Provérbios 27: 17
Como o ferro com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo.(JFA)
Assim como o ferro afia o próprio ferro, as pessoas aprendem umas com as outras.(KJA)
A Palavra diz que, assim como o ferro se afia com o ferro, quando um é esfregado ao outro, fazendo com que a dureza de um remova as arestas do outro, e vice-versa, da mesma forma o homem afia o rosto do seu amigo. O ferro mais duro irá marcar o mais mole, e a pessoa de personalidade mais forte irá influenciar a de personalidade mais fraca.
A amizade com alguém pode ser negativa ou positiva, ela pode ser boa ou má, benéfica ou prejudicial. Por isso precisamos escolher bem as nossas amizades, pois elas irão nos influenciar ou receber nossa influência.
O rosto, a nossa face, é aquilo que nos identifica, é a nossa identidade, a nossa personalidade e a nossa maneira de ser e de viver. Aquilo que somos, geralmente é o resultado da influência que recebemos das pessoas com quem convivemos e do ambiente onde vivemos.
Quando mantemos amizade com uma pessoa boa (um servo fiel, por exemplo), a tendência é recebermos uma influência positiva e benéfica desta pessoa, pois os amigos sempre compartilham de suas experiências, dos seus planos, dos seus sentimentos, etc., com o seu companheiro. Mas, se ao invés disso, começamos a travar amizade com pessoas mundanas e sem o temor do Senhor, aos poucos começamos a andar segundo os seus conselhos, a nos deter nos seus caminhos e a nos assentarna sua roda, onde o escárnio é o fator preponderante (Salmo 1: 1).
A Bíblia fala de algumas pessoas que sofreram uma má influência de seus amigos, e cita as consequências desta amizade para sua vidas. Eram pessoa que estavam dentro do Projeto de Deus, que tinham sobre suas vidas uma Palavra Profética, mas que sofreram grandes prejuízos por causa das amizades que escolheram para si.
1. Vamos analisar o que aconteceu com Judá e com Diná, filho e filha de Jacó.
Gênesis 38: 1, 2 – “E aconteceu, no mesmo tempo, que Judá desceu de entre seus irmãos, e entrou na casa dum varão de Adulão, cujo nome era Hira. E viu Judá ali a filha de um varão cananeu, cujo nome era Sua; e tomou-a por mulher”.
Judá saiu do meio dos seus irmãos, da sua família – Jacó e seus filhos eram as raízes do povo de Israel naquele tempo – e desceu e entrou na casa de um homem estranho à aliança de Deus com seu Povo, que era oriunda da cidade de Adulão – que quer dizer lugar da antiguidade.
É importante nós observarmos os verbos usados para mostrar a atitude de Judá – os verbos descer e entrar – pois eles falam da decadência espiritual de Judá quando saiu do meio dos seus irmãos, e da intimidade que ele tinha com seu amigo Hira, pois só se entra na casa de alguém quando se goza de uma certa afinidade com essa pessoa.
O próximo passo de Judá, após entrar na casa de Hira, foi conhecer ali uma moça, filha de um cananeu de nome Sua – que significa boa vida – , com a qual veio a se casar, comprometendo-se assim, através da aliança do casamento, com pessoas idólatras que não conheciam o Senhor de Abraão, de Isaque e de Jacó.
A partir daí, os problemas foram se amontoando na vida de Judá. Tudo porque ele saiu do meio de seus irmãos e fez amizade com um mau amigo.
Todas as vezes que o servo deixa o convívio com os irmãos, com a igreja; quando ele se afasta do meio de sua família na fé, e começa a trilhar a trajetória da decadência espiritual provocada pela influência dos maus amigos do colégio, da universidade, do trabalho e do mundo de forma geral, ele desce da sua posição em Cristo Jesus, para se identificar com aqueles, cujo modo de vida, é contrário à Palavra de Deus. As coisas vão acontecendo passo a passo, e o seu envolvimento vai progredindo, até que uma aliança – o casamento – é travada, como aconteceu com Judá.
