SALOMÃO CAIU... PORQUE DEIXOU DE OLHAR PARA 2 COLUNAS
I Rs. 7.15 e 21.
Salomão foi indubitavelmente um dos maiores reis do mundo antigo. Muitos reis apoiaram-se em conquistas para ganhar reputação. O reinado de 40 anos de Salomão não foi perturbado pela guerra, e sua fama apoiava-se na sua criatividade e realizações construtivas. Salomão ainda aparece com uma personalidade das mais surpreendentes assim como a mais dotada das Escrituras.
Contudo Salomão, com todo o seu zelo inicial e sabedoria, violou a especial lei de Deus para os reis (Dt.17.16:17). Ao solidificar tratados com nações estrangeiras casou com muitas esposas, e em sua paixão por elas não somente permitiu-lhes adotar suas deidades pagãs, mas também começou ele mesmo a prestar-lhes culto.
Queremos voltar um pouco no tempo, onde nossa história começa. Encontramos Davi já velho e prestes a morrer (I Rs. 2.1). Apesar de estar somente com 70 anos, seu corpo está fraco e retraído. Talvez o estresse das suas constantes lutas com Saul e inimigos estrangeiros tiveram um alto custo. Ou quem sabe, seus problemas familiares especialmente a rebelião e a morte de seu filho favorito Absalão (2 Sm.15.18).
Davi aprendeu em sua juventude , mediante árdua experiência e disciplina, que o sucesso e a benção de Deus dependiam da firmeza nos caminhos e na verdade de Deus. Por isso Davi estava muito empenhado no sentido de que Salomão vivesse em obediência e lealdade a Deus. Mesmo assim, Salomão e seus filhos acabaram ignorando as admoestações de Davi, e se desviaram de Deus e do seu concerto ( 2 Cr.7. 17-22).
O resultado foi o juízo divino contra Salomão, causando a divisão do reino , e finalmente a destruição tanto do Reino do Norte, quanto do Reino do Sul. O pleno cumprimento das promessas de Deus a Davi, realizou-se somente com Jesus (At.15.16-18).
Aqui foi o começo de tudo. Em I Rs. 2.2-4 encontramos Davi instruindo Salomão a ser forte, permanecer fiel ao Senhor, e conservar os mandamentos de Moisés. As recomendações, são na verdade “preocupações” de Davi, originadas por sentimentos de que ele era muito jovem e inexperiente.
Seja forte – significava que Salomão teria que possuir firmeza de caráter, indicando também compromisso com os caminhos de Deus, apesar das suas pressões interiores e influencias dos outros. Certas qualidades morais e pessoais estão freqüentemente associadas com obediência no AT.
Davi estava dizendo a Salomão que deveria também possuir força para resistir à influência da tentação interior;
- Coragem - para escolher o que é correto em vez de render-se às expectativas e à zombaria de amigos;
Intrepidez - para continuar no caminho, apesar da oposição ativa da hostilidade dos outros ; Esperança - para superar o desânimo quando o cumprimento da promessa de Deus tivesse que ser adiado.
Criamos esses mesmos sentimentos por nossos filhos e filhas, achando-os que ainda não amadureceram o suficiente para enfrentarem as dificuldades da vida. Na verdade, cada um de nós deve deixá-los seguir seus caminhos, encorajando-os a estarem comprometidos com o Senhor. E era assim também que Davi pensava a respeito de Salomão.
Apesar de todos esses ricos ensinamentos dados a Salomão, anos mais tarde o Livro de Eclesiastes registra grande confusão e esvaziamento dos últimos anos de sua vida, e demonstra novamente que mesmo a mais célebre inteligência humana não é substituta para uma fé simples. É lamentável que isto tenha ocorrido na vida de um grande rei, quando outrora fora símbolo de dedicação ao Senhor!
