Introdução
Você já parou para meditar sobre esse trecho bíblico? Não sei o que você tem pedido a Deus ou o que Ele lhe prometeu, mas o Senhor o ama e tem poder para fazer muito mais do que você tem pedido ou pensado. Com base nessa afirmativa de Paulo em Efésios 3.20,21, analisaremos por que Deus faz sempre além do que pedimos e pensamos.
Pensamento é:
Um processo mental que permite ao ser humano refletir sobre si mesmo, o outro e o mundo em que vive; analisar dados, conceber idéias e conceitos, inferir, decidir, deduzir, estabelecer prioridades e metas, e projetar planos para o futuro.
1. Por que Deus faz além do que pedimos?
Ele age assim por vários motivos, entre eles:
1.1 — Porque não sabemos pedir como convém
O Espírito Santo ajuda nossas fraquezas, porque não sabemos o que pedir (Rm 8.26). Não é prudente tomar decisões com base apenas em “achismos”, principalmente aquelas que dizem respeito a questões importantes, como escolha da profissão, do cônjuge ou de um sócio, e do local para onde se mudar. A Palavra de Deus nos orienta a confiar no Senhor de todo o nosso coração (Pv 3.5-8).
1.2 — Porque pedimos mal
Muitas vezes pedimos e não recebemos porque pedimos mal, para gastarmos em nossos deleites (Tg 4.3). A maioria dos pedidos que fa2emos a Deus baseia-se nas necessidades e nos desejos de nossa natureza. Por isso, é comum não recebermos o que pedimos, ou o Senhor fazer algo diferente.
1.3 — Porque duvidamos
O Senhor faz além do que pedimos ou pensamos para jogar por terra a nossa incredulidade e mostrar que tudo é possível ao que crê (Mc 9.23b). Antes de pedirmos algo em oração, temos de crer que vamos receber (Mt 21.22). Não podemos ter tudo o que desejamos, mas podemos, pela fé, ter tudo de que necessitamos.
1.4 — Porque evidenciamos nossas limitações, nossa mediocridade e nosso desconhecimento acerca de Deus e Seu poder
Os pensamentos e os caminhos de Deus são maiores e melhores do que os nossos (Is 55.9). Paulo, em seu cântico de louvor, enaltece a sabedoria de Deus (Rm 11.33-35), e os fariseus erraram por não conhecerem as Escrituras (Mt 22.29).
II. Por que Deus faz além do que pensamos?
Antes de comentarmos este tópico, façamos algumas considerações sobre a nossa mente e a nossa memória.
Nossa mente
Os pensamentos permitem ao ser humano refletir sobre si mesmo, o outro e o mundo em que vive. O modo como pensamos é resultado do que aprendemos, das crenças e dos valores internalizados em nós pelas agências socializadoras (a família, a escola e a mídia), e do conhecimento adquirido por meio das experiências que vivemos. O pensamento pode ser a expressão mais “palpável” do ser humano. Tudo começa a partir do processo mental.
Subsídio psicológico
A mente tem dois processos: a memória, que está ligada ao passado, e a imaginação, ligada ao futuro. Pela imaginação, conseguimos enxergar-nos em algum lugar em um tempo futuro ou visualizar algo que pretendem os para a nossa vida.
Nossa memória
Todos os dados e o processo mental ficam registrados na memória de curto e/ou de longo prazo, e o que acontece no resgate das lembranças dentro da memória é espetacular. Todas as vezes que nos deparamos com uma nova situação, a nossa mente vai ao arquivo da memória para buscar alguma informação que possa ajudar-nos a solucionar o problema. Essa operação da mente acontece numa velocidade surpreendente, e, muitas vezes, não nos damos conta do processo.
Deus faz além do que pensamos porque, entre outros motivos:
2.1 — A nossa mente é limitada
Ninguém, a não ser o próprio Deus, tem o domínio total do conhecimento. Nem mesmo o ser humano, considerado a coroa da criação, tem toda a informação e todo o discernimento necessários a respeito do que é realmente bom para si e do que é a solução real para determinada situação ou questão. Por isso, em certos casos, podemos estar falando com Deus o que não representa aquilo de que necessitamos e/ou que o Senhor realmente deseja para nós.