Quantos servos do Senhor não tiveram essa triste experiência? Começaram a se afastar aos poucos, a envolver-se com maus amigos, que o influenciaram a ponto de perder totalmente a identidade de servo. Quantos hoje não estão casados com pessoas do mundo, que conheceram ali, no ambiente onde resolveram permanecer? Muitos choram as tristezas e amarguras como resultado de amizades que nunca deveriam escolher.
2. A Bíblia menciona também a triste experiência da irmã de Judá, de nome Diná.
Gênesis 34: 1-3 – “E saiu Diná, filha de Leia, que esta dera a Jacó, a ver as filhas da terra. E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-ª E apegou-se a sua alma com Diná, filha de Jacó, e amou a moça, e falou-lhe afetuosamente à moça”.
Quando Jacó saiu de Padã-Arã, estabeleceu-se diante da cidade de Siquém, em um campo que comprou dos filhos de Hamor. Após tomar assento naquela terra, um certo dia, sua filha Diná resolveu dar uma saidinha de casa, para conhecer as moças daquele lugar. Ela buscou travar amizade com outras moças da sua idade, sem perceber o perigo que corria. Aparentemente não havia nenhum mal naquela atitude, pois é natural buscar fazer amigos, o problema estava no lugar onde ela buscou essas amizades.
Siquém era uma cidade pagã e seus habitantes eram imorais. Foi com esse tipo de gente que Diná procurou convivência, e o resultado foi trágico e vergonhoso para ela e sua família. O filho de Hamor, chamado Siquém – que significa ombro – viu-a e tomou-a e humilhou-a. E apegou-se a sua alma com Diná e falou afetuosamente à moça. Depois falou a seu pai que a tomasse por mulher, e Hamor falou com Jacó sobre o acontecido, e sugeriu que Jacó e sua família se aparentassem com ele e seu povo, e que habitassem e negociassem com ele e tomassem possessão naquele lugar.
Quando os filhos de Jacó chegaram do campo e souberam do que Siquém fez à sua irmã, entristeceram-se e iraram-se muito. Eles então planejaram uma vingança, propondo a circuncisão de todos os varões de Siquém, como condição para aceitar o pedido de Hamor.
Ao terceiro dia, após a circuncisão dos siquemitas, quando estes estavam sentindo a mais violenta dor, Simeão e Levi mataram à espada todos os varões da cidade, inclusive Hamor e Siquém, e tomaram Diná de sua casa e a levaram de volta. Depois saquearam a cidade e tomaram as ovelhas, as vacas, os jumentos e tudo que havia no campo e os levaram. Tudo isso trouxe mais perturbações e angústias ao seu pai Jacó, que teve que fugir daquela terra com medo de seus habitantes.
Esse foi o resultado final da atitude de Diná, em buscar fazer amizade com as filhas da terra de Siquém.
Quão perigoso é deixar a segurança do lar, da igreja, a orientação dos pais, a revelação do Senhor, trocando-os pelas incertezas de uma amizade com pessoas que nem conhecem ao Senhor.
Quando nos aproximamos demais de pessoas assim, sempre encontramos laços e armadilhas preparadas para nos pegar e prender. Sempre vai aparecer o ombro de alguém a nos oferecer “apoio, compreensão, conselhos, etc.”, que muitas vezes geram uma falsa ilusão dentro de nós que não sentimos antes.
Sempre aparece alguém para nos falar afetuosamente, com palavras doces que revelam os sentimentos de sua alma– o sentimento da alma aqui, é a paixão, que é tão explosiva quanto passageira – levando o servo para um campo fora dos limites seguros da comunhão com Deus.
Ao cruzar a fronteira entre a segurança da presença do Senhor e o ambiente das “filhas da terra”, tudo se torna possível, e o exemplo do que aconteceu a Diná nos serve de advertência.
O resultado do passo errado que Diná deu, foi a vergonha, a dor e a ira de sua família, a união por meio de um casamento forçado com pessoas estranhas e idólatras e a morte de muitos no final.
Quando um servo deixa a orientação e o Caminho do Senhor, o resultado final é o sofrimento e a morte.
O livro de Provérbios diz em Provérbios 3: 1-4 – “Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarda os meus mandamentos. Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz. Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua do teu coração e acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens”.
Wallace Oliveira Cruz
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