O leitor já viu uma pobre mãe subir ao topo de uma árvore bem alta e atirar-se ao chão, quebrando os seus ossos em morte sacrificial? Já viu?
Isso ainda se faz hoje na África. Por que? Porque morreu uma criança e o médico feiticeiro achou que a mulher era a responsável por aquilo. Diz que se a mulher for inocente, aquele salto do alto da árvore em nada a prejudicará. Se morrer a mulher, fica provado que era a culpada, e toda a povoação se ajunta para ratificar o julgamento.
Aqueles homens e mulheres são tão humanos quanto nós, quanto você, meu leitor.
As mães de lá acariciam seus filhinhos justamente como você. Os laços familiares são muito fortes na África. Mas aquela gente nunca ouviu falar que existe uma maneira melhor de viver. Estão em trevas. São negligenciados. Não conhecem coisa melhor.
Você já viu um médico feiticeiro arrancar violentamente dos braços da mãe desvairada o filhinho, colocá-lo de costas no chão e encher a sua boca com areia até matá-lo? Isso se faz ainda hoje no coração da Austrália entre aborígines!
E por que? Pelo fato de haver morrido um adulto e se precisar encontrar uma vítima para acalmar os maus espíritos que só aceitam sacrifício humano. A religião deles assim o requer!
Não obstante, você já não ouviu alguns dizerem por aí que as religiões dos pagãos lhes bastam?
Que Deus se apiede daqueles que assim pensam!
Gostaria você que seu filhinho, por motivos de religião, fosse sufocado de areia até morrer?
Você já viu colocar-se uma grossa corda no pescoço de uma esposa bela e jovem, e fazê-la morrer estrangulada, pouco a pouco?
João Geddes viu isso quando esteve numa ilha do Sul do Pacífico.
Por que fazem isso? Por religião. Uma vez que o marido lhe morreu, deve ela ser enterrada com ele. É o que os sacerdotes da religião deles determinam, e exigem!
Ela deve acompanhar o marido em sua viagem. E, se o filho mais velho tem idade suficiente, deve ele mesmo estrangular a mãe que ficou viúva. Se deixam filhos muito pequenos, que não podem viver por si, devem também ser estrangulados.
Você está de acordo com isso? Acha você que essa religião é boa para aqueles pagãos? Claro que não; mas eles não conhecem outro caminho, outra maneira de vida. Assim, agem conforme as luzes que têm.
Não admira, pois, que a Bíblia afirme: Os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de crueldade (Sl 74.20).
Oh! Quanto esses lugares precisam conhecer Jesus! E quão felizes serão quando ouvirem alguém lhes falar sobre Ele.
Você já viu um pobre devoto pagão postar-se no centro de uma vila, sacar de uma comprida adaga e retalhar sua própria cabeça até o sangue jorrar por entre os cabelos, e daí encher os talhos ou ferimentos com jornais, e atear fogo em tudo? Já ficou a ver aquele fogo chiando nos cabelos e no sangue dele?
Hoje isso ainda se faz em terras pagãs! Por que? Por religião. Você faria isso para alcançar um lugar de paz no céu, como pensam aqueles pagãos?
Você responde que não, sei disso. Mas, você procederia desse modo, se não conhecesse outro caminho. Se você tivesse nascido entre aqueles pagãos, estaria agindo do mesmo modo. Pense nisso.
Você condena e reprova tais atos de violência, porque conhece coisa melhor. E é justamente esse o motivo por que afirmo que eles também mudarão o estilo de vida, caso alguém lhes anuncie coisa melhor. Agora estão perdidos, esquecidos, pois ainda não foram alcançados pelo Evangelho.
E Jesus a nós, que estamos salvos, ordenou que lhes levemos a luz do Evangelho.
Esse assunto tem a ver com você, prezado leitor? Quer você tomar parte nessa maravilhosa missão? rs
Já viu um médico nativo ajoelhar-se sobre uma bela e jovem donzela, deitada de costas no chão, apertar entre seus joelhos a cabeça dela, e serrar-lhe, um por um, os dentes, em meio dos seus gritos de dor? Já viu tal moça a suar, com corpo todo a tremer, e com o sangue a escorrer-lhe das gengivas laceradas, levantar-se do chão para viver o resto de sua vida apenas com aquelas horríveis e feias gengivas?
Você sujeitaria sua filha a um costume assim bárbaro? É certo que não, porque conhece coisa melhor. Nem eles o fariam, caso conhecessem o Evangelho. A religião deles exige aquilo! E você continuará surdo aos apelos que nos fazem para lhes levar a luz de Cristo? E irá talvez dizer: "Eu nada posso fazer nesse sentido".
Já viu que o médico deles corta o lindo rosto da criancinha em muitas tiras, e enfia, nos cortes e buracos, negros e sujos carvões?
Já ouviu os lancinantes gritos da pobre criança na agonia ao sentir o feiticeiro e médico marcar o seu peito e abdômen com grosseiros e esquisitos desenhos?
Fazia-se isso na África, por século; e ainda isso se faz, de uma ou de outra forma, no corpo da maioria das crianças africanas!
Por que? Simplesmente por acharem que seus filhos devem ter tais marcas. Não conhecem nada melhor. Fazem para seus filhos o que entendem ser a melhor coisa. E gostam de seus filhos tanto quanto nós!
No paganismo, não há sossego, nem paz nem alegria. As religiões deles não são boas nem suficientes para eles. Eles têm tanto direito de conhecer a Cristo quanto nós. Não somos os favoritos de Deus, somos sim, mais afortunados.
Outros cristãos nos trouxeram o Evangelho. Ouvimos e cremos. Estamos salvos. Mas eles ainda estão perdidos, perdidos, sim, perdidos. Urge que
os alcancemos.
Antes de 1890 os sacrifícios humanos eram legais e populares na África. Quando morria um chefe, cortavam-se as cabeças de muitos, as viúvas eram enterradas com os maridos falecidos, ou mortas e comidas. Mergulhavam as mãos em óleo fervente.
Só o Evangelho conseguiu modificar isso. Mas, atrás das sinistras cortinas da vasta mata, ainda hoje, práticas desumanas campeiam e prevalecem!
Alexandre Mackay conta que três rapazotes africanos que morreram pela causa de Cristo; tinham de doze a quinze anos! O mais velho avançou ao encontro da morte, cantando um hino. Cortaram-lhe os braços, e o atiraram ao fogo, queimando-o vivo.
Fizeram o mesmo ao segundo.
Por fim, o terceiro, o mais moço, de doze anos, suplicou: "Não me cortem os braços, pois não vou oferecer resistência. Atirem-me ao fogo". Que heróis!
Verdadeiramente o sangue dos mártires é a sementeira da Igreja. O preço que se pagou para que hoje tivéssemos o Evangelho foi esse: o sangue de dez milhões de atrocidades desumanas. E, agora, que estamos, você e eu, querendo pagar e fazer para levar o Evangelho à nossa geração?
Quão grande, pois, a nossa responsabilidade de cristãos!
As multidões aí estão, milhões e milhões, prontas para a ceifa.
Famintas e sedentas. Atemorizadas e atormentadas. Solitárias e abandonadas. Negligenciadas, esquecidas e desconsoladas.
Eu e você, que estamos fazendo para alcançá-las?
Nada mais a comentar!
Thiago Passos
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