INTRODUÇÃO
Um altar é um lugar de sacrifício, de oferenda a Deus. No Velho Testamento, encontramos muitos altares, os quais eram feitos de pedra ou de metal. Sobre eles os adoradores ofertavam animais, cereais, óleo ou vinho. Esses altares foram erguidos em momentos especiais na vida de pessoas e nações.
1) ALTARES DO VELHO TESTAMENTO
O altar de Abel: um altar de adoração. Poucos anos após a criação, Abel ofereceu sacrifícios a Deus, num ato de culto. Ele reconheceu que o Senhor era digno de adoração pelo que era – o Todo-Poderoso Criador do céu e da terra. De acordo com a Bíblia, “com isso provou que era um homem justo, e Deus aprovou as suas ofertas; e embora há muito esteja morto, ainda fala por meio de seu exemplo” (Hb 11.4).
O altar de Noé: um altar de gratidão. A primeira coisa que Noé fez ao sair da arca foi construir um altar e fazer ofertas a Deus, num gesto de reconhecimento. Ele e sua família estavam gratos por terem sobrevivido ao dilúvio. Eles reconheceram a misericórdia de Deus, preservando através deles a vida em todo o planeta. Por isso, o adoraram. E o Senhor colocou no céu o arco-íris, símbolo de sua aliança com a humanidade.
O altar de Abraão: um altar de fé. Talvez esse seja o altar mais famoso de todo o Velho Testamento. Num gesto profético – e até messiânico – Abraão sobre ele colocou Isaque, e quase chegou a sacrificá-lo. Deus impediu o sacrifício do filho de Abraão… mas não impediu o sacrifício do seu próprio Filho, que foi entregue por amor a nós! O altar de Abraão foi um altar de fé, pois ele foi o Pai da fé. Ali ele demonstrou a sua irrestrita confiança no Senhor.
O altar de Isaque: um altar de superação. Ainda no livro de Gênesis, encontramos Isaque, o filho de Abraão, seguindo o exemplo do seu pai. Ele também construiu altares, e fez isso depois que os filisteus pararam de persegui-lo. Durante um bom tempo os adversários tentaram intimidá-lo, invejando a sua prosperidade e entulhando os seus poços. Mas Isaque foi perseverante, e quando as tribulações haviam sido superadas, adorou ao Senhor.
O altar de Jacó: um altar de compromisso. Quem não se lembra da pedra que Jacó erigiu como coluna, derramando sobre ela o óleo, depois do sonho da escada que chegava ao céu? Ali, diante daquele altar improvisado, ele fez um voto, dizendo: “Esta coluna memorial que eu levantei será um lugar de adoração a Deus, e eu entregarei a Deus a décima parte de tudo que ele me der” (Gn 28.22).
O altar do tabernáculo: um altar de comunhão. Construído de acordo com as ordens de Deus, esse não foi o altar de um homem, mas de toda uma nação. No altar do tabernáculo – e posteriormente no altar do templo – eram oferecidos sacrifícios pelos israelitas e por todo Israel. Era um altar de comunhão, ao redor do qual os adoradores se encontravam, e junto ao qual todos podiam ter um encontro com o Senhor.
O altar de Davi: um altar de conciliação. Davi havia pecado, e, como consequência, uma praga devastava a terra. Compungido, ele se dirigiu até a eira de Araúna, comprando-a para ali erguer um altar ao Senhor. O objetivo era reatar o relacionamento com Deus que se havia rompido. O Senhor aceitou a oferta de Davi. A praga cessou. E naquele exato lugar Salomão construiu, anos mais tarde, o Templo de Jerusalém.
O altar de Elias: um altar de restauração. Na época do profeta Elias os israelitas haviam dado as costas para o Senhor. O profeta restaurou o altar, que estava em ruínas, e ofereceu um sacrifício a Deus. Como resposta, fogo desceu do céu, e todos exclamaram: “O Senhor é Deus!”. Assim foi restaurado não apenas um altar de pedras, mas a fé de todo um país.
