”, e que, após dizer isso, o homem endemoninhado surrou-os “de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa”. Tal episódio se passou em Éfeso durante a terceira viagem missionária do apóstolo dos gentios e o caso foi tão notório, que impressionou a todos os que residiam naquela importante cidade grega: “tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido”. Tal exemplo denota que o nome de Jesus não pode ser utilizado de forma descompromissada, pois se não houver relacionamento com o Senhor, nenhuma garantia há de que funcionará invocar o seu nome. Por outro lado, o evangelista Marcos fala de um homem que expulsava demônios em nome doSenhor Jesus, mas foi repreendido pelos discípulos. O Mestre, porém, os chamou a atenção para que não proibissem, pois certamente esse homem, apesar de não ser um dos apóstolos, era alguém que cria em Jesus e por isso Deus era com ele (Mc 9.38-40).
CONCLUSÃO
A tendência ao comodismo institucional não é algo típico dos tempos modernos. Ainda nos dias da Igreja do primeiro século, o grupo tornou-se estacionário e não queria cumprir àquilo que fora chamado a realizar. Lucas informa que Deus permitira uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém, de forma que todos foram dispersos pelas terras da Judeia e Samaria e nesta dispersão eles “iam por toda parte anunciando a palavra” tal como dissera o Senhor que deveria ser feito (At 8.1-3 cf. 1.8). Quem sabe não é exatamente isto que está faltando à igreja hoje?
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