11 outubro 2010

CINCO REGRAS PARA ESTUDAR A BÍBLIA



  
A Bíblia é um livro complexo, todavia tem uma mensagem simples. Há nela sabedoria suficiente para uma vida inteira de estudo detalhado; há, também, sabedoria que os principiantes podem  facilmente encontrar. Encontrará aqui, algumas regras básicas para começar com o pé direito.
 Se nunca leu um livro de 1.000 páginas, a Bíblia poderá parecer difícil e inacessível. Os nomes estranhos e costumes diferentes podem ser intimidativos.
 Mas apesar das dificuldades deseja mesmo ler a Bíblia, porque ouviu dizer que esta  pode dar-lhe mais informação sobre o Deus que nos criou e que nos ama. Pode contar-lhe acerca de Jesus, nosso Salvador, sobre o que ele fez e ensinou.
 Há um tesouro guardado algures neste livro, embora para si não seja fácil saber como encontrá-lo.
 Aqui estão cinco regras simples para ajudar:
 1.       Começar
 É um livro grande e nada pode mudar esse facto. A única forma de começar é mesmo começar. A caminhada de um Km começa com o primeiro passo. Por isso comece a ler!
 Mas não tente ler de uma só vez.  A Bíblia não foi concebida para uma leitura rápida. Não é um romance, um policial ou um livro de mistério.  Em vez disso é uma compilação de diferentes tipos de escrita.
 Génesis, por exemplo, contém vários tipos de histórias que abrangem vários personagens principais. Cada um requer alguma atenção, por isso não se apresse só pelo facto de poder dizer que já o leu. Leve o seu tempo, um pouco em cada dia. Estruture a sua agenda diária para que possa ter algum tempo disponível para o fazer.
 Mas por onde começar?
 Génesis tem algumas histórias interessantes, e Êxodos começa com uma óptima história, mas depois abranda drasticamente e quando se chega a Levítico e Números a maioria das pessoas perde o interesse, por serem ainda mais brandos.
 É melhor começar, provavelmente pelo Novo Testamento, com as histórias de Jesus. Marcos é uma Escritura de leitura rápida e Actos lê-se com fluência a sua grande história. Com isto, as cartas de Paulo entrarão no contexto.
 Não se obrigue a ler tudo por “ordem” – os Cristãos de Roma também leram a epístola  Romanos em primeiro lugar.  Sinta-se livre para saltear uma ou outra página, de vez em quando, lendo o livro de Lucas, depois a carta aos Hebreus ou outra qualquer. Mais tarde, pode querer tentar um livro do Velho Testamento, tal como Salmos ou Samuel.
 Sempre que comece a ler cada um dos livros, ponha a data na primeira página. Assim, saberá sempre que livros é que já leu e quais os que não leu. Se continuar, eventualmente voltará a lê-los.
 Também quererá, provavelmente, uma tradução mais actualizada.  Não há nada de especialmente sagrado ou útil num português arcaico. Existem versões mais fáceis de consultar.
   
2.       Ler
 Se ler apenas uma frase, é possível entendê-la.  Por exemplo, se ouvir gritar “Fogo!”  a sua interpretação poderá ter  duas vertentes:  poderá ser um aviso de perigo ou uma ordem para disparar uma arma.  A palavra, para ser bem entendida, precisa de se enquadrar num contexto.
 O mesmo acontece com frases das Escrituras. Por exemplo, “Ninguém, nesta casa, é melhor que eu.  O meu Mestre não escondeu nada de mim, à excepção de si.”  Para entender esta frase, precisamos saber quem esta a falar, para quem está a falar e porquê.  É necessário um contexto.
 Por isso, se quer entender o que se está a passar, precisa de ler as passagens, não destacando frases da página como se estas tivessem um significado independente.  Por vezes até têm, porém é mais frequente não terem, sendo a melhor forma para o saber se têm ou não, é ler, pelo menos, algumas frases antes e algumas depois, para tirar o sentido geral a que se refere a passagem.  Quem está a falar, quem está a fazer o quê e porquê?
 Muitas traduções modernas ajuda-nos a compreender o contexto colocando as palavras em parágrafos e dando subtítulos às partes maiores. Estes marcadores são, normalmente, indicadores úteis para sabermos onde pára um assunto e começa outro.
 O importante é ler cada versículo inserido num contexto e não como um pensamento totalmente independente.

