Texto: Lucas 16:19-31
Introdução:
A morte é um acontecimento que afeta ao homem desde o começo de sua existência, e pelo decorrer dos séculos se tem tentado encontrar solução para o problema da morte. Os cientistas tentam encontrar a fórmula da vida; os intelectuais tentam entendê-la; os médicos realizam todo o tipo de transplante, mas quando a morte bate a porta, se tornam incapazes de encontrar solução, e assim, a humanidade vive em uma luta sem êxito contra a morte.
Jesus ensinou que a morte é um acontecimento destinado a todos os homens e que ele não pode fugir desta realidade; sejam ricos ou pobres, na hora da morte todos são iguais, e todos os corpos voltarão ao pó, não há como escapar dessa realidade.
O rico e Lázaro representam dois extremos da escala social, mas a principal diferença era que, ainda que o rico pudesse ser religioso, ele não havia aceitado a Jesus como seu Salvador e não vivia uma vida cristã; o pobre, ainda que não tivesse nada para comer, tinha a Cristo em seu coração e a esperança gloriosa de salvação; na hora da morte se igualaram, e a diferença reapareceu inversamente depois dela, na vida e morte eterna.
A MORTE VEIO AO ENCONTRO DO MENDIGO LÁZARO.
Depois da apresentação do rico e Lázaro, a morte de Lázaro, o mendigo, é relatada na parábola. O interessante é que a morte não parece Ter sido surpresa para ninguém; a surpresa pode Ter sido como ele conseguiu Ter vivido tanto tempo. Lázaro era um homem temente a Deus; seu nome significa "Deus ajuda", e isso era realidade na vida deste mendigo que não tinha riqueza material, tinha riqueza espiritual e uma coroa esperando por ele.
Jesus estava tentando ensinar que havia sido salvo pela fé e que as riquezas e a posição social não podem levar ninguém a uma relação eterna com Deus. Lázaro desejava se alimentava do resto da comida do homem rico e suas feridas eram lambidas por cães, mas quando morreu, foi recebido no seio de Abraão, o Pai de Israel, num lugar de honra no céu, por Ter sido fiel a Deus em vida na terra.
Durante a Segunda Guerra Mundial, um pastor visitou a uma senhora no hospital. Sua casa tinha sido seriamente atingida e ela disse ao pastor: "Perdí tudo: meu marido, meu lar, meu Deus. Depois de uma pausa ela voltou atrás: Conto ainda com meu Deus e sua Palavra para começar a reconstruir meu lar, pois esses dois são tesouros que jamais perecem".
Lázaro também havia perdido tudo na vida. Não tinha parentes, casa, amigos, roupas, trabalho; mas o importante para ele era Ter ao Senhor para ajudá-lo, e o Senhor o ajudou, pois, quando veio sobre ele a morte, veio para proporcionar-lhe descanso para sua alma, alívio para suas dores e segurança de que nuca mais sofreria.
Como Lázaro, muitas pessoas perderam tudo na vida, estão sofrendo e pensam que nunca mais encontrarão solução para suas vidas. É bom recordar que a morte iguala a todos, mas que o homem faz a diferença em sua eleição aqui sobre a terra e essa eleição é dada a todos por igual, seja qual for sua situação.
Lázaro havia perdido tudo na vida terrena, mas ganhou a vida eterna, o melhor e mais precioso bem, através da fé em Jesus.
A MORTE TAMBÉM VEIO AO ENCONTRO DO HOMEM RICO.
Por incrível que pareça o homem rico, que vivia em abundância de bens e de saúde, também faleceu. Por certo que seu cortejo foi seguido por muitas pessoas importantes, autoridades; mas a morte é a grande zombadora das intenções do homem, das divisões sociais e nessa hora se pode ver que todos são feitos da mesma substância fraca que envolve a todos, tantos ricos como pobres.
O rico era indiferente ao sofrimento presente, pois não o tinha experimentado e talvez por isso, não tivesse se preparado para o encontro com a morte, confiando em si e em suas riquezas.
