29 março 2012

Eis o Cordeiro de Deus


EIS O CORDEIRO DE DEUS
de Max Lucado

Senhor? Sim.
Pode ser que eu esteja errando ao dizer isso, mas preciso lhe dizer
algo que estou pensando.
Pode falar.
Eu não gosto deste versículo: "Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?" Não parece com você; não parece algo que o senhor
diria.
Normalmente eu adoro quando você fala. Eu escuto quando você fala. Eu
imagino o poder de sua voz, o trovoar dos seus mandamentos, o
dinamismo em suas ordens. Isso é o que eu gosto de ouvir.
Lembre-se da canção de criação que você cantou na silenciosa
eternidade? Ah, agora isso é você. Este era o ato de um Deus!
E quando você ordenou as ondas a salpicarem e elas rugiram, quando
você mandou que as estrelas fossem arremessadas e elas voaram, quando
você proclamou que a vida fosse vivida e tudo começou? . . . Ou o
sussurro de respiração no barro assado que seria Adão? Isso era o seu
melhor. É assim que eu gosto de lhe ouvir. Esta é a voz que eu adoro
ouvir.
É por isso que eu não gosto deste versículo. É realmente você
falando? Essas palavras são realmente suas? Essa é de fato sua voz? A
voz que acendeu um arbusto, dividiu um mar, e enviou fogo de céu?
Mas desta vez sua voz é diferente.
Olhe para a declaração. Há um "por que" no início e um ponto de
interrogação ao fim. Você não faz perguntas.
O que aconteceu com o ponto de exclamação? Esta é sua marca
registrada. Esta é sua assinatura. A marca tão alta e forte quanto as
palavras que precedem.
Está no final de seu comando para Lázaro: "Venha!"[João 11:43]. Está
lá quando você exorciza os demônios: "Vá!"[Mat 8:32]
Está lá tão valentemente quanto você quando você caminha por sobre as
águas e fala para os seguidores: "Tenham Coragem!"[Mat 14:27]
Suas palavras merecem um ponto de exclamação. Eles são o estrondo de
címbalos do final, o tiro de canhão de vitória, a trovada
conquistadora de carruagens.
Seus verbos abrem desfiladeiros e acendem os discípulos. Fale, Deus!
Você é o ponto de exclamação da própria vida. . .
Então, por que o ponto de interrogação que paira sobre o término de
suas palavras? Delicado. Dobrado e curvado. Inclinado como se
estivesse cansado. Tomara que você o endireitasse. Estire. Faça-o
ficar reto e alto.
E já que estou sendo bem franco com você – eu também não gosto de ver
a palavra abandonar. A fonte de vida. . . abandonado? O doador de
amor. . , só? O pai de tudo. . . isolado?
Veja bem. Certamente você não quer dizer isso. Pode a divindade se
sentir abandonada? Nós poderíamos mudar um pouco a declaração? Não
muito. Só o verbo. O que você sugeriria?
Que tal desafio? "Meu Deus, meu Deus, por que me desafiaste?"
Não é melhor? Agora nós podemos aplaudir. Agora nós podemos erguer
bandeiras para sua dedicação. Agora nós podemos explicar isso aos
nossos filhos. Agora faz sentido. Agora, isso lhe faz um herói. Um
herói. A história está cheia de heróis.
E quem é um herói senão aquele que sobrevive a um desafio.
Ou, se isso não for aceitável, eu tenho outro. Por que não aflição?
"Meu Deus, meu Deus, por que me afligiste?" Sim, é isso mesmo. Agora
você é um mártir, fincando o pé para a verdade. Um patriota,
perfurado pelo mal. Um soldado nobre que levou a espada toda até o
cabo; ensangüentado e machucado, mas vitorioso.
Afligido é muito melhor que abandonado. És um mártir. Lá bem ao lado
de Patrick Henry e Abraham Lincoln.
Você é Deus, Jesus! Você não pôde ser abandonado. Você não pôde ser
deixado só. Você não pôde ser abandonado em seu momento mais
doloroso.
Abandono. Isso é o castigo para um criminoso. Abandono. Isso é o
sofrimento agüentado pelos piores. Abandono. Isso é para o vil – não
para você. Não você, o Rei de Reis. Não você, o Princípio e o Fim.
Afinal de contas, não foi você que João chamou de Cordeiro de Deus?
Isso é que é nome! Isso é que é você. O Cordeiro imaculado e puro de
Deus. Eu posso ouvir João dizendo as palavras. Eu posso vê-lo
erguendo os olhos. Eu o vejo sorrir e apontar para você e proclamar
alto o bastante para todo o Jordão ouvir, "Veja o Cordeiro de Deus. .
." E antes dele terminar a declaração, todos os olhos viram para
você. Jovem, bronzeado, robusto. Ombros largos e braços fortes.
"Veja o Cordeiro de Deus. . ." Você gosta daquele versículo?
Eu gosto muito. Deus. É um dos meus favoritos. É você. E a Segunda
parte?
Hummm, deixe-me ver se eu me lembro. "Veja o Cordeiro de Deus que
veio tomar o pecado do mundo".[João 1:29] Não é isso, Deus?
É isso aí. Pense no que o Cordeiro de Deus veio fazer.
"Que veio tomar o pecado do mundo." Espere um minuto. "Tomar o
pecado. . ." Eu nunca tinha pensado nessas palavras.
Eu as li mas nunca pensei sobre elas. Eu pensei que, sei lá, você
simplesmente tivesse mandado o pecado embora. Baniu-o. Eu pensei que
você apenas tinha ficado diante das montanhas de nossos pecados e as
mandado sumir. Como você fez com os demônios. Como você fez com os
hipócritas no templo.
Eu pensei que você simplesmente tinha mandado o mal embora. Eu nunca
notara que você o tinha tomado. Nunca me ocorreu que você de fato o
tocou - pior ainda, que o pecado lhe tocou.
Isso dever ter sido um momento terrível. Eu sei o que é ser tocado
por pecado. Eu sei o que é sentir o fedor dele. Lembra como eu era
antes? Antes de eu lhe conhecer, eu me espojei naquele lamaçal. Eu
não só toquei pecado, eu o amei. Eu o bebi. Eu dancei com ele. Eu
estava no meio dele.
Mas por que eu estou lhe falando? Você se lembra. Foi você que me
viu. Foi você que me achou. Eu estava só. Eu tinha medo. Lembra? "Por
que? Por que eu? Por que estou tão machucado?"
Eu sei que não era uma boa pergunta. Não era a pergunta certa. Mas
era tudo eu conseguia perguntar. Veja, Deus, eu me sentia tão
confuso. Tão desolado. Pecado faz isso com você. Pecado lhe deixa
naufragado, órfão, à toa, aban–
Ó Meu Deus. Foi isso que aconteceu? Quer dizer que o pecado fez o
mesmo a você que fez a mim?
Eu sinto muito. Ó, eu sinto tanto. Eu não sabia. Eu não entendi. Você
realmente estava só, não foi?
Sua pergunta foi real, não foi, Jesus? Você realmente sentiu medo.
Você realmente estava só. Como eu estava. Só que, eu merecia. Você
não.
Perdoe-me, eu falei sem pensar.
Para mais reflexões, ilustrações e imagens para a Páscoa veja o site
da Hermeneutica http://www.hermeneutica.com/mensagens/
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Este artigo foi traduzido por Dennis Downing e reproduzido com a
devida autorização do autor para o site www.hermeneutica.com.
Copyright © 1996 Max Lucado e UpWords Ministries. Todos os direitos
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