07 julho 2012

Como Deus ensina a educar nossos filhos.




De: Marcella Fernandes


No mundo de hoje, encontramos nas prateleiras das livrarias diversos livros sobre educação e emissoras de TV que investem em Reality shows sobre como preparar para as crianças um ambiente adequado para o seu desenvolvimento e como transmitir valores nesse ambiente.

A preocupação com a educação é antiga e passou por diversos conceitos até chegarmos aqui, no século XXI.

Um século após os grandes filósofos gregos, Freud, Jung, Piaget, Paulo Freire, Santo Agostinho, Maimônides e tantos outros. Grandes homens de origens, tempos, culturas, religiões e visões diferentes, pensadores que dedicaram suas vidas a compreender o desenvolvimento humano e a estudar as melhores formas de educar um ser humano para o bem. E ainda assim, até hoje nos questionamos sobre qual caminho devemos seguir na educação das crianças.

Curiosamente, na bíblia, lemos que os primeiros de nós foram educados pelo próprio Deus.
Em Gênesis está escrito que Deus, após criar o homem, plantou um jardim, ou seja, um ambiente propício para o desenvolvimento em segurança. Um lar.

Dentro desse lar, Deus impôs limites ao homem, ao dizer que eles poderiam comer de todos os frutos, de todas as árvores, menos de duas delas.  Ao proibir, Ele não disse: "...porque não e acabou"; pelo contrário, Ele explicou as consequências do ato.

Ao se relacionar com pessoas de "fora da família", os valores e ensinamentos dados por Deus foram questionados por Eva, que resolveu testar as consequências previamente avisadas por seu educador.
Deus, ao saber o que aconteceu, chega até Adão e pergunta: "Onde você está?" A palavra usada em hebraico para essa pergunta é: אַיֶּֽכָּה, e esse é um pronome interrogativo que pode ser traduzido como: Onde? Como? De que forma? Mas sempre em tom de tristeza e lamento. Encontramos esse vocábulo repetidamente no livro de Lamentações, na bíblia.

Ao usar esse pronome específico, Deus mostra para Adão seu desapontamento, mas não faz qualquer acusação, mesmo já sabendo do ocorrido. D'us vai fazendo perguntas para apurar todos os fatos e à medida que questiona tenta induzir o casal à reflexão.

Adão não se responsabilizou pelos seus atos ao culpar Eva que, por sua vez, fez o mesmo,  culpando a Serpente.

Deus não perdeu o controle da situação em momento algum e também não agiu com raiva ou impulso, mas com calma e uma didática perfeita explicou para cada um individualmente as consequências do erro.
Chegou então o momento do que popularmente chamamos de "cortar o cordão umbilical", e o casal deixou o lar protegido e seguro.

Deus, como todo o pai e mãe, teve que ver seus filhos saírem de debaixo de suas asas e irem viver por conta própria, correndo todos os riscos. E, como um bom pai, Deus deu todas as instruções sobre como eles deveriam agir diante das circunstâncias e estava sempre por perto para ajudar e orientar no que fosse necessário.

A grande lição que podemos aprender com todos os pensadores e com a própria bíblia é que embora o erro por parte dos filhos seja inevitável, é nosso dever educá-los da melhor forma possível, com amor, compaixão e perdão.

Por Marcella Fernades (professora de hebraico bíblico).
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