OS SEGREDOS DA SAUDADE
Texto
“Pois Deus me é testemunha de que tenho saudades de todos vós, na terna misericórdia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.8).
INTRODUÇÃO
Saudade… são apenas sete letras, mas quanta coisa cabe dentro dessa palavra!
Embora todas as pessoas sintam saudade, apenas a língua portuguesa tem uma palavra para expressá-la. É que saudade não é algo fácil de definir, embora seja fácil de sentir.
Nunca se é jovem demais para ter saudade. Ainda assim, são as pessoas mais experimentadas que se tornam melhores conhecedoras desse assunto.
Deus quer que nós saibamos três coisas a respeito da saudade:
1) A SAUDADE É BOA
É maravilhoso ter boas lembranças de épocas, lugares e pessoas! Foi por isso que o apóstolo Paulo, escrevendo na sua prisão em Roma, disse aos filipenses: “Deus me é testemunha de que tenho saudades de todos vós”.
Mais do que nos entristecermos porque algo bom acabou, deveríamos nos alegrar porque ele aconteceu. A pior coisa do mundo seria não ter do que sentir saudade.
A Bíblia conta a história de um rei ímpio chamado Jeorão. Ele “tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem deixar saudades, e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis” (2 Crônicas 21.20). “Morreu sem deixar saudades” – que coisa terrível para se dizer a respeito de alguém!
A saudade às vezes pode nos trazer tristeza, mas ela sempre deve nos trazer gratidão. Ter saudades é uma coisa boa. É sinal de que vivemos, e de que experimentamos o bem nessa vida. Que a saudade nos comova, não nos destrua!
2) O SAUDOSISMO É RUIM
O segundo segredo a respeito da saudade é que, embora a saudade seja boa, o saudosismo é ruim. Qual é a diferença? Segundo o dicionário, “saudade é o sentimento causado pela distância ou ausência de algo ou alguém”. Por outro lado, “saudosismo é a admiração exagerada das coisas do passado”.
Tem gente que é saudosista. Que ergueu a sua tenda no passado e está morando lá. Que sofre de torcicolo espiritual. Que procura a felicidade no retrovisor da vida.
Não podemos ser saudosistas, desprezando as alegrias do presente e as esperanças do futuro. Lembremo-nos da mulher de Ló, que olhou para trás e foi transformada em estátua de sal! Nada de ficarmos nos lamentando! Quem lança as mãos ao arado não pode olhar para trás. Como nas Bodas de Caná, Jesus tem deixado o melhor para o final.
Salomão, o sábio, escreveu: “Não digas: Por que razão foram os dias passados melhores do que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta” (Eclesiastes 7.10). Precisamos valorizar o presente e acreditar no futuro. O saudosismo é improdutivo.
3) A ALMA É SAUDOSA DE DEUS
O terceiro segredo a respeito da saudade é, provavelmente, o mais profundo. Trazemos em nossa alma o anseio por um reencontro. O ser humano é insatisfeito por natureza. Nosso coração sente falta de alguma coisa. Por que será que isso acontece?
Mais uma vez, é Salomão quem nos dá a resposta. Ele escreveu que Deus “tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a ideia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim” (Eclesiastes 3.11).
Deus colocou na mente do homem a ideia da eternidade. Embora sejamos mortais, sabemos que existe algo além. O vazio em nossa alma reflete a saudade que sentimos de um lugar em que nunca estivemos, de uma voz que nunca ouvimos, de um rosto que nunca vimos, de um abraço ao qual nunca nos entregamos. A prova de que Deus existe está dentro de nós.
“Deus, tu nos criaste para ti, e nossas almas não encontram repouso enquanto não repousam em ti”, disse Agostinho de Hipona. C. S. Lewis, por sua vez, falou: “Os livros ou a música onde pensamos estar a beleza nos trairão se confiarmos neles… pois eles não são a coisa em si; eles são somente o aroma de uma flor que não encontramos, o eco de um tom que ainda não ouvimos, notícias de um país que nunca visitamos”.
A alma tem saudade de Deus. Foi por isso que Jesus Cristo veio ao mundo. E é por isso que nós devemos ir até ele. Esse encontro dá fim à saudade da alma e ao vazio do coração.
CONCLUSÃO
Não existe nada melhor do que ter comunhão com Deus. Não há experiência que se compare à presença do Salvador. Muitos tentam preencher o vazio de seus corações com o dinheiro, sexo, popularidade e outras coisas. Mas o que precisamos fazer é entregar nossas vidas a Cristo.
A verdade é que nós, seres humanos, nos afastamos de Deus. E ele, o nosso Criador, sentiu saudade de nós. Ele veio ao nosso encontro, e o reencontro resulta na salvação. É por isso que não podemos, depois de tudo o que ouvimos, sair sem Cristo no coração.
Autor: Pastor Marcelo Aguiar
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