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09 maio 2013
Volte Para Casa
de Max Lucado
A prática de usar coisas terrenas para esclarecer verdades celestiais
não é uma tarefa fácil. Todavia, ocasionalmente, encontramos uma
história, uma lenda ou fábula que transmite uma mensagem tão
exatamente como centenas de sermões e com uma criatividade dez vezes
maior. Esse é o caso da leitura abaixo. Eu a ouvi contada pela
primeira vez por um pregador brasileiro em São Paulo. Embora a
tivesse repetido inúmeras vezes, sua mensagem me aquece e me dá nova
segurança sempre que faço uma recapitulação da história.
A casinha era simples mas adequada. Ela consistia de um quarto amplo
numa rua empoeirada. Seu telhado de telhas vermelhas era um dentre os
muitos naquele bairro pobre na periferia da cidade. Era uma casa
confortável. Maria e sua filha, Cristina, haviam feito o possível
para acrescentar cor às paredes cinzentas e calor ao chão de terra
batida: um velho calendário, uma fotografia desbotada de um parente,
um crucifixo de madeira. A mobília era modesta: um catre em cada lado
do quarto, uma pia e um fogão a lenha.
O marido de Maria morrera quando Cristina era criança. A jovem mãe,
recusando teimosamente casar-se de novo, arranjou um emprego e criou
a filha do`melhor modo que pôde. Agora, quinze anos mais tarde, os
piores anos tinham passado. Embora o salário de doméstica recebido
por Maria não lhes permitisse muitos luxos, ele era certo e fornecia
às duas alimento e roupas. Cristina tinha também chegado a uma idade
em que poderia arranjar um emprego e ajudar a mãe.
Alguns diziam que Cristina puxara à mãe em sua independência. Ela
repelia a idéia de casar-se cedo e criar uma família, embora pudesse
escolher entre vários pretendentes. Sua pele morena e olhos castanhos
atraíam uma série de candidatos à sua porta. Ela tinha um jeito
especial de jogar a cabeça para trás e encher o ambiente de riso.
Tinha também aquela magia rara que algumas mulheres têm de fazer com
que o homem se sinta um rei só por estar a seu lado. Mas a sua
maneira irônica de tratar as pessoas mantinha todos os homens a uma
certa distância.
Cristina falava muito de ir para a cidade. Ela sonhava em trocar seu
bairro poeirento por avenidas suntuosas e a vida citadina. Essa idéia
horrorizava a mãe. Maria imediatamente lembrava Cristina dos males
das cidades grandes. "As pessoas não conhecem você. Os empregos são
difíceis de achar e a vida é cruel. Além disso, se fosse para lá,
como iria viver?"
Maria sabia exatamente o que Cristina faria, ou teria de fazer para
sustentar-se. Foi por isso que seu coração partiu-se ao acordar certa
manhã e ver vazio o leito da filha. Maria soube na mesma hora para
onde ela havia ido e sabia também o que deveria fazer para
encontrá-la bem depressa. Jogou algumas roupas na mala, reuniu todo o
dinheiro que tinha e saiu correndo de casa.
A caminho do ponto de ônibus entrou numa lojinha para a última
compra. Fotos. Ela sentou-se na cabine de fotografia, fechou a
cortina e tirou fotos suas, gastando quanto pôde. Com a bolsa cheia
de fotografias preto-e-branco de si mesma, ela tomou o primeiro
ônibus que saía para o Rio de Janeiro.
Maria tinha certeza que Cristina não conseguiria ganhar dinheiro com
facilidade. Sabia, entretanto, que ela era teimosa demais para
desistir. Quando o orgulho se encontra com a fome, o ser humano faz
coisas que jamais pensava fazer antes. Tendo conhecimento disto,
Maria começou suas busca. Bares, hotéis, boates, qualquer lugar onde
pudesse ha-ver uma meretriz ou prostituta. Foi a todos. E em cada
lugar deixou sua foto — colada no espelho do banheiro, pregada num
quadro de avisos de hotel, presa numa cabine telefônica. E no verso
de cada uma escreveu uma nota.
Não demorou muito para que o dinheiro e as fotografias acabassem e
Maria teve de voltar para casa. A mãe cansada chorou enquanto o
ônibus iniciava sua longa jornada de volta para sua cidadezinha.
Algumas semanas depois a jovem Cristina desceu as escadas do hotel.
Seu rosto mostrava-se pálido. Seus olhos castanhos não dançavam mais,
alegres e buliçosos, mas falavam de sofrimento e medo. Seu riso se
fora. Os sonhos que tivera se transformaram em pesadelo. Mil vezes
quisera trocar aqueles inúmeros leitos por seu catre seguro. Todavia,
a cidadezinha em que vivera se tornara de muitas formas distante
demais.
Ao chegar ao pé da escada, seus olhos notaram um rosto familiar. Ela
olhou de novo e ali no espelho do saguão estava uma fotografia da
mãe. Os olhos de Cristina queimaram e sua garganta contraiu-se,
enquanto atravessava o salão e removia a pequena foto. Escrita no
verso da mesma, achava-se este convite atraente: "O que quer que você
tenha feito, o que quer que se tenha tornado, não importa. Por favor,
volte para casa."
Foi o que ela fez.
"Ele (o Filho) que é o resplendor da glória e a expressão exata do
seu Ser..."
"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei."
Veja a imagem especial de Mateus 11:28
http://www.iluminalma.com/img/il_mateus11_28a.html
Veja mais reflexões, ilustrações, e pregações para o Dia das Mães
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