O Espírito Santo aparece no cenário bíblico no segundo versículo de Gênesis, trazendo vida sobre uma superfície “sem forma e vazia”. Ele se revela como uma incubadora, fazendo florescer toda a obra do Criador.
No original hebraico a palavra “pairava” significa incubar. Ele estava preparando a Terra para um momento tremendo. Não havia forma, apenas trevas e abismo, porém, mesmo com todas essas características negativas, o Espírito Santo trabalha para transformar tudo.
Veja como a Palavra de Deus descreve aquele momento: “A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas” (Gênesis 1.2).
Nossas vidas, em certos momentos, podem estar como a Terra estava antes de o Espírito Santo iniciar seu trabalho. Podemos estar vivendo em trevas e abismos, mas temos um amigo perfeito, que não nos abandona pelas nossas imperfeições, mas nos ajuda, incentiva e prepara nossas vidas.
Após a criação da Terra, o Espírito Santo passa a atuar na criação do homem. Quando o homem foi formado do pó da terra (Gênesis 2.7) ele só ganhou vida quando Deus soprou nele o fôlego. O homem não viveu até que Deus soprasse em suas narinas. Podemos ler: “[...] e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2.7).
No hebraico a palavra Espírito Santo é transcrita como Ruach HaKodesh. O substantivo ruach significa, literalmente, “sopro” ou “vento”. Aquele sopro de Deus sobre aquela forma sem vida representava o agir do Espírito Santo na criação. Como está escrito: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”,(Gênesis 1.26).
O homem passaria a conviver com a presença da Santíssima Trindade. O primeiro homem, Adão, tinha livre acesso ao Pai. Conversava com Ele todos os dias, face a face. Andava lado a lado com Ele, entrava na presença do Todo Poderoso com liberdade e intimidade.
No Antigo Testamento essa intimidade espiritual vinha temporariamente sobre os sacerdotes, reis, profetas e ungidos. O Espírito antes vinha sobre ungidos de Deus, tomando eles para cumprir os propósitos divinos, mas não permanecia sempre com eles.
O grande profeta Elias foi um dos homens que recebia o poder do Espírito Santo, tinha autoridade para enfrentar reis, dar ordens ao clima e ao tempo, mas ainda assim não podia ter a totalidade da presença do Santo Espírito.
Já na vida de Davi Ele se manifestou em alto nível de amizade, desde quando Davi era pastor de ovelhas, quando ainda cantava salmos além do deserto, no pasto com as ovelhas. No dia de sua unção pelas mãos do profeta Samuel, o Espírito Santo confirmou o seu chamado.
Conforme está escrito em 1 Samuel 16.13: “Então Samuel tomou o vaso de azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Depois Samuel se levantou, e foi para Ramá”.
Somente em Atos 2 o Espírito Santo é derramado sobre “toda a carne”, cumprindo-se a profecia de Joel 2.28. O próprio apóstolo Pedro, cheio do Espírito de Deus, cita essa passagem bíblica como referência do que estava acontecendo naquele instante.
A expressão “derramado” representa bem essa manifestação gloriosa do Espírito Santo de Deus. Sua energia, entregue aos profetas, sacerdotes e reis do Antigo Testamento, agora é lançada sobre todo o homem que almeja ser um instrumento de valor para o Reino de Deus.
Pr Joel Engel
Por Litrazini
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