17 dezembro 2010

MANTENDO-SE NAS ALTURAS

 

MANTENDO-SE NAS ALTURAS
No ano de 1995 eu recebi do Senhor uma bênção muito preciosa: participar do 17o. Congresso da Aliança Batista Mundial, em Buenos Aires, na Argentina. Foi uma viagem inesquecível, um tempo que jamais esquecerei em minha vida.
Lembro-me como se fosse hoje do dia em que deixamos a capital portenha, após tão monumental empreitada de fé e amor ao Senhor. Eram 17:30 horas quando o avião deixou o aeroporto. Estávamos num Boeing 767. A maioria dos passageiros eram congressistas que retornavam para as mais diversas partes do Brasil. 
Decolamos tranqüilamente, deixando Buenos Aires muito distante, no chão. Alguns minutos se passa­ram, enquanto o avião não cessava sua subida rumo aos 12.500 metros de altitude, para poder viajar em velocidade de cruzeiro, 900/1000 Km/h. O céu estava límpido. A temperatura caiu para 60 graus negativos lá no alto, do lado de fora (é claro!). Então, num movimento simples e belo, a aeronave nivelou-se, rumando para São Paulo.
As cenas ali vistas foram indescritíveis. Sair da Argentina e atravessar o mar, chegando ao Uru­guai em 8 minutos, foi fantástico! Em 20 minutos atravessamos todo o solo daquele país, rumando para as terras gaúchas. Alí víamos nuvens de uma frente fria, que cobriam todo o território riogran­dense. Era um espetáculo cinematográfico: nuvens como flocos de lã, soltas pelo ar, um autêntico tapete debaixo de nosso avião. O sol se punha no horizonte, deixando-nos contemplar o seu reflexo lá no mar. A quietude e o azul escuro do céu nos deixavam atônitos, impressionados! Após duas horas pousamos no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guaru­lhos, São Paulo.
Enquanto eu voava, recolhido na quietude da minha alma, em doce comunhão com o meu Criador, Ele falou ao meu coração. A grandi­osidade de Sua criação e a pequenez do ser hu­mano  me humilharam. "Quem é o homem para que dele te lembres?" (Salmos 8.4). A maneira como as coisas perdem a magnificência também são chocantes. Nós achamos que nossas  dificul­dades são tão grandes, ou cremos que o mundo todo gira em torno de nós mesmos, e, quando contem­plamos as cidades e os povos pequeninos lá de cima, vemos o quanto estamos enganados! O mundo não depende de nós, o mundo não se re­sume ao nosso problema ou à nossa pessoa. Deus é o centro de tudo, e nós o exaltamos por isto: "Não a nós, Senhor, não a nós, Senhor, mas ao teu nome dá glória"  (Salmos 115.1).
Sob o ponto de vista humano, tudo parece grande demais, como foi com os espias da terra de Canaã, ao contem­plarem os antigos habitantes da Terra Prometida: para eles, os habitantes de Canaã eram gigantes(conf. Números 13.33). No entanto, Josué e Calebe, cujos olhares não estavam firmados no ponto de vista humano, mas sim no de Deus, de quem está nas alturas, pela fé, verificaram que não eram tão grandes assim, mas que Deus era maior e que podiam conquistar a terra (idem, 13.30). Eram os mesmos homens! Eram os mesmos inimigos! Mas uns viam o inimigo sob a ótica míope de quem olha de baixo para cima, da terra. Os outros viam sob a ótica de Deus! 
Paulo, o apóstolo, nos instrui para que estejamos assentados nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Que nos coloquemos, pela fé, nas alturas, acima das nuvens, acima dos problemas e da realidade imediata. Lá no alto não há tempestades, não há tormentas, não há oscilações. Lá do alto tudo é paz, tudo é tranqüilidade! Cristo é a nossa paz. Assim como Pedro cami­nhou sobre as águas quando confiou no Senhor, nós também podemos estar acima do que os olhos vêem ou do que o coração sente, assentados nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Temos a mente de Cristo (I Coríntios 2.16), e devemos ter também o olhar de Cristo.
"Oh, Deus, que estejamos nas alturas, que nos acheguemos com confiança até a Tua presença em oração, que experimentemos o que significa viver debaixo de Tua paz e da Tua bênção. Tu és a nossa Paz. Que assim seja.  Em nome de Jesus. Amém."
Pr. Wagner Antonio de Araújo.

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