Um rei que tinha comunhão e intimidade com Deus, que após orar no Templo, um fogo desceu do céu, até presenciou a glória visível da presença e do esplendor do Senhor
(II Cr.7.1).
O texto que destacamos nos fala de duas impressionantes colunas de bronze que ficavam em frente do templo. Salomão chama a da direita de Jaquim, e a da esquerda de Boaz.
Essas colunas eram de bronze e ocas, não tinham qualquer finalidade de sustentação do pórtico do Templo, serviam apenas como testemunhas para que Salomão lembrasse quem era o seu Deus, e todas as vezes que entrasse ou saísse da Casa do Senhor, olharia para elas, lembrando que Deus era guardião de toda a nação de Israel. Entusiasticamente, até então, estava fazendo tudo corretamente.
Essas duas colunas trariam a sua lembrança , do Deus Todo Poderoso e de todos os conselhos que ouvira de seu velho pai Davi.
As duas colunas também simbolizavam as últimas instruções dadas a Salomão, como também a permanência da descendência real que iria depender dele somente. Para isso, Salomão só precisaria ser forte e obedecer ao Senhor. Ele certamente acreditava que conseguiria manter a sua promessa e com isso preservaria a dinastia de Davi.
Infelizmente sabemos que não foi bem assim!
Alguns anos mais tarde, lemos em II Rs. 25.13, por Salomão por não ter cumprido o seu voto, e pelos pecados que cometera, surge Nabucodonosor , rei da poderosa Babilônia , invadindo Jerusalém, levando consigo todas colunas de cobre do Templo, e com elas vão juntas Jaquim e Boaz.
Jaquim – significa “ Ele (Deus) Estabelece”.
- Deus Estabelece - quer dizer: fará estável, firme, estabilizado, fixado, assentado, organizado, determinado, disponibilizado, ordenado, instalado, alojado, e permanente. Salomão tinha consciência disso !
Boaz – significa “Nele (Deus) está a Força”.
- A Força de Deus quer dizer: fará capacitado, vigoroso, respeitado, influenciador, prestigiado, uma porção abundante, virtuoso, caloroso, e poderoso. E Salomão também sabia disso!.
No livro de 2 Reis, do capítulo nove ao onze, os principais relatos do longo reinado de Salomão estão reunidos nesses três capítulos. Deus aparece pela segunda vez a Salomão quando ele tinha apenas 24 anos. Nesse encontro, Deus aparece reafirmando suas promessas, mas também advertindo Salomão. Por que nessa época? O texto diz que Salomão “havia alcançado tudo o que havia desejado fazer”. Enquanto estava se empenhando em um objetivo, Salomão estava seguro espiritualmente.
Sua vida tinha significado e propósito, e sentiu a necessidade de confiar em Deus. Porem, quando tudo estava completado, e Salomão de fato “aposentou-se”, ficou em grande perigo espiritual. A aparição de Deus a Salomão nessa encruzilhada espiritual foi uma graciosa advertência para ele – e para nós. Que nosso alvo seja servir a Deus diariamente e em qualquer relacionamento que possamos nos envolver.
A advertência de Deus foi um GRITO para chamar a atenção de Salomão, não um ASSOBIO. As conseqüentes ameaças são amedrontadoras,
como as três palavras hebraicas que estão presentes no texto e nos revelam:
Karat(v.7) significa exterminar – é um termo drástico usado em sérias ofensas banindo os ofensores da presença de Deus.
Sillah(v.7) significa rejeitar – é a palavra para divórcio – um grande pesar no despedaçar, ou do romper, de um íntimo relacionamento.
Masai e seninah (v.7) é um provérbio que significa “objeto de ridículo” - descreve um assustador infortúnio que expõe alguém ao escárnio perante os outros.
Essas palavras CONTEM grandes verdades, e são grandemente penosas para qualquer um que se afaste do Senhor!. Só para lembrar:
Todas as promessas e bênçãos de Deus estão condicionadas pela obediência.
