I Reis 14: 25 - 27
Roboão assumiu o reinado de Judá com a idade de 41 anos, herdando-o de seu pai, o rei Salomão, que o havia transformado no reino mais glorioso que Israel já teve. Tudo que havia no reino foi transferido para Roboão, no entanto ele não deu sequência àquilo que seu pai iniciou, pois levou uma vida de pecados, desviando o povo dos caminhos do Senhor e imitando as nações que o Senhor havia expulsado de diante dos filhos de Israel.
No quinto ano do seu reinado, Roboão foi atacado por Sisaque, rei do Egito, o qual se apoderou de todos os tesouros do Templo do Senhor e do Palácio Real, levando tudo para sua terra. Até mesmo os Escudos de Ouro que Salomão mandara fazer, foram levados por Sisaque para o Egito.
Para substituir os escudos de ouro levados pelo inimigo, o rei Roboão mandou fazer Escudos de Bronze e os entregou aos chefes dos guardas que vigiavam a porta do Palácio Real. Todas as vezes que o rei ia ao Templo do Senhor, os guardas vinham e tomavam os escudos de bronze e, depois, os devolviam à sala da guarda.
O reino de Salomão aponta profeticamente para a Obra do Espírito Santo. Tudo que o Espírito tem realizado nos têm sido entregue como herança. Nós temos sido escolhidos para guardar os tesouros do templo (as bênçãos da igreja) e os tesouros do palácio do rei (as bênçãos do nosso coração). O Espírito Santo nos tem concedido todos os recursos necessários para a realização da Obra. Os Escudos de Ouro representam tudo aquilo que o Espírito Santo tem realizado nas nossas vidas para nos dar segurança e revestir de poder, a fim de cumprirmos a vontade do Senhor. O Batismo com o Espírito Santo, os Dons Espirituais, as experiências de uma vida de fé, são operações do Espírito Santo que visam o crescimento e o aperfeiçoamento da nossa vida espiritual. Deste modo, um escudo de ouro vai se formando no nosso interior a cada dia.
O adversário, no entanto, tem procurado agir como o rei do Egito agiu. Ele procura uma oportunidade para atacar e se apoderar dos tesouros e dos escudos de ouro que o Senhor nos deu. Se não vigiarmos ele poderá fazer isso, e se conseguir, a situação se torna muito difícil.
Nós temos visto muitos que tiveram seus tesouros saqueados e seus escudos roubados. A situação destas pessoas é lastimável, pois ao invés de lutarem para recuperarem tudo que perderam, elas simplesmente se acomodaram, passando a viver uma vida espiritual sem expressão alguma, sem profundidade, sem o poder do Senhor em suas vidas, afastadas da igreja e mergulhadas na frieza espiritual.
O que aconteceu com essas pessoas é que elas, após perderem seus Escudos de Ouro, fizeram para si Escudos de Bronze, um metal inferior ao ouro, mais barato, menos belo e que comparado com um escudo de ouro, não motiva ninguém a preservá-lo. O escudo de bronze representa uma vida espiritual de qualidade inferior, sem testemunho, sem profundidade, sem ânimo, sem motivação... uma vida de aparências.
Quando a pessoa perde a comunhão com o Senhor, passa a viver uma vida espiritual inexpressiva. Ela assume uma posição de comodismo, transferindo sempre a responsabilidade de sua situação para os outros (os guardas do palácio), esperando que façam em seu lugar aquilo que lhe compete. Ela passa a não participar dos cultos e reuniões da igreja e espera que os outros orem por ela, façam madrugadas, visitas de assistência, etc. É certo que não devemos abandonar aqueles que estão passando por dificuldades, mas a atitude passiva de alguns se torna um obstáculo para sua recuperação, mesmo quando assistidos.
A Palavra narra no livro de II Crônicas, no capítulo 33, a experiência do rei Manassés. Ele perdeu a comunhão com o Senhor de tal maneira que desceu ao fundo do abismo de sua vida espiritual. Mas quando despertou para sua real situação, buscou a face do Senhor profundamente arrependido, e foi restaurado em tudo no reino de Israel II Cro 33: 12, 13).
A característica principal do ministério do Senhor Jesus foi revelada pelo profeta Isaías quando ele disse: "A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega..." (Is 42: 3). Na verdade todo o esforço do Senhor esteve em recuperar o homem, em erguê-lo, colocando-o no Caminho. Nós precisamos entender que a fraqueza está em nós, mas a força e o poder para nos sustentar está no Senhor.
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