23 julho 2021

Um homem chamado Jó- L1


TEXTO ÁUREO
“Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal” (Jó 1.8).

VERDADE PRÁTICA
Para quem ama e serve fielmente a Deus, o sofrimento não é propriamente um problema; é uma solução: leva-nos a uma comunhão mais perfeita com o Todo-Poderoso.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Jó 1.1 O homem que se destacou por sua piedade
Terça — Ez 14.14 Um dos homens mais santos de todos os tempos
Quarta — Ez 14.20 Um homem justo
Quinta — Tg 5.11 Um homem paciente
Sexta — Jó 42.9 Um homem aceitável diante de Deus
Sábado — Jó 42.10 Um homem de oração

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 1.1-5.
1 — Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal
.2 — E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3 — E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente.
4 — E iam seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no seu dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.
5 — Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.

PONTO DE CONTATO
Durante este trimestre estaremos estudando a vida de um dos mais piedosos homens das Escrituras. Referimo-nos a Jó, aquele que mereceu o testemunho e o reconhecimento do Todo-Poderoso. As experiências, o sofrimento e a vitória do patriarca serão expostos de modo claro e objetivo a fim de que, baseados na fé e fidelidade desse grande homem de Deus, sejamos encorajados a não abandonar ao Senhor a despeito de quaisquer circunstâncias. Ser fiel na bonança é relativamente fácil, mas é na provação que se demonstra a verdadeira devoção a Deus.

OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Identificar a época provável em que Jó viveu.
Descrever os pontos que revelam a teologia de Jó.
Citar os atributos de Jó descritos por Deus.

SÍNTESE TEXTUAL

O sofrimento de Jó, suas angústias e provações são fatos incontestes de que, enquanto estiver no mundo, o crente fiel estará sujeito a tentações e provas. Jó, o piedoso patriarca, teve sua integridade desafiada e testada pelo próprio Diabo. E foi então que, despido de tudo que é transitório, inclusive sua carne, obteve a revelação do que permanece para sempre: O Todo-Poderoso em sua soberania; a redenção por meio de Cristo; e, a justificação pela fé.

Sua riqueza e posição social não lhe garantiram fiança perante Deus. Sua perseverança, sim. Ele conhecia o Deus de sua crença, por isso pode afirmar: “Eu sei que o meu Redentor vive…” E você, irmão? Está apto a repetir essas palavras?

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Com a ajuda dos alunos, escreva no quadro-de-giz expressões do dia-a-dia que indiquem baixo nível de tolerância diante dos problemas e dificuldades da vida, tais como: “Fulano tem pavio curto; por qualquer coisa explode”, “Vou mostrar com quantos paus se faz uma canoa”, “Se não me atender, vou chutar o balde” e assim por diante.

Deixe as expressões fluírem naturalmente e, em seguida, converse com eles sobre a importância de se viver a Palavra de Deus em todo tempo, a despeito das circunstâncias e adversidades. O aluno deve compreender que o crente não vive ao sabor das circunstâncias, vive apesar delas.

INTRODUÇÃO
Através das experiências de Jó, estaremos enfocando, neste trimestre, a problemática do sofrimento do justo. Trata-se de um tema aparentemente difícil em decorrência de suas implicações teológicas e filosóficas. No entanto, haveremos de constatar que o crente fiel, até mesmo no cadinho da provação, reúne forças para regozijar-se em Deus. No ardor de sua angústia, professa Jó: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

Se você está passando pelo crisol divino, não se desespere. Desta crise, sairá um ouro mais refinado e precioso. Deus sabe como trabalhar as aflições de seus filhos. Por meio destas, vai Ele nos apurando, enquanto, de maneira inexplicável, demonstra-nos todo o seu amor. Sim, o amoroso Pai quer cinzelar cada um dos nossos sentimentos para adequar-nos aos seus planos e propósitos.

Acompanhe, passo a passo, as angústias e regozijos do homem que foi testado além da resistência meramente humana. Que o crente fiel terá provações e lutas nesta vida não o podemos negar; é fato declarado e constatado nas Escrituras. Crente sem cruz não é discípulo de Jesus.


I. QUEM ERA JÓ

Jó foi considerado pelo próprio Deus como um dos três homens mais piedosos de todos os tempos (Ez 14.14). Não é sem razão que, em hebraico, encerre o seu nome um significado tão amoroso: Voltado para Deus.

