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Mas, como bem sabia Michelangelo, sua obra era uma imagem pobre, opaca daquilo que Deus havia criado.  Por sobre a abóbada de gesso da Capela Sistina erguia-se a imensa cúpula do céu de Deus, deslumbrante em sua beleza singela. Montanhas, mares, continentes — todos esses, e tanto mais, formam a obra criativa  de Deus, o Artista Supremo.

O mundo de Deus, tão maior e mais belo que a obra-prima de Michelangelo, é o resultado de uma energia incomparavelmente maior. Conforme escreveu o autor Eugene Peterson, "A Bíblia abre com a declaração 'No princípio Deus criou', e não 'Deus estava majestoso no céu' nem 'Deus estava cheio de beleza e amor'. Ele criou. Ele fez algo". No princípio Deus foi trabalhar.

Gênesis concentra sua atenção neste Deus criativo e trabalhador. A palavra Deus aparece 30 vezes nos 31 versículos do capítulo 1. Agindo, Ele conquista nossa atenção. Gênesis é o relato de Suas ações, ressoando esplendidamente com o magnífico esforço da criação.

Gênesis versa também sobre a obra humana, mas a certa altura o tom da narrativa muda abruptamente. Deus mal havia terminado de criar o universo quando a rebeldia humana desfigura a criação, como se fosse um delinquente pichando a Capela Sistina. Os capítulos 3 a 11 de Gênesis retratam uma série de desastres: a rebelião de Adão e Eva, o assassinato calculista de Abel por seu irmão Caim, a iniquidade em todo o mundo provocando o grande dilúvio e a arrogância humana em Babel.

Sua atividade criadora, restauradora e poderosa não parou no sétimo dia. Permanece agindo no mundo, em mim, em você, em todos que confiam e entregam suas vidas, seus escombros e suas gigantescas dificuldades aos Seus cuidados. Ele sabe como criar e recriar soluções para nossas vidas e para as vidas daqueles para os quais, incansavelmente, oramos.

Philip Yancey, em "BÍBLIA DE ESTUDO FACILITADO"