2) O ALTAR DO CALVÁRIO: O ÚLTIMO ALTAR
Quando chegamos ao Novo Testamento, encontramos um único altar: o último altar, o altar definitivo, aquele sobre o qual foi oferecido o sacrifício eficaz. Esse altar foi o Monte Calvário. Ali, segundo a Bíblia, “Cristo de uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo… oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hb 9.26,28).
Os sacrifícios do Velho Testamento foram apenas símbolos do sacrifício de Jesus Cristo. É o sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado, é pelas suas pisaduras que somos sarados. É no Calvário que, como Abel, prestamos adoração. É junto à cruz que, como Noé, podemos expressar a nossa gratidão. Vamos até o Salvador levados pela fé, como fez Abraão. Como Isaque, vemos que aos pés do Salvador encontramos superação. Como Jacó, é ali que firmamos o compromisso de tê-lo como nosso Senhor. Pelo sacrifício de Jesus alcançamos comunhão (como profetizava o altar do tabernáculo), conciliação (como prefigurava o altar de Davi) e restauração (como anunciava o altar de Elias).
Depois que Jesus entregou sua vida por nós no Calvário, não há mais lugar para sacrifícios ou penitências. A promessa se cumpriu, e suas sombras tornaram-se desnecessárias. Depois do Calvário, nenhum altar de pedra, metal ou madeira precisa ser erguido. Já não há espaço para altares materiais. Resta-nos o altar espiritual do céu, e o altar espiritual da alma. É ali que, “por meio de Jesus, oferecemos um sacrifício constante de louvor a Deus, o fruto dos lábios que proclamam seu nome” (Hb 13.15).
3) NOSSAS VIDAS SOBRE O ALTAR
Falando sobre esse altar espiritual, o apóstolo Paulo, divinamente inspirado, faz-nos a seguinte exortação: “Portanto, irmãos, suplico-lhes que entreguem seu corpo a Deus, por causa de tudo que ele fez por vocês. Que seja um sacrifício vivo e santo, que Deus considera agradável. Essa é a verdadeira forma de adorá-lo” (Rm 12.1).
Nossas vidas, portanto, devem estar sobre o altar! Mas… o que isso significa?
Nossas vidas sobre o altar significam entrega. Altar é lugar de rendição, de consagração total. Quando um animal era levado ao altar, dali não saía vivo. Quando cereais eram levados ao altar, ali eram consumidos pelo fogo. Nossas vidas sobre o altar representam uma dedicação total, eterna e incondicional ao nosso Deus. A ele pertencemos!
Nossas vidas sobre o altar significam verdade. Viver para Deus é o nosso culto racional, é a verdadeira forma de adorá-lo. Precisamos ser fora do templo aquilo que declaramos ser quando estamos nele. Precisamos nos comportar durante a semana da mesma forma como agimos no domingo. Precisamos viver aquilo que pregamos. O contrário disso é uma mentira religiosa disfarçada de cristianismo!
Nossas vidas sobre o altar significam proteção. Ainda que para alguns a ideia de se entregar completamente a Deus possa parecer assustadora, essa é, na verdade, a única maneira de preservá-la. Quem tenta salvar a própria vida a perde, mas quem a perde por amor a Deus a salva. Não há lugar mais seguro no universo do que o centro da vontade de Deus. Estamos guardados se estamos sobre o altar, se nossas almas repousam nas mãos de Cristo!
CONCLUSÃO
Coloquemos nossas vidas sobre o altar, porque Jesus é digno da nossa confiança e do nosso amor!
Há uma história que nos ajuda a entender toda essa verdade. Um pequeno índio, depois de ouvir a pregação do Evangelho, entendeu que precisava dar uma resposta ao amor de Deus. Ele trouxe até o missionário a sua cuia. O missionário disse: “Isso não serve”. Então voltou trazendo seu arco e suas flechas. O missionário repetiu: “Isso não serve”. Já sem saber o que fazer, o indiozinho trouxe o seu cachorro. O missionário falou: “Isso não serve”. Desesperado, sem saber como expressar a sua gratidão a Deus, o pequeno índio se colocou de joelhos e começou a chorar. O missionário, então, declarou-lhe com um sorriso: “Isso serve”.
O que Deus espera de nós é a nossa vida sobre o altar!
Autor: Pastor Marcelo Aguiar
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