1. A historicidade de Jó. Dois autores sagrados comprovam-lhe a historicidade: Ezequiel e Tiago (Ez 14.20; Tg 5.11). Laboram em grave erro, portanto, os teólogos liberais que dizem não passar o patriarca de uma mera ficção literária. As evidências bíblicas e históricas atestam ter existido, de fato, o homem que se tornou conhecido, universalmente, como o mais perfeito sinônimo de paciência.

Além das passagens supracitadas, que afiançam o fato de ser Jó um personagem histórico e real, temos o testemunho do próprio Deus. Testemunho este, aliás, dado em primeira mão ao mesmo demônio (Jó 1.8). Por outro lado, não podemos confundir os personagens do Livro de Jó com os homônimos que aparecem em algumas genealogias bíblicas. Há também os que supõem ter sido Jó procedente da tribo de Issacar (Gn 46.13).

2. Sua terra natal. Localizada no Norte da Arábia, a terra de Uz ficava na confluência de várias rotas importantes. E isso facilitou tanto as incursões dos sabeus e caldeus às propriedades de Jó, como o rápido deslocamento de seus amigos quando “combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo” (Jó 2.11). Embora proviessem Zofar, Bildade e Elifaz de diferentes lugares, não tiveram dificuldades em chegar a Uz.

3. A época em que viveu. Jó viveu num tempo em que a longevidade humana era ainda prevalecente. Depois de todas as suas tribulações, teve o patriarca uma sobrevida de 140 anos (Jó 42.16). Infere-se, pois, haja sido de aproximadamente 200 anos a sua idade ao falecer.

Como o livro não faz qualquer menção aos pais da nação israelita nem à destruição de Sodoma e Gomorra, depreende-se tenha Jó vivido numa época anterior à do patriarca Abraão, entre os séculos XXV a XXIII antes de Cristo. Por conseguinte, Jó nasceu depois do dilúvio, do qual faz referência (Jó 22.16), e antes dos primeiros ancestrais do povo judeu.

4. A teologia de Jó. A teologia de Jó é de uma singular e impressionante sublimidade. O patriarca acreditava firmemente em:

a) O Deus Único e Verdadeiro a quem, por 31 vezes, chama de Todo-Poderoso (Jó 5.17).

b) A soberania divina (Jó 1.21; 42.2).

c) O glorioso advento do Cristo: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

d) Justificação pela fé. Este postulado acha-se implícito na pergunta: “Como se justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9.2).

Profundamente reflexivo, Jó foi um teólogo de raríssimos pendores; buscava sempre aprofundar-se no conhecimento divino. O seu livro traz ensinos dos mais profundos sobre a vida cristã em geral.


II. A PROSPERIDADE DE JÓ

De uma feita, afirmou o Senhor Jesus ser mais fácil a um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus (Mt 19.24). Por este orifício, contudo, passou Jó com todos os seus rebanhos, manadas e cáfilas; sua confiança não se encontrava nos bens materiais; centrava-se no Deus que criou tanto o material quanto o imaterial (Jó 31.24).

O patriarca desfrutava ainda de um status digno de um príncipe. Não obstante, perseverava em sua integridade; jamais se deixou seduzir quer pela riqueza, quer pela fama, quer pelo poder; era um homem comprovadamente fiel a Deus.

1. Sua proverbial riqueza. Assim a Bíblia sumaria as riquezas de Jó: “E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente” (Jó 1.3).

2. Seu status social. O ilibado caráter de Jó, aliado à sua proverbial riqueza, guindaram-no a uma alta posição social. Embora não fosse rei, era ele tratado como nobre (Jó 29.8). Seu elevado padrão de vida espiritual era conhecido em toda aquela região.

III. O TESTEMUNHO DE DEUS A RESPEITO DE JÓ

Jó certamente não era perfeito. Deus, porém, via-o como o mais singular dos mortais: “Ninguém há na terra semelhante a ele” (Jó 1.8). A quem presta o Senhor semelhante testemunho? Ao adversário que tudo faz por caluniar-nos e nos comprometer a reputação (Ap 12.10). O depoimento divino, contudo, é incontestável. Se Deus é por nós, quem será contra nós (Rm 8.31). Jó tinha um caráter notabilíssimo; sobressaía entre todos os seus contemporâneos.

1. Um homem sincero. Este é o significado etimológico da palavra sincero: sem cera. Remete-nos este vocábulo à Antiga Roma, onde os atores entravam em cena trazendo máscaras de cera.

O homem sincero, por conseguinte, não é dissimulado nem vive a representar algo que não é. Jó não era um mero ator; era um autêntico homem de Deus (1Tm 6.11).