Não pode ser de outra maneira. Tanto as leis da natureza como as que governam a conduta moral, são leis de Deus, e qualquer um que viola essas leis peca sobre si mesmo. Todas as leis de Deus são para benefícios do homem e do mudo em que vive. Quando se violam essas leis, o inevitável pesar acontece: doenças, dores, desgraças, e morte.
Quando Salomão era jovem ainda , e Israel era muito próspera, Deus deixou bem claro que a transgressão não traria riso senão dor... não trariam bênçãos senão desastres e morte. Todas as desgraças e vergonha que o povo de Israel sofreu durante séculos, foram um trágico cumprimento das advertências de Deus.
No livro de Eclesiastes, no capítulo 2 lemos a decadência desse Rei.
Salomão nos mostra Sete Caminhos que percorreu para preencher o vazio de sua alma, exatamente por não ter mais Deus presente na sua vida.
Tristemente afirma: “alegria, de que serve esta”?.
Salomão já não se lembrava das suas promessas, e tampouco olhava para as Duas Colunas que lhe faria relembrar os seus votos!.
Salomão chegou a essa conclusão tristemente. Ele examinou todas as coisas nas quais os homens supõem encontrar sentido, e encontrou em cada uma delas um vazio e futilidade.
Sabia que nenhum valor poderia encontrar na filosofia (vv.12-16),
no prazer e na riqueza (vv.2.1-11), na sabedoria (vv.12-16), ou nas realizações pessoais (vv.17-23). Em última análise, o homem não tem controle sobre sua situação nessa vida (vv.24-26).
Veja os caminhos que Salomão examinou para descobrir a história, a natureza e o pessimismo amargo, de ciclos repetidos, sem nenhum progresso de uma vida que anda sem direção, sem Deus , e sem qualquer objetivo:
1- O seu coração clamava por alegria que já não tinha mais;
2 - buscou prazeres no vinho;
3- fez obras magníficas, até mandou fazer vinhas ;
4- criou hortas, jardins e plantou todas as espécies de árvores e frutos;
5 - criou imensos tanques para regar o seu bosque, que na verdade eram jardins botânicos e zoológicos ;
6 - adquiriu numerosos servos e servas, que até impressionaram a Rainha de Sabá, com também grandes possessões de vacas e ovelhas;
7 - adquiria cada vez mais prata, ouro, jóias, cantores, cantoras, todos os tipos de instrumentos musicais. E durante todo esse tempo sentiu-se tão vazio como sempre.
Na escuridão da noite pensou sobre suas experiências e realizações, e sentiu-se com uma sensação de futilidade, e declara: “Eis que tudo era vaidade”(v.11).
A palavra “vaidade” em hebraico é hebel, significa breve e insatisfatório; ou vazio e fútil.
O sentido do vazio é citado 30vêzes no livro de Eclesiastes. Sua convicção é que nenhuma experiência terrestre por si mesma, fora de qualquer ligação com Deus, pode satisfazer.
Salomão relatou exatamente como ele viveu e experimentou: o prazer, as riquezas, e as recreações culturais na busca da satisfação e do prazer. Porém, nada disso lhe proporcionou real felicidade – a insatisfação em seu viver continuou (v.11).
Nos versículos 24,25 do cap. 2, Salomão sente-se tão separado de Deus, que até não encontrava mais prazer e alegria em comer.
Somente em Deus e na sua vontade pode o ser humano encontrar paz, satisfação e alegria permanente. Mesmos os mais ricos e mais bem sucedidos homens e mulheres hoje, em seus momentos de quietude, sentem-se como Salomão se sentiu. Há uma lacuna em cada ser humano que só Deus pode preencher.
Se você busca significado nas coisas que esse mundo tem para oferecer, estará fadado ao desapontamento. Pode estar certo disso!.
