Os apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome. (Atos 5.41)
Furiosas por terem fracassado em sua primeira investida contra os apóstolos, as autoridades resolveram tomar uma atitude. Desta vez elas prenderam a maioria, se não todos os apóstolos e os colocaram em uma prisão pública.
Durante a noite, no entanto, um anjo abriu as portas do cárcere, levou-os para fora e mandou que eles fossem pregar o evangelho no pátio do templo. Foi o que eles fizeram.
Em sua defesa diante do Sinédrio, os apóstolos se preocuparam mais em glorificar a Cristo, aquele que Deus havia ressuscitado e exaltado. Os membros do Sinédrio ficaram furiosos com o testemunho corajoso dos apóstolos e queriam matá-los.
Foi nesse momento que Gamaliel, um fariseu muito respeitado, fez uma intervenção diplomática. Citando como precedente duas rebeliões anteriores (cujos detalhes históricos são incertos), ele aconselhou o concílio a libertar os apóstolos, pois se a atividade deles fosse de origem humana, fracassaria, mas se fosse da parte de Deus, ninguém poderia detê-la, e o concílio estaria lutando contra Deus.
Não devemos, no entanto, considerar o argumento de Gamaliel como um princípio invariável, pois o mal, pelo menos a curto prazo, muitas vezes triunfa, enquanto o bem por vezes fracassa.
O concílio aceitou o conselho de Gamaliel, açoitou os apóstolos, repetiu a ordem para que não falassem no nome de Jesus e os libertou.
A reação dos apóstolos é digna de nossa admiração. Mesmo com as costas brutalmente laceradas e sangrando, eles saíram do Sinédrio alegres, por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome (v. 41).
Assim, Lucas conclui seu relato sobre as duas perseguições deflagradas contra a igreja recém-nascida. Na primeira o concílio ordenou aos apóstolos que não falassem nem ensinassem em nome de Jesus, e isso os levou a orar por coragem para continuar pregando. Na segunda o concílio repetiu a ordem anterior e os açoitou, o que fez com que eles louvassem a Deus e se sentissem honrados por terem sofrido humilhação por Cristo.
O diabo nunca desistiu de tentar destruir a igreja à força. Até hoje a igreja ainda sofre perseguição em várias partes do mundo. Mas não precisamos temer por sua sobrevivência.
Como Tertuliano escreveu em sua Apologia: “Podem nos matar, torturar, condenar, reduzir-nos a pó… Quanto mais vocês nos massacram, mais nós crescemos; a semente é o sangue dos cristãos”.
Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato
Por Litrazini
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