23 junho 2022

Lição 11: Realizando a vontade do Pai-- Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje



Comentarista: Elienai Cabral

TEXTO ÁUREO
“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2Co 7.10).

VERDADE PRÁTICA
A graça de Deus não discrimina ninguém; até o mais vil pecador pode ser salvo.

— Tt 2.11 Graça salvífica para todos
— Lc 3.7-9 A autoridade espiritual de João Batista
— Jo 3.27-30 A humildade de João Batista
— Mt 21.28,29 Um filho arrependido
— Mt 21.30 Um filho enganador
— Sl 37.37 Deus se agrada da sinceridade
 

LEITURA BÍBLICA 
Mateus 21.23-32.  23 — E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isso? E quem te deu tal autoridade?24 — E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isso.25 — O batismo de João donde era? Do céu ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não o crestes?26 — E, se dissermos: dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta.27 — E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isso.28 — Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.29 — Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi.30 — E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor, e não foi.31 — Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus.32 — Porque João veio a vós no caminho de justiça, e não o crestes, mas os publicamos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer.

OBJETIVOS
Narrar os fatos que antecederam à parábola.
Expor o propósito central do ensino de Cristo nesta narrativa.
Explicar a aplicação prática da parábola nos versículos 31,32.


No quadro abaixo para explicar a parábola em estudo. Analise  as semelhanças e diferenças entre os dois filhos do vinhateiro. Enfatize a importância da obediência e do arrependimento.




 
INTRODUÇÃO
Esta parábola assevera-nos que Deus requer obediência de fato e não meramente “boas intenções”. Elas podem ser louváveis, no entanto, o Senhor requer o serviço real de seus servos.

O principal propósito desta parábola é censurar a hipocrisia religiosa dos fariseus. Por isso, a mensagem de Jesus foi contundente: Os pecadores, por piores que sejam, adentram no Reino de Deus à medida que se arrependem. Ao passo que, os falsos religiosos, por não obedecerem e nunca sentirem a necessidade de arrependimento, ficam de fora.

A Parábola dos dois filhos contrasta duas classes de pessoas: a primeira, refere-se aos publicanos, às meretrizes, aos gentios em geral, representados pelo primeiro filho. A segunda, às autoridades religiosas judaicas, representadas pelo segundo filho. A narrativa diz que todos foram convidados para trabalhar na vinha de Deus.

A primeira classe facilmente desobedeceu às ordens de divinas, mas, depois, caiu em si, arrependida. A segunda, obedeceu apenas aparentemente, mas na prática, no íntimo, transgrediu.

O Senhor da vinha também nos convida: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha?”. O que responderemos?

Deus não nos chamou à preguiça ou à indolência, mas a uma vida de perseverante trabalho. Respondamos, pois, “sim” ao Senhor! E lancemo-nos, prontamente, à sua obra.

Jesus sempre com a mesma compaixão, mas também com clareza e autoridade pregava, ensinava o evangelho e operava milagres entre o povo. Mas as autoridades do povo faziam oposição ao divino mestre e seus discípulos. Na parábola desta lição, Jesus fez uma clara distinção entre duas classes de ouvintes: a religiosa e aquela abertamente discriminada pelos judeus e constituída de pecadores, publicanos e meretrizes (Mt 9.10,11). Mais adiante explicaremos a quem os fariseus chamavam de “pecadores”.

I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS DA PARÁBOLA (Mt 21.23-27)
Jesus proferiu esta parábola em resposta a uma pergunta ardilosa dos líderes religiosos (v.23). Jesus condicionou sua resposta a uma pergunta que lhes fez, a qual não puderam responder (vv.24-27). Daí a parábola de Jesus precedida da interrogação: “Que vos parece?” (v.28). Os dois filhos, que são o âmago do ensino da parábola, falam dos dois predominantes constituintes do povo de Israel daqueles dias.

Os líderes de Israel rejeitavam os ensinos de Jesus, porque temiam a influência dos mesmos sobre o povo, visto que a Palavra de Deus, ensinada por Jesus, contrastava e conflitava com os conceitos humanos, tradicionais e sem vida, como vemos em Mt 23. Nesta última semana de Jesus, antes da sua morte no Calvário, Ele, de modo mais direto e sem reservas, expôs o sistema religioso existente. Aqueles líderes religiosos maldosamente interpelaram Jesus: “Com que autoridade fazes isso? E quem te deu tal autoridade?” (v.23). Jesus, vendo a cilada em seus pensamentos, respondeu-lhes com outra, a que não souberam responder (vv.24-27).

Esse prólogo à parábola preparou o caminho para Jesus, mais uma vez, explanar alguns princípios do Reino dos céus.

II. AS LIÇÕES DERIVADAS DOS DOIS FILHOS (v.28)
1. O que representam os filhos (v.28). Representam, como está patente, os dois grupos principais de pessoas carentes de salvação naquele contexto em que se encontrava Israel (vv.31,32).

Juntamente com os “publicanos e meretrizes” (vv.31,32), os chefes religiosos, principalmente os fariseus, discriminavam os “pecadores”, como em Mt 9.10,11; Mc 2.15,16; Lc 5.30; 7.34. Nesse caso, “pecadores”, no conceito dos escribas e fariseus, eram judeus que, por negligência, contaminavam-se cerimonialmente nos seus contatos pessoais e ocupações diárias; tornando-se impuros perante a Lei e indignos de associação com os “puros”. Em resumo, esses “pecadores” não observavam a Lei para fazerem as purificações, ritos, separações e sacrifícios.