Certa ocasião, um homem rico convidou o bispo Holt Hugles para almoçar com sua família. Ao chegar a sua casa, o bispo foi convidado a conhecer a propriedade sendo levado pelo seu anfitrião a uma colina onde era possível ver a suntuosa mansão e toda a extensão de sua rica propriedade. O anfitrião após mostra tudo ao bispo lhe perguntou: "Se isso tudo que o senhor está vendo não me pertence, a quem pertence então?" a essa pergunta o bispo lhe respondeu: "Faça-me essa mesma pergunta daqui a cem anos". Seria muito bom se todas as pessoas transportassem suas perguntas e projetos de hoje para daqui a cem anos, porque certamente, a essa altura, estarão agarradas pelos grandes braços da morte.
Jesus continua narrando que o rico foi sepultado e que foi para o "hades" que significa "lugar dos mortos"; outras traduções trazem como inferno que é uma palavra latina. No Novo Testamento a palavra que representa inferno é Hades, e a Bíblia diz que o rico foi para o inferno e estava sofrendo e que alí sofreria eternamente.
DEPOIS DA MORTE A SITUAÇÃO SE INVERTEU.
É importante enfatizar o fato de que a morte igualou dois homens tão diferentes. Todas as honras e misérias foram substituídas pela morte, mas que depois da morte, a situação voltou a ser diferente e de forma inversa. O homem rico materialmente era pobre espiritualmente e depois da morte veio a realidade do fato de não Ter conhecido a Jesus Cristo. Lázaro era pobre materialmente, porém, o que importava , depois da morte, era que havia aceitado Jesus como seu Salvador. Com isso, foram traçadas duas eternidades totalmente diferentes.
A questão da vida após a morte preocupa a todas a humanidade e religiões. Os romanos diziam que a eternidade era um espelho com sombras desta vida. Os maometanos crêem que os mortos serão recompensados ou punidos pelo que fizeram na vida. Os budistas e hinduístas dizem que as almas nascerão novamente e constantemente até que alcancem a bem-aventurança eterna.
No Novo Testamento existem três palavras diferentes que foram traduzidas em inglês com o término "hell", ou seja, inferno. No inferno de Lucas 16:22-23, por exemplo, é a palavra grega"hades". O que a Bíblia está querendo dizer é que o rico foi para o inferno e o Lázaro para o céu.
No decorrer do texto o rico pede a Abraão para que Lázaro alivie um pouco seu sofrimento, mas Abraão deixa bem claro que depois da morte é impossível mudar a situação, ou seja, quem é salvo e está no céu, nunca sairá de lá; quem foi para o inferno por estar perdido, nunca mais sairá de lá também. Fica bem claro que o destino para o céu ou para o inferno só pode ser definido em vida terrena e através da aceitação de Jesus como Salvador.
Outro fator importante é que o texto elimina a possibilidade do purgatório, pois a Bíblia descarta tal possibilidade. Há somente dois caminhos: céu ou inferno, não havendo um lugar intermediário capaz de mudar a situação.
Outro aspecto importante é a afirmação de que Deus não mandará pessoas que já morreram para voltar a terra e falar sobre a salvação, porque os homens necessitam aceitar a salvação pela fé, através da pregação da Palavra de Deus.
"Examinais as Escrituras, porque julgais Ter nelas a vida eterna; e são elas que de mim testificam". (João 5:39)
Fica bem claro e coerente que o destino desses dois homens foram selados quando estavam vivos na terra.
CONCLUSÃO
No momento em que todas as pessoas se igualam, na morte, tem início uma nova vida, a vida eterna onde não haverá mais retrocesso. Esta é uma afirmação muito séria e nos leva a pensar sobre nossa situação diante de Deus e diante da inaceitável, porém real, morte do corpo. Para a nova vida não se leva bens, nem riquezas anteriores, só o haver seguido a Jesus.
"Conta-se que numa noite, certo sonâmbulo se levantou de sua cama, abriu a porta e começou a caminhar descalço pela rua, em direção a um riacho. Ao tocar com seus pés na água geladas, despertou assustado. Este quadro pode bem ser comparado com o que ocorre com milhares de almas perdidas despertadas de sua ímpia maneira de viver, somente no momento supremo e inesperado, ao serem conduzidas as águas geladas da morte".
Foi exatamente o que aconteceu com o rico exemplificado por Jesus, e é exatamente o que acontece com muitas pessoas.
O desejo de Jesus é de que os homens se recordem desse episódio e que mudem suas vidas, aceitando a Jesus como Salvador, garantindo assim, um lugar ao lado de Lázaro, Abraão e de Jesus, para sempre. Amém!
Autor: Pr Heitor Meurer
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