Em I Rs.11.1-13, podemos observar claramente o desastre gradual que levaram Salomão à ruína, um caminho que não teve volta!. Ele não acordou numa manhã e decidiu ”Eu acho que adorei um deus estrangeiro”. De fato, o declínio de Salomão foi lento e gradual : ele casou com mulheres estrangeiras. Amou-as. Permitiu-lhes adorar seus deuses. Construiu casas de adoração para os deuses delas. Adorava junto delas. Não ia mais ao Templo. Acostumou-se a idolatria.
De início Salomão tolerava os falsos deuses de suas esposas, mas a seguir, desviou-se e passou a servi-los. Sendo ele um servo de Deus, passou a adorar a deusa sidônia Astarote, cujo culto continha ritos imorais e adoração às estrelas, ao deus moabita Milcom ou Moloque que envolvia o sacrifício de criancinhas, e ao deus amonita, Camos (um deus-sol). Nessas alturas Salomão já não podia dizer que o Senhor da aliança, era o único Deus verdadeiro.
-Salomão há muito tempo já não olhava mais para Jaquim e Boaz, as Duas Colunas.
O primeiro passo da desobediência é nos conduzir lento, mas implacavelmente para maiores pecados. Não permita que a familiaridade roube de você a percepção real do que vem a ser pecado, e que a injustiça é abominável a Deus, qualquer que seja as circunstâncias.
“Não ireis para elas” (vv.11.2).
Essas palavras indicam uma forte ligação emocional, o tipo de comprometimento que alguém quer ter em seu casamento. Mas Salomão estava comprometido com as mulheres erradas! E, a fim de unir-se a elas de boa vontade, quebrou sua intima ligação com o Senhor.
Não sejamos escravos das nossas emoções. Nós podemos e devemos é amar nada e ninguém mais do que o Senhor. É evidente que Salomão deixou de meditar cuidadosamente na lei de Deus. Após Salomão ter abandonado Deus, três inimigos apareceram para fazer seus últimos anos um verdadeiro inferno!.
Hadade, um membro da família real de Edom. Rezom, um oficial militar das forças sírias, e Jeroboão, um ambicioso israelita, que provocou agitação no próprio Israel. É um momento angustiante, onde Salomão conhece intensa frustração, vendo tudo que tinha construído começa a correr perigo de destroçar-se (vv.14-40). Seu maior erro e tolice foi deixar o Senhor pela idolatria!.
Para encerrar: A apostasia de Salomão aconteceu no início da sua velhice. Suas esposas lhes perverteram o coração. Um grande rei, um homem sábio, um pregador que admoestava os outros, decaiu em pecado ostensivo, que acelerou abertamente o espiritismo, incentivou a imoralidade, a crueldade, sujou o nome de Israel, e manchou o nome do único Deus verdadeiro.
Por tudo isso, o castigo divino de Salomão resultou na divisão de Israel em dois reinos, sendo apenas um deles governado pelo sucessor de Salomão – a tribo de Judá. Foi dado a seu filho Roboão, a fim de conservar a linhagem messiânica.
Pv. 23.26 – escrito pelo próprio Salomão, diz assim: “Dá-me, filho meu, o teu coração e os teus olhos observem os meus caminhos”.
Quem é digno de receber nosso coração? Quem irá cuidar dele? A que poderemos entregá-lo, tendo uma profunda tranqüilidade e paz, ao sabermos que jamais viria a machucá-lo. Na vida temos relacionamentos passageiros, e o relacionamento eterno? Damos nosso coração a quem passa velozmente pela vida, e ao que vive para sempre?
Em quem temos posto nosso coração? Salomão foi o autor desse versículo, ele mesmo disse ter dado o seu coração ao Senhor ... só que por pouco tempo!. E você? Meditou nessa ministração? Lembre-se das duas colunas: Ele Estabelece, Nele Está a Sua Força, então obedeça-o, entregue sua vida e seu coração ao que reina para sempre!
Sendo assim, você pode considerar-se um grande sábio!.
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