2.2 — Os nossos pensamentos estão sujeitos a erros
Apesar de a nossa mente ser uma obra maravilhosa do Criador — para nos proporcionar o autoconhecimento e o conhecimento de nossos semelhantes e do mundo em que habitamos, para reconhecê-lo e lidarmos com questões complexas —, desde que o homem pecou no Éden, nosso processo mental ficou comprometido pela operação do erro, devido à inclinação de nossa carne para o mal. Paulo, em Romanos 8.5-8,12,14, assinalou a importância de andarmos em Espírito.
2.3 — Somos, às vezes, influenciados de maneira negativa
Isso nos leva a destoar da vontade do Senhor e de Seus propósitos para nós. A influência negativa existe porque o ser humano vive em sociedade e está cercado por pessoas que exercem algum tipo de ação física, psicológica ou intelectual sobre a sua vida, propiciando mudanças. Porém, a Bíblia nos alerta contra os caminhos de morte (Pv 14.12; 21.2). Como servos de Deus, não devemos conduzir-nos apenas pelas nossas próprias opiniões ou pela opinião alheia.
III. Os atributos de Deus
Vamos agora meditar na soberania de Deus.
3.1 — Quanto ao Seu poder, Ele é onipotente
Criou os céus e a terra (Gn 1.1), sustenta todas as coisas (Hb 1.3), o mar e
o vento lhe obedecem (Mt 8.27).
3.2 — Quanto à Sua presença, Ele é onipresente
Não podemos esconder-nos da face de Deus (Si 139.7-12). Ele é o Deus de perto e de longe (Jr 23.23,24).
3.3 — Quanto à Sua sabedoria, Ele é onisciente
Deus chama as estrelas pelo seu nome (Si 147.4). De longe Ele entende o nosso pensamento (SI 139.2,4). A Sua ciência é maravilhosíssima (Si 139.6).
IV. A maneira como Deus age
Segundo as Sagradas Escrituras, Ele:
4.1 — Faz tudo completo
Na cruz, depois de terminada a obra salvífica, Ele exclamou: Está consumado (Jo 19.30). Aquele que em nós começou a boa obra a aperfeiçoará (Fp 1.6).
4.2 — Opera muito mais, abundantemente
Ele alimentou quase cinco mil homens com cinco pães e dois peixes (Mt 14.19,20), sustentou uma multidão no deserto (Dt 29.5; Ne 9.21) e fez uma mulher estéril conceber muitos filhos (1 Sm 2.5).
4.3 — Faz além do que pedimos ou pensamos
Ana era uma mulher estéril. Ela orou, pedindo um filho, e teve Samuel. Depois de louvar a Deus pela vitória (1 Sm 2.5-10), concebeu mais três filhos e duas filhas (1 Sm 2.21).
4.4 — Faz segundo o poder que em nós opera
Ele faz tudo muito mais abundantemente (Ef 3.20). Ele é poderoso e há excelência em Seu poder (2 Co 4.7). Ele não se esquece de nós (Is 49.15). E, além disso, devemos lembrar que tudo é possível ao que crê (Mc 9.23b).
V. Os motivos para tantas bênçãos
Eis algumas razões:
5.1 — Somos abençoados para a salvação de almas e a glorificação do nome do Senhor
O Senhor não nos abençoa por causa do alto cargo que ocupamos em uma empresa ou da nossa boa situação financeira, nem para ostentar fama. Ele opera com poder para que o nome dele seja glorificado em nossa vida.
5.2 — Somos abençoados para desfrutarmos do favor de Deus
De nada nos adiantará tentar outro meio, que não Cristo, para receber as bênçãos sem medida de Deus, porque todas quantas promessas há de Deus são nele sim; e por ele o Amém, para glória de Deus, por nós (2 Co 1.20). Portanto, não devemos, jamais, andar ansiosos (Mt 6.25,33).
Conclusão
Deus quer fazer tudo mais abundantemente, além do que pedimos e imaginamos, mas a decisão de ter uma aliança com Ele e de obedecer-lhe é nossa.
Não devemos permitir que o medo, a tristeza e a angústia nos aprisionem.
Mesmo que as tribulações sejam grandes, firmemos o nosso coração no
Senhor, pois Ele é a rocha que nos sustenta.