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No Salmo 9, o salmista faz quatro declarações de louvor ao Senhor. Primeiro, ele diz "Senhor, quero dar-te graças de todo o coração e falar de todas as tuas maravilhas" (v.1). Em seguida, em "ti quero alegrar-me e exultar e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo" (v.2). Depois, "cantem louvores ao Senhor que reina em Sião; proclamem entre as nações os seus feitos" (v.11). Por fim, ele declara "para que, junto às portas da cidade de Sião, eu cante louvores a ti e ali exulte em tua salvação" (v.14).

É mesmo um lindo salmo, com dois aspectos essenciais que devem marcar qualquer atitude de louvor.

O primeiro aspecto tem a ver com o fato de o salmista louvar a Deus pelo que Ele é. Veja as declarações que Deus é eterno (v.7), é rei (v.7,11), é juiz (v.8,16) e inspira confiança (v.10). São atributos que impôs à alma daquele homem o desejo ardente de louvar, de cantar as maravilhas do Senhor.

Não menos importante, no segundo aspecto, o salmista louva a Deus pelo que Ele realiza. O salmista reconhece os feitos de Deus em dois níveis: pessoal e coletivo. No nível pessoal, louva a Deus, pois o Senhor defende o seu direito e a sua causa (v.4); destroi os inimigos (v.3); é refúgio para os oprimidos (v.9); não abandona aqueles que o buscam (v.10b); pede conta do sangue derramado (v.12); vê o sofrimento que os outros lhe afligem (v.13).

No nível coletivo, o salmista percebe um Deus que repreende as nações (v.5); que arrasa o inimigo totalmente (v.6); julga o mundo com justiça (v.8); derrama sobre as nações as armadilhas que elas mesmas preparam (v.15); não esquece os pobres, nem frustra a esperança dos necessitados (v.18); domina sobre todo o poder humano (v.19, 20).

Não devemos esquecer que independente de Deus fazer qualquer coisa para nós, Ele é Deus e merece nosso louvor. Num mundo cristão em que a barganha passou a ser uma marca essencial na relação entre Senhor e servo, as pessoas estão comumente referindo-se a Deus apenas pelo que Ele faz.

Mas, um nível superior de louvor acontece quanto está em jogo não um benefício recebido, mas o reconhecimento da majestade de Deus. A percepção da nossa pequenez ante a grandeza do Senhor. 

Louvar a Deus pelos seus atributos é suplantar a base relacional baseada somente na troca. Para o salmista os dois aspectos são essenciais. Ele não deixa de reconhecer os feitos de Deus, mas o faz acompanhado de um louvor genuíno de gratidão por aquilo que Deus é. Que seja também nossa prática.

REFLEXÕES CRISTÃS