2. Reto. Era o patriarca um homem justo, imparcial e direito. Não se deixava comprar pelos poderosos, nem se vendia aos ricos. Sua justiça era notória tanto diante de Deus quanto diante dos homens (Gn 6.9).

3. Temente a Deus. A sinceridade e a retidão de Jó advinham do fato de ele temer ao Senhor. Não somente acreditava na existência de Deus, como tremia ante a sua verdade e santidade. Sabia o patriarca estar o Todo-Poderoso atento a todas as ações dos filhos de Adão (Ne 7.2).

4. Que se desvia do mal. Jó não se limitava a fugir do pecado; fugia da tentação, pois esta induz o homem à iniquidade e à morte (Tg 1.13,14). Embora não houvesse ainda qualquer mandamento escrito, tinha o patriarca em seu coração as leis, os mandamentos e os estatutos do Senhor (Rm 2.14).

Você é uma pessoa sincera, reta, temente a Deus e desvia-se do mal? Ou já se conformou com este mundo? (Rm 12.1,2)

IV. UM PAI DE FAMÍLIA EXEMPLAR

Jó era um homem que se preocupava com o bem-estar espiritual de seu lar. Todas as vezes que seus filhos reuniam-se para se banquetearem, levantava-se ele, de madrugava, para interceder e fazer sacrifícios por eles diante de Deus. Temia que seus sete filhos e três filhas, seduzidos já pelo vinho, ou já embaídos pela euforia dos festins, viessem a blasfemar do Todo-Poderoso (Jó 1.5).

Desgraçadamente, muitos são os pais cristãos que já não se preocupam com os seus filhos. Alguns até fingem ignorar o comportamento abominável, infame e criminoso destes (1Sm 2.22).

Como estão os seus filhos? Sabe você onde eles se encontram neste momento? Prostituindo-se? Optando pelo homossexualismo? Drogando-se? Ou roubando para sustentar os vícios que eles pouco a pouco vão adquirindo com a sua conivência? E as festas que fazem? Você lhes impõe limites? (1Tm 5.8). Interceda por eles. Não espere mais. Levante-se de madrugada; rogue a Deus por todos os seus filhos, nominalmente. Ainda há esperança! (Lm 2.19)

CONCLUSÃO
Todos davam um excelente testemunho de Jó. Até o próprio Deus tinha-o na conta de um homem singular e único em toda aquela geração. Mas, de nós, que estarão dizendo nossos contemporâneos? E os pósteros? Que dirão de nós? Somos, de fato, um modelo de fé? Um paradigma de piedade? Um exemplo de boas obras? Ou já não podemos ser considerados uma referência moral para este mundo que jaz no maligno?

Exige Deus sejam todos os seus filhos um exemplo único de piedade. Caso contrário: não poderemos ser contados entre os seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, que todos nos vejam o testemunho, e glorifiquem ao Pai Celeste. Menos que isto é inaceitável.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A vida espiritual deve ser compartilhada especialmente com os membros da família. Quando o carcereiro de Filipos se converteu, diz a Bíblia que: ‘Então, levando-os a sua casa, lhes pôs a mesa; e, na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa’ (At 16.34).

Não é regra, mas é justo esperar que os pais tenham experiência espiritual, conhecimento da Palavra e convicção das verdades eternas. Somente assim serão capazes de ajudar seus filhos, despertando-lhes interesse pela doutrina. Porém, antes de perseverarem na doutrina, é necessário que aprendam e conheçam a importância desse conhecimento para a salvação. Duas coisas podem auxiliá-los: ensinar os filhos em casa e conduzi-los aos cultos de doutrina. Isso não significa mandá-los aos cultos, ‘à igreja’. Ir com eles é mais proveitoso e animador. Observe a recomendação bíblica: ‘Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele’ (Pv 22.6). Não nos diz: Instrui apenas, mas ‘instrui o menino no caminho’, o mandamento é ensinar à criança o caminho, andando com ela. Tal procedimento é mais fácil e proveitoso.

Os pais que se interessam apenas pelos cultos festivos ou pelos domingos de bom tempo privam os filhos de boas oportunidades para aprenderem a se edificar na fé e nas verdades fundamentais do Cristianismo. Além dessas preciosas finalidades do culto doméstico, temos esta solene exortação: ‘Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia’ (Hb 10.25). Esses mandamentos têm valor eterno, pois provêm de Deus e visam ao bem da família, inclusive a sua!” (… E Deus Fez a Família, CPAD, pp.197,198).

 https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2003/2003-01-01.htm

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