30 novembro 2011

Pregador, vire o disco!


Pregador, vire o disco!

Pregador
Não aguento mais ouvir autoajuda nos pulpitos da Igreja. Precisamos de uma reforma!
Vivemos tempos trabalhosos na Igreja Brasileira. A confusão teológica reina em muitas comunidades e isso afetou profundamente o pentecostalismo brasileiro. A pregação pentecostal, que sempre foi conhecida por sua simplicidade, hoje flerta com o antropocentrismo e com a filosofia de autoajuda (e com algumas pitadas da teologia da prosperidade).
Isso se deve, principalmente, a falta de preparo teológico dos pregadores pentecostais. Em nossas igrejas, o púlpito é oferecido muito cedo aos novos convertidos e, como estes são alvos fáceis desta safra de pregadores atuais, eles acabam replicando os erros que escutam nos programas de televisão e nos DVD´s de mensagens.
Graças a Deus, na condição de dirigente de congregação, não tenho tanto tempo para visitar outras igrejas, mas nas poucas vezes que tenho feito isso, costumo sair aborrecido pelo fato de ouvir sempre o mesmo tipo de mensagem. Não importa o texto bíblico que seja pregado, a pregação se resumirá em três afirmações:
(1)    O Senhor te dará vitória!
(2)    Deus cumprirá tudo aquilo que lhe prometeu!
(3)    O seu inimigo irá perder!
Pregadores, pelo amor de Deus, virem o disco! Não agüentamos mais ouvir essas baboseiras que, além de não corresponderem a essência do evangelho, ainda afastam os crentes de uma fé pura no Salvador. Essa pregação está gerando uma massa de crentes iludidos, que não sabem (e não querem) sofrer por amor a Cristo, e que cedo ou tarde abandonarão a fé porque esperaram por coisas que Jesus nunca os quis dar. Pregadores, vocês serão julgados por isso!
Pregando por causa de Deus, ou para alegrar o homem?
Cada pregador do evangelho deve avaliar constantemente seu coração para saber o que o tem motivado a pregar. Mais do que isso, um pregador deve entender o que o leva a ministrar uma determinada mensagem para a Igreja de Jesus.
Quando vou pregar para minha congregação, sigo alguns princípios, os quais compartilho. Não considero tais recomendações perfeitas, mas servem para mim como um filtro, que evita que eu perca o foco quando me dirijo à Igreja de Jesus.
(1) Tento discernir, através da leitura e meditação da Palavra, o que Deus quer comunicar à Igreja. Muitas vezes o Espírito Santo ilumina meu entendimento para um texto bíblico e, algum tempo depois, aquela aplicação se mostra necessária na vida dos irmãos que pastoreio.
(2) Tenho como princípio que um pregador cristão deve anunciar a Jesus Cristo. Jamais componho uma mensagem que não apresente a vida e a obra do Salvador. Não importa onde eu começo a ministração, se não terminar apontando para Cristo, eu entendo que não cumpri meu papel de pregador.
(3) Analisando a forma como os apóstolos pregavam, aprendi que a pregação deve glorificar a Deus e não ao homem. Concentro a mensagem muito mais naquilo que Deus É do que naquilo que sei que Ele pode fazer. Quando me dirijo a Igreja, tento recordá-la da grandeza do Criador e da nossa insignificância.
(4) Costumo me manter na Palavra e, se preciso ilustrar algo com um testemunho, conto o que eu próprio vivi (porque há muitos testemunhos mentirosos fazendo sucesso na Igreja).
Uma recomendação
Não seja vítima deste falso evangelho que está sendo anunciado por aí. Estude a Bíblia Sagrada, compre  comentários bíblicos de qualidade, leia sobre a história do cristianismo, estude bons tratados de teologia. Vacine-se contra esta maldição que está tentando destruir a Igreja de Jesus Cristo. E oremos para que esta geração de falsos pregadores se converta ao Cristo da Bíblia e a doutrina cristã.