2. Filhos do mesmo pai (v.28). O trabalho não foi forçado, mas requerido e definido pelo pai. Todavia, os filhos responderam diferentemente às diretrizes do pai. Nisso vemos a prova da obediência. Deus espera que todo crente, por amor, gratidão, chamada, privilégio e oportunidade, e não apenas por dever, sirva-O com alegria, dedicação, zelo e resignação.

Na igreja, hoje, a Vinha do Senhor também depende da disposição e dedicação dos filhos de Deus para atenderem prontamente à convocação do Pai Celestial a fim de trabalharem na sua vinha (Jo 9.34-38). Como tem você atendido ao mandado do Pai?

3. O pai: figura de Deus. Notemos que o pai é a figura principal da parábola. “Filhos”, aqui, não deve ser visto apenas como um mero termo de tratamento, mas uma expressão da nossa filiação e posição espirituais em Cristo Jesus (Jo 1.12; Rm 8.14; Gl 4.5).

III. A CONDUTA DIFERENCIADA DOS FILHOS (vv.29,30)
Os dois filhos receberam do pai a mesma ordem: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha” (vv.28,30), contudo, ambos pecaram contra o pai. O primeiro desobedeceu no início da sua história (vv.28,29). O segundo, no final (v.30). Muitos crentes estão na mesma situação diante de Deus.

1. O espírito de rebeldia. O primeiro filho, além de desobediente, era grosseiro e indelicado. Ele respondeu: “Não quero”, mas não justificou; não esclareceu nada. E o pai tinha urgência: “Hoje” (v.28). Deus fala para seus filhos hoje para que trabalhem com urgência na sua vinha. A vinha era da família (“minha vinha”); portanto, era dos próprios filhos. O primeiro filho, inicialmente, desobedeceu, mas depois se arrependeu e foi para o trabalho. O segundo afirmou prontamente que iria, todavia não cumpriu o prometido. Ou seja, ambos eram dominados por sentimentos de rebeldia. O pecado de rebeldia e insubmissão é igualado aos de feitiçaria, iniquidade e idolatria (1Sm 15.22,23). Quantos crentes, apesar de estarem na igreja usufruindo a salvação e as bênçãos que acompanham-na, opõem-se, sem fundamento, aos dirigentes da igreja movidos tão somente pelo espírito de rebeldia. São vulneráveis às obras da carne (Gl 5.16,17).

2. Diferenças entre os dois filhos (vv.28,29).

a) O primeiro “filho”. Nele vemos a importância da reflexão. Ele pensou no que fez de errado e arrependeu-se ainda em tempo. Muitos se arrependem tarde demais como Judas e o homem citado em Lc 16.23-30. Outrossim, a expressão “não quero” (ir trabalhar) (v.29), pode indicar preguiça, um mal que continua a se instalar nos filhos e filhas da atualidade, prejudicando os lares por toda parte.

b) O segundo “filho”. Este respondeu afirmativamente ao pai, porém não foi trabalhar na vinha. Se dependesse dele, a vinha do pai logo mais seria um campo de urtigas (Pv 24.30-34). A urtiga causa coceira, queimadura e inquietação. “Urtiga” na igreja, vem da ociosidade; de crente desocupado. O segundo disse uma coisa e fez outra (v.30). “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21).

Dizer é fácil; fazer é difícil. O que importa não é tanto o que dizemos, mas o que fazemos bem. Além do mais, o segundo filho era hipócrita; de duas caras; de duas palavras. “Eu vou, senhor; e não foi”. Um cristão nessa situação perde a identidade bíblica; uma igreja cheia deles perde também.

IV. A APLICAÇÃO DA PARÁBOLA (vv.31,32)
1. “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v.31). Eram filhos de um mesmo pai. A filiação era uma só, mas tinham características diferentes. A nossa filiação proveniente de Deus é outorgada e vem de cima; o caráter é formado em nosso interior e manifesta-se em nosso exterior.

Balaão queria “morrer a morte do justo”, mas não queria viver a vida do justo, e deu-se mal (Nm 23.10; 31.15,16; Ap 2.14).

2. As pessoas representadas pelos dois filhos (v.32). Os que desconhecem a Deus e vivem na ignorância, alienados dEle são os publicanos e meretrizes, disse Jesus (v.32); estão representados no primeiro filho.

Há os que afirmam que conhecem a Deus, no entanto, o negam com seu viver (Tt 1.16). Assim eram os sacerdotes e outros líderes religiosos do povo (v.23), representados no segundo filho.

CONCLUSÃO
O fato saliente nesta lição é a importância da obediência e a sua prova. Se isso é de alto valor na vida secular, o é muito mais na esfera espiritual. Há cristãos que honram a Deus com seus lábios, mas seus corações estão longe dEle, como afirmou Jesus (Mt 15.8,9). Ler também 1Jo 3.18. Outra verdade decorrente da lição é que nossas intenções para com Deus serão reveladas principalmente por meio de nosso comportamento.

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