3.       Questionar
 Infelizmente, não entendemos tudo quanto lemos.  Também, não entendemos tudo relativamente a um romance ou um filme, no entanto podemos gostar do desenrolar da história.
 Mas, no que diz respeito à leitura da Bíblia, as pessoas ficam, frequentemente, bastante constrangidas quando não entendem tudo o que lêem,  afinal trata-se de uma mensagem vinda de Deus que é suposto que a possamos entender e que nos faz sentir estúpidos se isso não acontece.
 Vamos então, clarificar isto: Ninguém entende a Bíblia por completo, mesmo depois de a estudar durante 50 anos.  Ninguém entende tudo quando a lê pela primeira vez. (Algumas pessoas  pensamque sim,  o que lhes proporciona um problema maior!)
 No que se refere às coisas relacionadas com Deus, somos todos um pouco estúpidos.  Por isso relaxe.  Se não perceber tudo, faça perguntas. Pergunte à Bíblia.  (Fale alto, se assim o desejar mas, não espere ouvir outras vozes.)
 Pergunte à Bíblia: quem é que está a falar aqui? Como se sente ele ou ela? Porque se comportam assim estas pessoas? Faria eu o mesmo? É suposto entender-se  isto literalmente ou está a referir-se a algo diferente? É algo bom ou mau?  Há algo, neste texto, que me dê algumas pistas para me ajudar a entender?
 Por vezes as respostas são claras, outras vezes não. Por vezes, temos que fazer uma marcação interrogativa na margem e passar à frente. A Bíblia é mesmo assim.
 Talvez, só a iremos entende cinco anos mais tarde. Talvez, neste preciso momento, uma concordância bíblica nos pudesse fazer entender melhor. Não importa. Por vezes, o melhor mesmo é passar à frente e ler outra passagem bíblica.
 Não faz mal fazer perguntas.

4.       Falar
 Muitas vezes, as coisas que não entendemos outras pessoas entendem – ou vice versa.  Portanto, quando temos dúvidas sobre o significado da Bíblia, podemos sempre falar com outros Cristãos. Pode ser que já tenham estudado essa mesma dúvida e possam ser capazes de a clarificar.
 Ou poderá querer partilhar algo que aprendeu e tenha gostado. Quem sabe, leu um provérbio que se aplique à situação em que se encontra. Quem sabe, leu uma história de fé, que desejaria que  tivesse acontecido, também, a si.  Ou talvez fosse uma visão fugaz da grandiosidade de Deus.  Fale, também, acerca destas coisas, para se encorajarem uns aos outros.
 O Novo Testamento descreve a igreja ancestral como um grupo de pessoas que, num companheirismo de amizade, falavam umas com as outras sobre as coisas de Deus.  Dedicavam-se aos ensinamentos dos apóstolos.  Gostavam do que aprendiam e falavam da sua alegria na aprendizagem.
 No mundo actual, os Cristãos falam, frequentemente, antes ou depois das reuniões da igreja ou em pequenos grupos que se encontram durante a semana em casas uns dos outros – grupos esses que se reúnem com o objectivo específico de orarem juntos, discutirem as Escrituras e ajudarem-se mutuamente.
 Um destes grupos poderão ajudar na sua leitura bíblica. Sendo assim um bom passo para um melhor entendimento: falar sobre a Bíblia com outros Cristãos.

5.       Não parar.
 Já que é um livro grande e já que não o entendemos logo, na primeira vez que o lemos, é essencial que continuemos a lê-lo.  Se quer, realmente entender o que Deus nos diz através da Bíblia, então é preciso adquirir o hábito de a ler sempre, pensando, reflectindo e falando no que nela aprende.
 É certo que morreremos antes de aprendermos tudo que está na Bíblia – há sempre algo mais para aprender.  Isto deve ser uma motivação para continuar e não para desistir. Certamente que existem tesouros  escondidos na Bíblia, que para os encontrarmos é necessário paciência e muita persistência.
 Algumas pedras preciosas podem ser encontradas facilmente; outras só serão descobertas após muitos anos de busca.  Há sempre algo de belo, à nossa espera, para que possamos ver.
 E todos temos de admitir que estamos a envelhecer. Esquecemo-nos de várias coisas. Esquecemo-nos de lições que já aprendemos, esquecemo-nos de promessas que antes conhecíamos. Se não refrescarmos a nossa memória em relação às Escrituras, lentamente iremos perder algo que antes tínhamos. Longe da vista, longe do coração.
 Por tudo isto não desista – continue a ler o Livro!

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